Trabalho Sobre livro TOCAR - Cap 6 e 7
Por: Lidieisa • 26/9/2018 • 3.603 Palavras (15 Páginas) • 470 Visualizações
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Foi levantada a questão se os adolescentes nessa época fazem sexo, mas representando mais uma necessidade de abraço e aconchego e não uma representação do prazer sexual em si, ainda mais que essa é uma época onde os adolescentes têm a necessidade mais constante de tocar.
Segundo as palavras da Dra. McAnarney, “quando os impulsos sexuais tornam a vir à tona na adolescência... o adolescente começa a reconhecer que o genitor do sexo oposto não pode ser seu objeto de amor. Além disso, o tabu do incesto proíbe que o adolescente e esse genitor tornem-se emocional ou fisicamente íntimos demais. A combinação de distanciamento emocional que ocorre quando o jovem se rende à perda do genitor do sexo oposto, com o tabu do incesto, pode ser a principal razão teórica pela qual os adolescentes e seus pais não se dedicam mais a tocar-se”.
Ou seja, como a adolescente não se sente mais à vontade para tocar e demonstrar afeto com seus pais vai à busca de outro tipo de relação para sanar essa necessidade, o que acaba, algumas vezes, se tornando uma gravidez precoce, por falta de maturidade e talvez de informação.
TATO E COMUNICAÇÃO
Uma criança, quando é tocada delicadamente, acariciada, carregada no colo, confortada, aconchegada, tende a fazer isso no futuro com outras pessoas. Nesse sentido, o amor é sexual no sentido mais saudável desse termo, pois implica envolvimento, interesse, responsabilidade, ternura e percepção atenta das necessidades, sensibilidades e vulnerabilidades do outro. Desde os primeiros meses de vida do bebê isso é transmitido e enquanto se desenvolve, e as maiores percepções são sentidas através da pele. O que ele precisa sentir é tranquilidade, conforto e agrado, para que futuramente possa passar aos outros as experiências que sentiu.
Freud coloca que a pele é uma zona erógena diferenciada em órgãos dos sentidos e em zonas erógenas especiais, chamadas de anal, oral e genital, que são realmente as zonas erógenas táteis, e o que ele chama de sexualidade infantil parece ser principalmente tatilidade. À medida que o crescimento e o desenvolvimento prosseguem, essa sensibilidade tátil vai gradualmente sendo transformada em relações interpessoais, em atividades auto eróticas e, por fim, em atividades sexuais.
A estimulação dos genitais em qualquer cultura que seja, é maior nos meninos do que nas meninas, que é inclusive, anatomicamente mais “fácil” de manipular, pois o pênis, escroto e gônadas estão mais evidentes, o que, em partes, explica a maior frequência de masturbação – que é nada mais nada menos do que uma autogratificação por estimulação da pele.
Durante o período de latência (que vai dos quatro, cinco anos até mais ou menos doze), onde e sublimado o interesse pelo sexo, tanto os meninos como as meninas não procuram seus pais para terem contato tátil, mas essa sensibilidade reaparece no final ou logo após a puberdade, onde a necessidade de tocar e ser tocado ficam mais forte do que nunca, como uma realização e satisfação simbólica do afeto que não tiveram antes, assim conquistando intimidade, aceitação, tranquilidade e reconforto.
Durante a puberdade, a sensibilidade tátil-cutânea fica maior, tornando esse toque o foco principal de sua sexualidade, ao passo que as meninas conservam mais o caráter da tatilidade generalizada predominante na infância, ao mesmo tempo em que exibem sensibilidade especial nos seios, grandes lábios e clitóris. As práticas auto -eróticas podem servir tanto como satisfação pessoal quanto como preparo para o coito.
Em muitas culturas é tido como errado o prazer genital, consequentemente induzindo a criança a achar que é ruim explorar o corpo e que haverá algum tipo de punição caso ela o faça. Isso faz com que pensem que é errado conhecer e ter prazer em sentir o corpo, o que pode acarretar em um bloqueio em suas relações na vida adulta.
Mitos: “meninos não choram” e “boas meninas não fazem isso”
Ao ouvirem isso durante toda a sua infância, os meninos aprendem a negar seus sentimentos, pois é atitude de “menino crescido”,o que futuramente, traz a incerteza de quem são e o que sentem na fase adulta. Como não sabem como se comportar, dedicam-se a necessidade de estimulação extrema, tal como a oferecida por filmes de sexo explícito, frenesi do esporte, que faz com que sintam alguma coisa.
No caso das meninas, a indução de que é errado se tocarem e deixarem ser tocadas por garotos, acarreta na negação de sua sexualidade, o que futuramente, causa um esforço muito grande para libertar-se desse estigma, e muitas vezes, algumas mulheres ficam extremamente bloqueadas, talvez sem chance de recuperação.
A diferença de comportamento entre homens e mulheres que não tiveram uma boa dose de afeto na infância, é de que os homens não conseguem se comportar delicada e gentilmente, são rudes por natureza e não sabem lidar com as emoções das mulheres; já as mulheres, sofrem de uma carência sem fim, uma necessidade de receber amor e afeto.
PRIVAÇÃO TÁTIL DE MASTURBAÇÃO EXCESSIVA DURANTE A INFÂNCIA
A masturbação excessiva na infância, dá-se por uma carência de afeto, onde a criança descobre em seu próprio corpo, uma forma de auto gratificar-se, no caso, não necessitando mais da atenção dos pais. Há vários fatores do início da masturbação excessiva, mas isso é juntamente acompanhado pelos pais e médico.
PRIVAÇÃO TÁTIL E VIOLÊNCIA
Segundo pesquisas, descobriu-se que famílias com crianças maltratadas possuíam a mãe, ou pai, ou os dois, com falta de afeto na infância deles mesmos, e além disso, a vida sexual de adultos era totalmente insatisfatória: as mulheres nunca tinham sentido um orgasmo e os homens não se sentiam satisfeitos.
O fato é que prazer e um sentimento que gera violência, como a ira, nunca irão aparecer juntos, então é formado um substituto do prazer, em forma de violência. A sensação pode ser a mesma, porém a forma como é submetida é diferente.
Pode-se verificar o histórico de várias famílias onde o genitor é violento, e descobrir que em sua infância, houve carência de afeto e amor de seus pais, o que pode variar dependendo da pessoa.
Inclusive, a maioria dos estupradores, invariavelmente do sexo masculino, tendem a cometer esse tipo de violência não para obtenção do sexo, mas para ser brutal com uma mulher, o que implica em uma frustração por não ter recebido amor da mãe na infância.
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