Resenha Histórica Sobre a Poligamia
Por: Rodrigo.Claudino • 11/3/2018 • 2.910 Palavras (12 Páginas) • 423 Visualizações
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na literatura histórica dos tempos antigos, embora não exista clara evidência de um estado poliândrico na sociedade judaica primitiva, a poligamia parece ter sido uma instituição bem estabelecida.
Outro dado de destaque é o facto em tempos posteriores na história, o Talmude de Jerusalém ter restringido o número pela habilidade do marido em manter as esposas de forma adequada. Havia conselhos forte de que um homem não devia ter mais do que quatro esposas. Portanto, a poligamia foi proibida no Judaísmo pelos rabinos, não por Deus. O rabino Gershom ben Judah recebeu o crédito da proibição da poligamia no século XI marginalizando-a por mil anos (que terminaram em 1987) para os judeus da Europa Oriental (Ashkenazi). Os judeus do Mediterrâneo (sefaraditas) continuaram a praticar a poligamia.
Will Durant afirma que, a poligamia foi praticada por judeus ricos em terras islâmicas, mas era rara entre os judeus do cristianismo. Joseph Ginat, professor de antropologia social e cultural na Universidade de Haifa diz que a poligamia é comum e crescente entre cerca de 180.000 beduínos de Israel. Também é frequente entre os judeus mediterrâneos vivendo no Iêmen, com os rabinos permitindo que os judeus se casem com até quatro esposas. No moderno Israel, quando a esposa não é capaz de ter filhos ou é mentalmente doente, os rabinos dão ao marido o direito de casar com uma segunda mulher sem divorciar a primeira esposa.
Portanto, afirma-se claramente que no Islamismo, a poligamia é permitida. O homem pode se casar com até quatro mulheres, com a condição de que dê atenção igual a cada uma delas. Por exemplo, na sua explicação os muçulmanos consideram ser justo um homem se casar com várias esposas do que ter amantes, e que é da natureza do homem ser poligâmico e da mulher ser monogâmica. Também é bom frisar que o Islã não permite o contato sexual antes do casamento e proíbe também o sexo extraconjugal.
No cristianismo, Jesus que ignorou a poligamia, é irrisório como modelo para os costumes matrimoniais, uma vez que ele não se casou durante seu ministério terreno. Na escritura cristã, como diz o padre Eugene Hillman não existe em nenhum lugar no Novo Testamento, qualquer mandamento explícito que afirma que o casamento deve ser monogâmico ou qualquer mandamento explícito proibindo a poligamia. A Igreja em Roma baniu a poligamia de modo a se adequar à cultura greco-romana que prescrevia apenas uma esposa legal, embora tolerasse o concubinato e a prostituição.
Mais além, Valentiniano I conhecido como imperador romano no século IV, autorizou os cristãos a terem duas esposas. No século VIII Carlos Magno, que mantinha o poder sobre a igreja e o estado, praticou a poligamia, tendo seis, e algumas fontes sustentam ter tido nove esposas. Joseph Ginat, o autor da obra “Famílias Poligâmicas na Sociedade Contemporânea”, a Igreja Católica desaprovou a prática, mas ocasionalmente admitiu segundos casamentos para líderes políticos.
Não exagerando, mas parece que Santo Agostinho não observou na poligamia qualquer imoralidade ou pecado intrínseco, e declarou que a ela não era um crime onde fosse a instituição legal de um país. Agostinho escreveu em The Good of Marriage – O Bem do Casamento, capítulo 15, que a poligamia era lícita entre os antigos patriarcas: se é lícita agora também, eu não me pronunciarei apressadamente. Porque agora não existe necessidade de ter filhos, como havia então, mesmo quando as esposas tinham filhos, era permitido, de modo a ter uma descendência mais numerosa, casar com outras esposas, o que agora certamente não é lícito.
Aquando da Crise Religiosa do século XVI, na Reforma Protestante, Martinho Lutero disse, “Eu confesso que de minha parte se um homem deseja se casar com duas ou mais esposas, eu não posso proibi-lo porque isso não contradiz a Escritura”. Ele aconselhou Felipe de Hesse a manter seu segundo casamento em segredo para evitar escândalo. Um dos maiores poetas da língua inglesa e o famoso puritano inglês, John Milton (1608 – 1674).
A poligamia em África
A poligamia é uma prática frequente na África, fazendo parte de muitas culturas. Embora a poliginia seja mais comum, a poliandria também existe. Estas práticas não estão associadas ao patriarcado ou à sociedade matriarcal, ainda existentes em África, mas às condições de vida na zona rural, embora possam verificar-se casos isolados na zona urbana.
Em outros lugares do mundo, a poligamia existe sem estar necessariamente relacionada a questões religiosas. Em sociedades mais tradicionais da África Subsaariana, por exemplo, a prática é comum – segundo o relatório Social and ethical aspects of assisted conception in anglophone sub- Saharan Africa, da Organização Mundial de Saúde . O estudo da OMS afirma que, mais do que ser aceita, a poligamia é até mesmo incentivada entre os homens nesses lugares. E, em muitas regiões africanas, a religião predominante é o islamismo – o que promove uma soma de questões culturais e religiosas, fortalecendo ainda mais a aceitação da prática.
Um dos factores que serve como incentivo à poligamia na África é a valorização enorme da maternidade nesse continente. “Crianças são tão valorizadas na África que a procriação é considerada a maior razão para o casamento e a principal causa, se não a justificativa, para a poligamia e outras formas de casamento que poderiam ser consideradas mais ou menos estranhas pela perspectiva de outras culturas”, diz um outro relatório da OMS para a África, intitulado “ART and African sociocultural practices: worldview, belief and value systems with particular reference to francophone África”. Essa atenção dada à maternidade na África chega a ser incoerente com outras ocorrências observadas no continente. Por exemplo, a prática da mutilação genital costuma causar sérios danos à saúde sexual das mulheres, dificultando as relações sexuais, o parto, ou até mesmo tornando-as estéreis. Além disso, a mortalidade infantil é altíssima no continente, que apresenta também elevadas estatísticas de crianças que se tornaram órfãs devido ao fato de seus pais serem vítimas da Aids.
A OMS (organização mundial da saúde) aponta, ainda, conseqüências nada positivas da poligamia na África. Cria-se uma competição entre as diversas esposas, que lutam por direitos relacionados à gravidez, ao parto e à maternidade, e são submetidas à pressão de dar à luz herdeiros do sexo masculino – já que estão inseridas numa sociedade patriarcal. Um outro fator associado à prática da poligamia é o crescimento do número de filhos por pai, e da média
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