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Plano Pesquisa Água Mineral

Por:   •  21/10/2017  •  5.188 Palavras (21 Páginas)  •  501 Visualizações

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Nas imediações de Itaúna afloram gnaisses de idade arqueana, com composição tonalítica exibindo grau variável de migmatização (Teixeira 1985), seccionados, por vezes, por diques pegmatóides com várias direções, bem como intrudidos por plutons de rochas granitóides de composição variável, ou até mesmo seccionados por diques de rochas básicas. Estes gnaisses pertencem ao denominado Complexo Divinópolis, integrando assim os terrenos granito-gnaíssicos indivisos do embasamento cristalino.

Essas rochas antigas foram afetadas ao longo de seu tempo de ocorrência por eventos tectono-termais, os quais promoveram principalmente o desenvolvimento de uma foliação penetrativa, bem como uma migmatização bastante profunda, com nítida segregação da parte leucocrática daquela melanocrática. No conjunto trata-se de domínio representado por biotita gnaisse de composição tonalítica (predominante) localmente afetados por veios quartzo – feldspáticos.

Em termos de estruturas regionais, os grandes lineamentos estão dispostos principalmente segundo a direção SE-NW e subordinadamente SW-NE, ocorrendo também lineamentos NS e EW. Esses lineamentos são resultantes dos eventos tectônicos regionais de larga escala, em sua maioria coincidem com as direções das drenagens, podendo também corresponder a lineamentos de diques máficos, esta última hipótese de menor ocorrência. As rochas, principalmente os biotita-gnaisse, apresentam uma foliação bastante penetrativa com direção aproximada 150/40.

Conjuntamente a essas mudanças termais, ocorreram deformações em variados níveis de intensidade, as quais conferiram aos litótipos não somente as foliações anteriormente denominadas, mas também um conjunto de fraturas/falhas que podem ser vistas nos diversos afloramentos que são encontrados no município de Itaúna.

3.2 - GEOLOGIA LOCAL

Dentro dos limites da área da pesquisa, afloram rochas correlacionáveis às Iitologias denominadas de Complexo Divinópolis ou Complexo Gnássico-Migmatítico indiferenciado (embasamento cristalino) do Pré-Cambriano e ao seu manto de intemperismo, de provável idade Quaternária.

O Complexo Divinópolis é representado por gnaisses, diagnosticados em campo pela presença de solos claros, róseos, pouco férteis, e por vezes “morrotes” de rocha nua.

As rochas gnáissicas da área da pesquisa apresentam coloração cinza clara, encontram-se homogêneas onde o paleossoma foi totalmente mobilizado, sugerindo que o grau de anatexia encontrado na região se apresenta preferencialmente em estágios iniciais. Entretanto, localmente, apresentam-se migmatizadas, retratando uma coloração cinza clara, com bandas esbranquiçadas onde pode-se observar a nítida distinção entre o leucossoma e o melanossoma, o primeiro representado invariavelmente por minerais quartzo-feldspáticos e o segundo pela biotita, gerando uma textura migmatitítica fluidal discreta.

Localmente, optou-se pela utilização do termo gnaisse migmatítico, para caracterizar as rochas que apresentem estruturas gnáissicas em meio a feições migmatíticas, isto é, que retratem estruturas relictas de uma fase de anatexia. Apresentam coloração cinza clara, granulometria variando entre média a grossa, apresentando geralmente estruturas nebulíticas e, localmente, um discreto bandamento composicional, evidenciando estruturas pretéritas.

Quando fraturadas estas rochas propiciam o desenvolvimento de veios de pegmatóides, constituídos preferencialmente de quartzo e quartzo-feldspato, atingindo pouco mais de 35 centímetros de espessura e extensão variável, ou até mesmo, em grande parte, estas fraturas apresentam-se sem preenchimento.

Predominam na área os depósitos superficiais e solos provenientes da decomposição de rochas gnáissicas (manto de intemperismo).

3.3 – HIDROGEOLOGIA REGIONAL

A região em estudo insere-se no domínio do Sistema Aqüífero Gnáissico-Granítico (COPASA/Hidrosistemas 1995), formado principalmente por rochas fraturadas do Complexo Divinópolis. A partir da regionalização dos dados, a vazão máxima explotável esperada na operação continuada de poços tubulares profundos (Vx), na área de estudo, situa-se entre 5 ≤ 10 l/s e as vazões especificas (Ve) com variação da ordem de 0,20 ≤ Ve ≤ 0,50 l/s*m, onde, as águas estão classificadas como boas para o consumo público COPASA (1995).

Por se tratar de aqüífero de caráter fissural e devido ao fato de a água subterrânea acompanhar a superfície do terreno, os melhores pontos de armazenamento/captação aqüífera estão nos locais de alto índice de fraturamento, ao longo dos vales delineados pela superimposição de lineamentos estruturais.

Em um inventário dos poços tubulares perfurados no município de Itaúna, apresentado por COPASA (1995), os poços tubulares existentes no município possuem profundidades entre 67 e 120 metros. O perfil litológico associa uma cobertura sedimentar variando entre 18,00 e 39,00 metros e litologia sotoposta formada por granito-gnaisse, e sem revestimento nas partes mais profundas onde as rochas são duras e consistentes. Não foi reportado a presença de filtros nestes poços relacionados, bem como a presença de poços totalmente revestidos. O diâmetro final mais comum nos poços é de seis polegadas (aprox. 15cm).

A profundidade do nível estático dos poços neste tipo de aqüífero apresenta intervalo mais provável de ocorrência igual a 2 ≤ HNE ≤ 15 metros. O nível dinâmico apresenta uma grande variação, sugerindo desta maneira uma acentuada heterogeneidade nos aqüíferos. O maior nível dinâmico encontrado foi de 67,97m e o menor 20,10m, com variação de 47,87m e média de 36,44 metros.

Convém salientar que os aqüíferos em meios fissurados normalmente apresentam elevada anisotropia e heterogeneidade de um ponto para outro e que a vazão específica depende muito dos métodos construtivos e de acabamento dos poços tubulares.

Em estudo preliminar, pode-se imaginar que o modelo hidrogeológico para a região da cidade de Itaúna, levando em consideração que o sistema aqüífero existente é o Granito-Gnaisse, pode ser considerado como do tipo livre, constituído na sua parte superior por rochas inconsistentes do manto de decomposição das rochas gnáissicas ou por material alúvio-coluvionar depositado sobre este manto ou mesmo sobre rocha sã e na parte inferior por rochas fraturadas. Tem-se um aqüífero granular poroso superior e um fissurado sotoposto, em comunicação hidráulica íntima, constituindo um só sistema

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