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O Aproveitamento Energético do Biogás

Por:   •  19/11/2018  •  4.320 Palavras (18 Páginas)  •  299 Visualizações

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Isso corresponde a 1,65x1016 cal. Em termos de equivalência com o petróleo, isso corresponde a 1.527.778 tEP (tonelada Equivalente de Petróleo); o que significa 0,82% da produção nacional de energia e 0,67% do consumo. Os dados mostram também a importância que o biogás teria em relação a várias fontes, particularmente carvão mineral e gás natural cujo potencial de substituição corresponderia, respectivamente, a 72% e 16% de toda a produção nacional. Em relação ao petróleo, o biogás representaria 2,2% do consumo e 3,6% da produção.

A equivalência energética do biogás em relação a outros energéticos é determinada levando em conta o poder calorífico e a eficiência média de combustão. A partir desses dados, pode-se estimar o potencial brasileiro de substituição desses energéticos pelo biogás. Segundo NOGUEIRA (1986), exceto para a eletricidade e GLP (1m3 equivale a 1,25 kWh e 0,40 Kg, respectivamente - MOTTA, 1986).

Conforme se observa, o biogás poderia substituir 5% de todo o consumo nacional de diesel (33.037.000 m3), índice este que corresponde aproximadamente à parcela de diesel destinada à geração de eletricidade.

Em 1997, o setor de transporte rodoviário foi responsável por 74% do consumo nacional de óleo diesel (24.346.000 m3). Desse modo, cerca de 7% dessa parcela poderia ser substituída pelo biogás. Em relação à gasolina, o índice potencial corresponde a cerca de 10%.

Em 1997, as importações de óleo diesel representaram cerca de 18% do consumo nacional desse energético. Estima-se, assim, que o biogás poderia reduzir aproximadamente 28% dessas importações.

Em relação ao GLP e o carvão mineral, verifica-se que o biogás corresponderia a 18,9% e 42,1%, respectivamente. No que diz respeito ao GLP, importa-se cerca de 40% do consumo nacional (11.527.000 m3). Estima-se, assim, que 46,7% dessas importações poderiam ser substituídas pelo biogás.

Quanto à eletricidade, o biogás representaria 1,27% do consumo nacional, o que corresponde a 3,7 milhões de Mwh; ou seja, o equivalente ao consumo anual de uma cidade do porte de Belo Horizonte (cerca de 2 milhões de habitantes).”

O artigo acima mostra claramente que o metano é aproveitável, porém somente em larga escala seu aproveitamento poderia se viabilizar.

Restrições no uso do Biogás

O biogás é um gás leve e de fraca densidade. Mais leve do que o ar, contrariamente ao butano e ao propano, ele suscita menores riscos de explosão na medida em que a sua acumulação se torna mais difícil.

A sua fraca densidade implica, em contrapartida, que ele ocupe um volume significativo e que a sua liquefação seja mais difícil, o que lhe confere algumas desvantagens em termos de transporte e utilização.

O biogás, em condições normais de produção, devido ao seu baixo teor de monóxido de carbono (inferior a 0.1 %) não é tóxico, contrariamente, por exemplo, ao gás de cidade, cujo teor neste gás, próximo dos 20 %, é mortal. Por outro lado, devido às impurezas que contém, o biogás (biometano) é muito corrosivo.

Poder Calorífico Inferior do Biogás em relação aos outros gases correntes:

Gás

P.C.I. em Kcal/m3

Metano

8.500

Propano

22.000

Butano

28.000

Gás de Cidade

4.000

Gás Natural

7.600

Biometano

6.000

O gás mais corrosivo desta mistura é o sulfureto de hidrogênio que ataca, além de outros materiais, o cobre, o latão, e o aço, desde que a sua concentração seja considerável. Quando o teor deste gás é fraco, é, sobretudo o cobre que se torna mais sensível. Para teores elevados, da ordem de 1% (excepcionais nas condições normais de produção do biogás) torna-se tóxico e mortal.

A presença do sulfureto de hidrogênio pode constituir um problema a partir do momento em que haja uma combustão do gás e que sejam inalados os produtos desta combustão, dado que a formação do dióxido de enxofre (SO2) é extremamente nociva causando, nomeadamente, perturbações a nível pulmonar.

O amoníaco, sempre em concentrações muito fracas, pode ser corrosivo para o cobre, sendo os óxidos de azoto libertados durante a sua combustão, igualmente tóxicos. Os outros gases contidos no biogás, não suscitam problemas em termos de toxicidade ou nocividade. O gás carbônico, em proporção significativa (35 %), ocupa um volume perfeitamente dispensável e obriga, quando não suprimido, a um aumento das capacidades de armazenamento. O vapor de água pode ser corrosivo para as canalizações, depois de condensado.

Equivalências Energéticas:

1 m3 de Biogás = 6.000 Kcal - é equivalente a:

1,7 m3 de Metano

1,5 m3 de Gás de Cidade

0,8 L de Gasolina

1,3 L de Álcool

2 Kg de Carboneto de Cálcio

0,7 L de Gasóleo

7 kWh de Eletricidade

2,7 Kg de Madeira

1,4 Kg de Carvão de Madeira

0,2 m3 de Butano

0,3 m3 de Propano

Exemplos de aproveitamento de Biogás

1. O Aterro Bandeirantes, na cidade de São Paulo.

Localizado na altura do km 26 da Rodovia dos Bandeirantes, em Perus, o Aterro Bandeirantes é considerado um dos maiores do mundo, recebendo cerca de 7 mil toneladas diárias de lixo gerado em São Paulo, o que representa a metade do total produzido. O aterro começou a operar há quase 30 anos e a previsão é de que, até 2006, terá armazenado um total de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos.

Os gases

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