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RELAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICA DO SOLO, NUTRIÇÃO DE PLANTAS E A OCORRÊNCIA DE PRAGAS E SEU CONTROLE

Por:   •  26/7/2018  •  2.433 Palavras (10 Páginas)  •  352 Visualizações

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2.Nutrientes

Para que as plantas fiquem livres de danos econômicos causados por pragas e patógenos, há a necessidade e a disponibilidade, na quantidade certas de todos os macros e micro nutrientes essenciais, para a formação de uma planta, mas que os mesmos estejam em proporções satisfatórias, isto é, que haja equilíbrio dos nutrientes entre si e ainda, tanto aquele que se encontra com baixa disponibilidade, tanto os nutrientes que estão em excesso, são limitantes para o crescimento das culturas. O excesso de um nutriente pode levar a deficiência de outros, com reflexo imediato no metabolismo vegetal e na sua resistência a espécies daninhas.

Há evidências experimentais que o excesso de N provoca deficiência de K, Mo, Fe, Cu, Mn e Ca, o excesso de P causa deficiência de Ca, Fe e Zn, o excesso de K causa deficiência de Mg, Ca, e Na e o excesso de cálcio pode causar deficiência de K, Mg, Fe, Cu, Zn, B e Mn.

Os micros nutrientes são essenciais para o funcionamento das enzimas, podendo ser divididos em dois grupos, os que fazem parte das enzimas (ferro, cobre, zinco e molibdênio) e os que são apenas ativadores de enzimas (manganês, cloro e boro).

A indisponibilidade de Mo, Fe, Cu e Mn causada pelos adubos nitrogenados solúveis prejudica a proteossíntese, acumulando nitrogênio na forma de nitrato, dado que esses nutrientes ativam as flavo proteínas as quais reduzem o NO3 e o NH3.

Chaboussou (1987) comenta que o K desempenha papel fundamental no metabolismo glicídio e fosfatado das plantas e que o mesmo encontra-se ligado à resistência dos vegetais às pragas e patógenos, atuando na translocação dos aminoácidos da fonte para o dreno.

O potássio e o fósforo, o qual é constituinte dos ATPS, são necessários para que os aminoácidos sejam reunidos em cadeias polipeptídicas (proteínas). Estes elementos podem tornar-se indisponíveis às plantas devido a alterações das propriedades físicas e químicas do solo, induzidas por fertilizantes minerais solúveis, levando a redução da proteossíntese.

3. Nitrogênio (N)

Existem evidências experimentais que o N em desequilíbrio provoca várias doenças além de influenciar no aumento de pragas em diversas culturas.

Quando há nitrogênio disponível em excesso às plantas de arroz, ocorre acúmulo de substâncias nitrogenadas nas células, aumentando a suscetibilidade à Pyricularia grisea.

Após a aplicação de sulfato de amônia em cana-de-açúcar verifica-se aumento no teor de nitrogênio nas folhas bem como na fecundidade da cigarrinha (Saccharosyne saccharivora).

O N amoniacal (sulfato de amônia, nitrato de amônia) acarreta um nível mais baixo de proteossíntese (aumenta o conteúdo dos aminoácidos nas folhas) em relação ao N nítrico, tornando as plantas mais sensíveis aos patógenos e insetos praga.

Quando uma planta é adubada com N amoniacal, os tecidos da folha ficam mais exsudados, apresentando-se com teores de aminoácidos de três a quatro vezes mais alto, bem como teores de açúcar mais elevados tornando as plantas mais sensíveis a Botrytis em relação àquelas adubadas com N nítrico, devido ao N amoniacal reduzir a proteossíntese, na cultura do milho quando usa o nitrogênio amoniacal, pode ocasionar a murcha bacteriana.

A adubação com NH4+ na região do hipocótilo aumenta os níveis de glutamina e asparagina no feijoeiro, tornando-as mais suscetíveis ao Fusarium solani f. SP. Phaseoli, não sendo verificado o mesmo nas plantas adubadas com NO3- (Zambolim & Ventura, 1996).

A seca provoca certos fenômenos nas plantas de trigo, principalmente acréscimo do teor de N não protéico, queda do teor de auxinas, redução da síntese protéica, aumento de asparagina e prolina, o que favorece a infecção de Puccinia triticina. Ainda sabe-se que o excesso de N mineral ou orgânico no solo, pode provocar o bloqueio de absorção de potássio (K), trazendo malefício para a produção das plantas.

4.Fósforo (P)

As adubações fosfatadas podem aumentar a síntese de proteínas e a atividade celular dos tecidos vegetais, incrementarem vitamina C, óleos vegetais, polifenóis, peroxidase e amônia, conferindo maior resistência da planta hospedeira aos nematóides (Zambolim & Ventura, 1996).

O fósforo correlaciona-se negativamente com a exsudação de aminoácidos nas raízes do trigo, diminuindo a atividade do mal-do-pé (Graham & Menge, 1982).

No pessegueiro, a carência de manganês pode ser resultante de um excesso de fósforo em relação ao equilíbrio cálcio/magnésio. As correções calcárias quando em excesso, podem tornar o manganês não assimilável. Por outro lado, os micronutrientes aumentam a concentração de fósforo nos tecidos das plantas, resultando na presença de cálcio nas células, podendo este fenômeno estar na origem da estimulação da resistência.

5.Potássio (K)

O suprimento das plantas com K, geralmente, porém nem sempre são benéficos. As não leguminosas mostraram decréscimo nos teores de aminoácidos solúveis, ou seja, correlação positiva entre K e proteossíntese, ocorrendo o inverso com leguminosas (trevo vermelho), sendo que, neste caso, o K afetou a fixação simbiótica do N.

O potássio é o segundo elemento com a maior utilização para as, plantas ficando atrás apenas do nitrogênio, sendo absorvido nas proporções de cada 1000 kg, de sementes produzidas são extraídas cerca de 20 kg de KCL, (Hipólito) por conta disto podemos afirmar a importância do potássio na agricultura.

O potássio é também um elemento responsável, pelo processo de formação de nódulos fixa dores de N, assim como no controle das seguintes doenças fúngicas, como seca da vagem e da haste (Phomopsis) e crestamento foliar e mancha púrpura das sementes (Cercospora kikuchii) e cancro da haste (Diporthe phaseolorum f sp meridionalis), podendo ocasionar na cultura da soja. (Asher, 1991).

6.Cálcio (Ca)

Uma das principais funções do cálcio é a na estrutura da planta, como integrante da parede celular, e sua falta afeta particularmente os pontos de crescimento da raiz, sendo também indispensável para a germinação do grão de pólen e crescimento do tubo polínico. O cálcio está envolvido em pelo menos trinta doenças, entre elas as necroses (coração negro ou marrom), necrose hipocotiledonar do feijão, rachaduras de cenoura, e tomate, no algodão ocorre

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