O TRATAMENTO ALTERNATIVO DE ÁGUAS RESIDUAIS PELO SISTEMA DE ZONA DE RAÍZES
Por: Salezio.Francisco • 10/12/2018 • 3.044 Palavras (13 Páginas) • 388 Visualizações
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Para obter um bom desempenho das zonas de raízes é necessário um bom tratamento primário, geralmente, a fossa séptica. A relação área/pessoa influi fortemente na vida útil do sistema, podendo durar até 15 anos e o tempo mínimo requerido para o tratamento é de dois dias. A demanda de carga na área superficial em relação ao tratamento com plantas por meio de zonas de raízes é de dois a cinco metros quadrados por pessoa equivalente, dependendo da captação do esgoto.
3.1 Wetlands
Wetlands traduzida do inglês, significa áreas úmidas. São exemplos os pântanos, charcos e os mesmos podem ser permanentes ou temporários. Se encontram com altos níveis de saturação hídrica, frequentemente, por estarem em relevos abaciados ou planos. Esta situação estabelece uma alta capacidade de fixação de carbono que resulta numa elevada capacidade de retenção de água e de íons no solo, aumentando a eficácia na filtragem das águas e na regularização da vazão dos rios.
As áreas dos wetlands podem ser divididas em naturais e construídas. As áreas úmidas construídas, é constituída por elementos naturais de tratamento de esgoto compostos por plantas aquáticas e substratos conhecidas também como jardins filtrantes ou filtros de areia plantados. No entanto, as áreas úmidas naturais, ao invés de promoverem sua utilização no tratamento de efluentes, geraram um conjunto de restrições legais que impediram esta finalidade e incentivaram o desenvolvimento do uso de wetlands construídas na engenharia ecológica. Esse sistema tem como única finalidade a melhoria da qualidade das águas.
3.2 Fossa séptica
Nas fossas sépticas ou séticas acontecem às separações e transformações físico-químicas da matéria sólida contida no esgoto, ou seja, essas fossas são na verdade unidades de tratamento primário de esgoto doméstico, apresentando-se como uma forma mais simples e barata para a disposição de esgotos, que são indicados para residências isoladas e zonas rurais. No sistema de tratamento de esgoto por zona de raízes, funcionam como primeiro passo o tratamento do efluente, que é executado pela fossa séptica, onde o principal objetivo é a separação e transformação da matéria sólida, retiradas do esgoto.
A fossa séptica constitui-se em três espaços quando, a agua chega ao primeiro passo, onde ela decanta e se deposita no fundo como aspecto de lodo, gerando uma matéria mais leve, uma espuma a superfície e agua atravessando para segundo espaço passando por orifícios, a decantação dos sólidos arrastados é produzida e os rejeitos passam para o terceiro passo tudo interligados, onde se mantem até atingir um nível essencial para descarga, após esse processo o efluente é transferido para a zona de tratamento de esgoto por zona de raízes.
3.3 Analises de zonas de raízes com diferentes plantas
3.3.1 Cymbopogon nardus Rendle e Canna indica Lily
Instaladas em pequenas propriedades rurais do Brasil, municípios paranaenses. Escavou-se no solo uma área de 4m x 1m de profundidade, a área escavada é revestida por duas camadas de lonas plásticas de 200 micras de espessura para evitar qualquer tipo de contaminação e infiltrações, um quadro equivalente ao tamanho da ETEZR, composto por tubos de PVC de 100mm e furados na porção superior, é colocado sobre a lona no fundo da ETEZR e coberto com brita; posteriormente a estrutura é preenchida 50% com areia grossa (0,50 a 1mm) e 50% com brita nº 2 (até 19mm); em todas os sistemas, a fossa séptica de concreto foi substituída por duas bombonas plásticas de 220 litros, a caixa de gordura foi construída com uma bombona plástica de 60 litros, o mesmo processo foi utilizado para o caso do esgoto proveniente da lavanderia, nesse caso acrescentou-se carvão vegetal para a adsorção do fósforo em uma bombona plástica de 60 litros.
Tabela 1: Resultados obtidos pelas plantas Cymbopogon nardus e Canna indica
[pic 1]
Fonte: Adaptação dos autores PAROLIN; CRISPIM; KAICK, (20--).
Legenda: E/F - nº da ETEZR/nº de pessoas na família; Br- efluente bruto; T - efluente tratado; R% - percentual de eficiência da ETEZR; DQO - Demanda química de Oxigênio; DBO5 - Demanda Bioquímica de Oxigênio.
Interpretações realizadas com base nos autores da tabela:
a) pH: Nesse sentido todos os valores de pH permaneceram dentro dos limites aceitáveis.
b) Turbidez: as ETEZR reduziram em média 84% da turbidez do esgoto.
c) DQO: os valores médios de DQO do esgoto bruto variaram entre 750,3 mg/l máximo e 225,4mg/l mínimo, a eficiência média total das ETEZR para o DQO foi de 87,4%. Entretanto foi registrada eficiência superior a 90% em pelo menos quatro ETEZR.
d) DBO: os valores médios de DBO do esgoto bruto variaram de 395,2 mg/l (máximo) e 95,5 mg/l (mínimo), com média total de 251,4 mg/l.
e) Relação DQO/DBO: a relação entre DQO/DBO para o esgoto bruto foi de 2,2 e para o tratado 1,7. A maior relação para o esgoto bruto foi do município de Rancho Alegre do Oeste (2,2) e Campo Mourão (1,7). Tais valores estão de acordo com os propostos por Von Sperling (1996), que indica relação variando entre 1,7 a 2,4 para esgotos domésticos brutos. As relações entre o DQO/DBO5 para o esgoto tratado mostraram médias de 1,7.
f) Fósforo: em média o esgoto doméstico contém entre 6 a 20 mg/l de fósforo. Tais valores estão consonantes aos detectados nas ETEZR estudada. Para o esgoto bruto a média geral foi de 12,5 mg/l, para o esgoto tratado a média geral foi de 2,8. Merece destaque o fato de que as médias dos valores de fósforo do esgoto tratado de 2 ETEZR de Campo Mourão apresentaram valores médios superiores 4 mg/l. A eficiência média das ETEZR em relação ao fósforo foi de 77,5%, entretanto, em duas estações (Campo Mourão) a eficiência atingiu 87%.
As correlações entre os valores médios de fósforo do esgoto bruto e tratado, tomando por base o número de 2 pessoas por domicílio, estabeleceram correlação positiva r = 0,900 (esgoto bruto) 2 e r = 0,746 (esgoto tratado). Indicando que os valores de fósforo são dependentes do número de pessoas no domicílio. O que pode ser explicado pelo lançamento do efluente da lavanderia no sistema de tratamento, o que eleva o teor de fósforo no esgoto. É importante
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