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Resenha Crítica Sobre Skinner e o Behavirismo Radical

Por:   •  18/4/2018  •  1.352 Palavras (6 Páginas)  •  1.821 Visualizações

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Skinner questionava o valor dos conceitos teóricos. A sua teoria explica o comportamento individual sem recorrer aos conceitos de personalidade tradicionais: traços, motivações inconscientes, motivações conscientes, auto realização etc.

É uma teoria contextual, enfoca no ambiente e não no organismo (Zuriff, 1985). Se exigimos que uma teoria da personalidade descreva as características internas de um indivíduo, a teoria de Skinner evidentemente não é uma teoria da personalidade. Por outro lado, sua ênfase no ambiente desafia a teoria da personalidade a considerar o contexto situacional, muitas vezes ignorado por ela.

O fato de os indivíduos diferirem em seus traços ou comportamentos característicos, fenômeno fundamental para a teoria da personalidade, pode ser explicado por uma análise behaviorista. Cada indivíduo foi exposto a uma história de aprendizagem ligeiramente diferente, que foi mais fortalecida por certos comportamentos do que por outros.

Segundo Richard I. Evans (1981ª, p.123) Skinner não pode de forma alguma ser considerado um teórico da personalidade, mas representa historicamente a alternativa mais importante para a psicologia da personalidade.

O behaviorismo estimulou os teóricos da personalidade a desenvolver novos conceitos teóricos e métodos de mensuração, e eles têm considerado cada vez mais o comportamento. A maioria das pesquisas sobre a personalidade do passado apoiava-se em questionários que apresentavam muitas perguntas sobre pensamentos e sentimentos e pouquíssimas sobre comportamentos.

O Behaviorismo foi alvo de inúmeras críticas, dentre elas está a da Gestalt. De acordo com esta, o Behaviorismo defende a ideia de que as pessoas agem todas da mesma forma, vivenciando as experiências (estímulos) de forma igual e reagindo às mesmas de forma idêntica. A principal crítica da Gestalt ao Behaviorismo é que ele ao estudar o comportamento isola o estímulo da resposta esperada, ou seja, acredita que para um certo estímulo sempre se terá uma determinada resposta, desprezando as nuances da percepção, que podem ser pensadas como algo ligado ao valor da consciência e por sua vez fazer muita diferença no comportamento, podendo, inclusive, modificar o seu sentido.

Outros críticos dizem que Skinner teria superestimado o potencial de aprendizagem de qualquer comportamento. Sua teoria não descreve as condições as contribuições genéticas para a personalidade (como temperamento e intelecto inatos). Muitas vezes sua teoria foi injustamente criticada em relação a isso, pois Skinner reconhecia a influencia de fatores genéticos sobre o comportamento de animais e de seres humanos, porém ele pensava que essa influência da genética era muitas vezes exagerada e dizia que mesmo as pessoas geneticamente menos bem dotadas, podiam ter uma inteligência menor ou uma tendência acentuada para distúrbios mentais podiam melhorar suas condições pela aplicação dos princípios do comportamento.

Provavelmente a maior objeção à teoria de Skinner é a de que ela descreve as pessoas como não-livres (Garrett, 1985). A crença de que os indivíduos são livres e responsáveis por seu próprio comportamento leva muitas pessoas a rejeitar os pressupostos deterministas de Skinner. Ele contestou os conceitos tradicionais que afirmavam que as pessoas eram autônomas e livres, mas que se mostravam incapazes de fornecer meios eficazes para o autocontrole e o controle social. Descartava o humanismo como uma força que impede a compreensão científica do comportamento.

Arthur Staats (1986, 1993) desenvolveu uma teoria do behaviorismo psicológico, que fornece elementos behavioristas para a compreensão da personalidade. Ele critica a tradição do behaviorismo radical de Skinner por negligenciar alguns temas da personalidade: diferenças individuais e testes psicológicos. Além disso, seu modelo incorpora influências biológicas. Staats propõe que a personalidade consiste em repertórios de comportamentos, que, como os traços, variam de uma pessoa para outra e levam a comportamentos diferentes.

Desta forma, conclui-se que o Behaviorismo Radical de Skinner, assim como qualquer outra teoria, foi alvo de inúmeras críticas, mas, apesar delas, Skinner trouxe muitos ganhos para a psicologia, sendo então, uma teoria que vale a pena ser estudada e aplicada em muitos casos.

Referências bibliográficas:

Moreira, Marcio Borges. Princípios básicos da análise de comportamento – Porto Alegre: Artmed , 2007, 224 p.: il ; 25 cm

Skinner, Burrhus Frederic, 1904-1990. Sobre o Behaviorismo / B. F. Skinner; tradução de Maria da Penha Villalobos. 10ª edição. São Paulo: cultrix 2006.

http://www.psicologianaactualidade.com/upload/Trabalho%20Critico%20de%20Psicologia%20da%20Aprendizagem_Final.pdf

Teorias da Personalidade, Skinner e o Behaviorismo Radical. Cap. 9

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