Análise Ergonômica do Trabalho
Por: Hugo.bassi • 7/3/2018 • 3.384 Palavras (14 Páginas) • 397 Visualizações
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- Observáveis:
- Qual foi o grau de variedade e quantidade de tarefas exercidas pelos trabalhadores?
- Quanto tempo os funcionários passaram ociosos?
- Quanto tempo de horas-extras foram feitas pelos funcionários?
- Como a variabilidade influiu na carga cognitiva dos trabalhadores?
- Quantos clientes o estabelecimento recebeu?
- Quanto foi o tempo gasto no atendimento dos clientes?
- Como os pedidos dos clientes foram tratados?
- Como os funcionários reagiram aos imprevistos?
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- Planejamento das Observações
Foram feitos dois momentos de observação com o total de uma hora cada. Um desses momentos se deu num momento de pico, entre as 17:30 – 18:30 no dia 09/11/2015; o outro, aconteceu entre as 15 e 16 horas no dia 14/11/2015.
Procuramos acompanhar o trabalho de dois funcionários “diferenciados”. O motivo é que esses funcionários são, do ponto de vista do chefe da empresa, os mais críticos no sentido de que eles quem deveriam ser os primeiros a trabalharem com proatividade na organização. Procuramos também observar o chefe da empresa, caso este estivesse na lanchonete (contudo, não esteve). Assim sendo, designamos um integrante do grupo para observar cada um dos funcionários “diferenciados” durante toda a observação.
Outro integrante do grupo foi designado para as observáveis somente relacionadas aos clientes. Dessa forma, facilitamos para que os outros dois integrantes responsáveis pela observação dos funcionários não perdessem detalhes importantes da execução de suas tarefas.
Um quarto integrante ficou responsável por identificar outros pontos que não foram planejados. Aqui poderia ser incluída as variabilidades durante o atendimento e como os funcionários reagiram diante delas.
Dentro das possibilidades, buscamos quantificar todas as observáveis descritas anteriormente. Algumas não puderam ser quantificadas devido à sua natureza. Para estas, foram feitas algumas perguntas aos funcionários ao final do momento de observação, como no caso de “quantos funcionários aqui estão fazendo hora-extra neste momento?”.
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- Análise Sistemática das Atividades de Trabalho
- Análise partindo dos fatores que levam à “falta de proatividade”
Durante a observação no horário de pico, notamos as seguintes tarefas executadas pelos funcionários observados:
- Corte manual de laranja e outras frutas
- Busca de salgados congelados no interior do estabelecimento
- Moedura de cana com o auxílio da máquina
- Batimento das frutas no liquidificador para vitamina
- Uso da máquina de espremer laranja
- Limpeza do balcão
- Reposição das mercadorias
- Descrição de opções e preços para os clientes
- Fritura de pastéis
- Fritura de coxinhas
Essa variedade de tarefas somada à frequência na qual elas são demandadas, fez com que os trabalhadores não passassem um minuto do momento da observação ociosos. Poderíamos aqui provar de forma quantitativa, através de medições do tempo de execução das tarefas e disponibilidade de mão-de-obra, a sobrecarga dos funcionários. Entretanto, levando-se em conta a questão da falta de ociosidade somada ao fato que havia funcionários fazendo hora-extra nos dois momentos da observação, podemos concluir que a alta demanda de trabalho existe e que não há funcionários bastantes para atende-la.
Diante do que foi observado, fizemos as seguintes conclusões: (1) há um erro cometido no pré-diagnóstico: a alta demanda de serviço é na verdade um efeito e não um fator que leva os funcionários a um determinado comportamento. (2) Não há argumentos que dê suporte à “falta de proatividade” dos funcionários, que foi um dos supostos comportamentos citados pelo chefe da empresa que leva à sua desmotivação com a organização. Em uma primeira análise, alguém poderia afirmar que a sobrecarga faz com que os funcionários não tenham tempo para pensar e implantar melhorias, mas essa é uma outra questão que não pode em hipótese alguma estar relacionada ao proativismo dos trabalhadores analisados. O ajustamento-mútuo feito entre eles, por si só, exige deles essa habilidade, uma vez que ele dependeu integralmente da iniciativa dos funcionários em todo os momentos observados. Sendo assim, a “falta de proatividade” levantada (caso essa se refira à outra habilidade dos funcionários que desconhecemos) não encontrou fatores de causa na nossa análise e, portanto, não será analisada.
O outro fator “sobrecarga do dono” apontado no pré-diagnóstico segue a mesma lógica descrita anteriormente. Dessa forma, essa sobrecarga também deixará de ser tratada como fator e passará a ser vista como efeito.
- Análise partindo dos fatores que levam à FALTA DE CONTROLE DO PROPRIETÁRIO
Durante as observações que foram realizadas em horários diferentes na empresa CanaXi, o proprietário não estava presente no local. Para que pudéssemos colher dados referentes ao seu trabalho, preparamos entrevistas que foram feitas por telefone ao final das observações.
Nas duas entrevistas realizadas, foi confirmado rotinas fixas relacionadas a compra de materiais no CEASA MG, descarrgamento de materiais na empresa, fechamento da empresa e o fechamento financeiro. Primeiramente, o proprietário normalmente inicia seu trabalho as 6:00 da manhã com direção ao CEASA e chega na empresa aproximadamente às 10:00 e trabalha no descarregamento de produtos com a ajuda dos funcionários da linha de frente, ficando aparentemente livre a partir das 11:00. Sobre o fechamento da empresa, o proprietário retorna ao local aproximadamente 19:00 e ajuda no atendimento até as 21:00 quando realiza o fechamento da empresa
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