Apoio ao Empreendedorismo no Brasil
Por: Hugo.bassi • 2/2/2018 • 5.529 Palavras (23 Páginas) • 452 Visualizações
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Neste cenário, a presente pesquisa tem como objetivo identificar as políticas públicas e o incentivo de ordem não governamental, voltados ao apoio do empreendedorismo, em âmbito nacional. Tem-se por intuito identificar as necessidades de políticas públicas duradouras dirigidas à consolidação do empreendedorismo no país, como alternativa à falta de emprego, e visando respaldar todo o movimento proveniente da iniciativa privada e de entidades não governamentais, que estão aparentemente fazendo a sua parte.
2. Empreendedorismo
A palavra empreendedor (entrepreneur) é de origem francesa e tem como conotação aquele que assume riscos e começa algo novo (HISRICH, 1986, apud. DORNELAS, 2005).
O empreendedorismo pode ser considerado um processo dinâmico de criar mais riqueza. A riqueza é criada a partir do comprometimento e a disposição em assumir riscos em relação ao patrimônio, tempo e/ou comprometimento e disciplina com a carreira ou ainda a proveniência de valores em função de bens ou serviços. (HISRICH; PETERS, 2007).
Ainda de acordo com o autor, empreendedorismo é:
O processo de criar algo novo com valor dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal (HISRICH; PETERS, 2007, p. 29).
De acordo com o Dicionário Aurélio (2015), empreendedorismo é a atitude de quem, por vontade e iniciativa própria põe em prática ações e idealiza novas maneiras de desenvolver e otimizar produtos, serviços, atividades administrativas ou processos de uma organização.
A reflexão de pensadores econômicos do século XVIII e XIX deram origem ao empreendedorismo, sendo tais pensadores conhecidos defensores do liberalismo econômico. O empreendedorismo pode ser visto como um mecanismo que promove o desenvolvimento econômico assim como direciona a inovação (REYNOLDS, 1997; SCHUMPETER, 1934, apud. CHIAVENATO, 2008).
De acordo com Dornelas (2005), pode ser feita uma análise histórica do surgimento do empreendedorismo através de períodos, sendo eles: primeiro uso do termo empreendedorismo; idade média; século XVII; século XVIII, séculos XIX e XX.
Segundo Chiavenato (2008), o empreendedor pode ser considerado a energia da economia, a alavanca de recursos, o impulso de talentos, a dinâmica de ideias. O empreendedor é a pessoa que realiza um projeto, sendo este pessoal, assumindo todos os riscos e responsabilidades, procurando sempre a inovação tanto de bens quanto de serviços em função de uma necessidade pendente. Porém, também pode ser considerado empreendedor aquelas pessoas que mesmo sem ter fundado uma empresa, possuem a capacidade de assumir, firmar comprometimento e inovar de forma contínua.
Dornelas (2005) afirma que todo empreendedor necessariamente deve ser um bom administrador para obter o sucesso, no entanto, nem todo bom administrador é um empreendedor.
2.1 O Empreendedorismo no Brasil
O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. Os ambientes político e econômico do país não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na jornada empreendedora (DORNELAS, 2005).
Dornelas (2005) ressalta que ano de 2000, um fato que chamou a atenção dos envolvidos com o movimento de empreendedorismo no mundo e, principalmente, no Brasil foi o resultado do primeiro relatório GEM (2000), onde o Brasil apareceu como o país que possuía a melhor relação entre o número de habitantes adultos que começam um novo negócio e o total dessa população: 1 em cada 8 adultos.
Como se sabe, este estudo tem sido realizado anualmente. No ano de 2014, o Brasil apresentou uma taxa de 45 milhões de indivíduos envolvidos com o empreendedorismo (GEM, 2014). Entretanto, a criação de empresas por si só não leva ao desenvolvimento econômico, a não ser que esses negócios estejam focando oportunidades no mercado. Os relatórios do GEM deixam claro isto, do qual se originaram duas definições de empreendedorismo: a) Empreendedorismo de oportunidade: em que o empreendedor visionário sabe aonde quer chegar, cria uma empresa com planejamento prévio, tem em mente o crescimento que quer buscar para a empresa e visa à geração de lucros, empregos e riqueza. Está totalmente ligado ao desenvolvimento econômico, com forte correlação entre os dois fatores; b)Empreendedorismo de necessidade: em que o candidato a empreendedor se aventura na jornada empreendedora por falta de opção, por estar desempregado e não ter alternativas de trabalho. Nesse caso, esses negócios costumam ser criados informalmente, não são planejados de forma adequada e muitos fracassam bastante rápido, não gerando desenvolvimento econômico e agravando as estatísticas de criação e mortalidade dos negócios.
Para Dornelas (2005), o empreendedorismo de necessidade é mais comum em países em desenvolvimento, como ocorre com o Brasil, e também influencia na atividade empreendedora total desses países. Assim, não basta o país estar ranqueado nas primeiras posições do GEM. O que o país precisa buscar é a otimização do seu empreendedorismo de oportunidade.
O Portal Brasil (2012) afirma que a cada 100 micro e pequenas empresas abertas no País, 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência. Os dois primeiros anos de existência são considerados os mais críticos para a empresa. No ramo da indústria, a cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes. No comércio, a taxa é um pouco menor, sendo esta 74,1% seguida por serviços 71,7% e construção civil 66,2%. A região com a maior taxa de empresas que permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência é: região Sudeste, com 71,7% seguida da região Sul (71,7%), Nordeste (69,1%), Centro Oeste (68,3%) e Norte (66%). Essa taxa pode ser considerada elevada quando comparada a outros países tais como: Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%).
Em 2010, 58% das empresas de pequeno porte faliram antes de completar cinco anos e em 2009, os números eram ainda piores, chegando a 62%. Entre os principais motivos apontados pelos empreendedores, estão: a falta de clientes (29%),
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