Psicologia Clinica e Juridica - Semelhanças e Discordâncias
Por: eduardamaia17 • 4/4/2018 • 3.611 Palavras (15 Páginas) • 331 Visualizações
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Resultados e Discussão
A pesquisa foi realizada a partir de 2 entrevistas como foi citado anteriormente. A primeira foi com o psicólogo jurídico, Mauricio Ribeiro, que trabalha no Tribunal de Justiça do Ceará, e a segunda foi com a psicóloga clinica, Susana Lins, que trabalha em sua clinica e pratica o magistério junto com o psicólogo jurídico que foi citado anteriormente.Primeiramente, foi perguntado sobre a formação acadêmica de cada um e no desenrolar da entrevista foi perguntado por que de ambos terem escolhido o curso de psicologia, como resposta o psicólogo jurídico disse a famosa frase “não foi eu que escolhi a psicologia, e sim ela que me escolheu”. Após essa decisão ele cursou psicologia na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde concluiu sua graduação. Já a psicóloga clínica, disse que aos 13 anos teve a sua primeira consulta com uma psicóloga e apaixonou-se pela profissão. A partir dessa decisão, conclui seu ensino médio e foi cursar psicologia na Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
Em relação a abordagem, Mauricio R. preferiu não falar, pois disse que em sua atuação no tribunal de justiça não se utiliza da mesma e sim apenas da psicologia jurídica, porém o mesmo admitiu que possui uma abordagem na qual se identifica. De antemão, Susana Lins contou que escolheu a abordagem humanista fenomenológica.
Sobre as dificuldades encontradas na área de atuação de cada um. Mauricio disse que na área jurídica o mais difícil era a sobrecarga de trabalho e o pouco tempo para resolvê-lo de maneira realmente focado nessa demanda. Susana disse que na área clinica o mais complicado é o retorno financeiro, ela citou que deve investir muito em sua clinica e na continuação de sua formação, pois a graduação não te proporciona todo esse conhecimento da área clínica.
Foi questionado sobre a demanda a cada um dos psicólogos, o jurídico disse que existe uma maior demanda de psicólogo jurídico nos CRAS, do que propriamente no tribunal de justiça, hoje em dia o mesmo trabalha fazendo e executando projetos da área de dependência química e essa seria a sua maior demanda no momento. A clínica relatou que a sua maior demanda atualmente em sua prática em consultório é sobre crises existências, relacionamentos com os pais, namorados entre outros.
No que diz respeito sobre a finalidade da psicologia nas respectivas áreas, Mauricio apontou que a psicologia ajuda a interpretar as leis de uma maneira mais “humanista” preservando a individualidade de cada um e através disso se torna mais fácil elaborar projetos voltados aos dependentes químicos, pois o psicólogo vai estar ali para cumprir a lei, mas buscando uma melhoria do individuo. Susana apontou que o psicólogo clínico em sua visão tem como objetivo ajudar aquele paciente a encontrar uma forma de vida mais saudável onde ele possa se sentir melhor e aliviar um sofrimento.
Em questão ao uso de algum instrumento ou técnicas para a intervenção profissional, o psicólogo jurídico disse que não utiliza de seus conhecimentos teóricos em psicologia e se utiliza principalmente das leis; a psicóloga clínica respondeu que utiliza de métodos da abordagem centrada na pessoa (ACP).
No que concerne a satisfação, ambos disseram que amam o que fazem e sentem extremamente úteis a sociedade.
A psicologia, como estudo, já existia há muito tempo, porém como um ramo da filosofia. Somente no século XIX, na Alemanha, com Wundt, surgiu o primeiro laboratório de estudo científico da psicologia, fazendo que a mesma evoluísse como disciplina, com seu objeto de estudo definido, próprios métodos e teorias. Como profissão, no Brasil, ela só foi reconhecida em 1962, sendo uma profissão muito recente, e por muitos ainda é desconhecida em relação as suas práticas, objetivos e as áreas que ela abrange, além de ser costumeiramente frequentemente de maneira errônea pelo senso comum.
O psicólogo é um profissional que desenvolve uma intervenção no processo psicológico do homem, uma intervenção que tem a finalidade de torná-lo saudável, isto é, capaz de enfrentar as dificuldades do cotidiano; e faz isso a partir de conhecimentos acumulados pelas pesquisas cientificas na área de psicologia. (Bock, Ana – 1999)
A psicologia jurídica, uma das áreas escolhidas como objeto de pesquisa, já era praticada no Brasil antes da regulamentação da profissão do psicólogo, ela tem como objetivo contribuir e colaborar para o melhor exercício do direito. Na área jurídica o psicólogo pode atuar nas varas de família, varas da infância e adolescência, justiça do trabalho e justiça comum. (Ribeiro, 2013)
O psicólogo jurídico entrevistado trabalhou em vários ramos na psicologia jurídica. Trabalhou com crianças vitimas de violência, logo após foi para a vara de penas alternativas onde foi a 1° vara de penas alternativas no Brasil, e por lá permaneceu por 12 anos e logo após foi para a secretaria de justiça onde está atualmente e desenvolve projetos na área de dependência química. Ele citou que quando fazia interferências direitas, sua intervenção se dava por meio de pedido do juiz e com isso ele iria observar o comportamento dos indivíduos, diferenciando da prática clínica, e isso gerou alguns questionamentos de pessoas que chegaram a confundir sua profissão com assistência social, pois ele não poderia se utilizar das mesmas técnicas da clínica.
A outra área de atuação escolhida foi a psicologia clínica. De acordo com Figueiredo (2006) a psicologia clínica se baseia na observação e análise aprofundada de casos individuais. Criada por volta do final do século XIX por alguns médicos psiquiatras e neurologistas que tratavam pacientes com doenças mentais, foi desenvolvida por Freud, médico, discípulo de Breuer. Eles utilizavam a hipnose como método de cura de tais pacientes.
A psicóloga clínica disse que já trabalhou com grupos, porém atualmente está trabalhando mais com consultas individuais onde tem por objetivo ajudar o paciente a encontrar uma forma de vida onde ele se sinta mais em paz. Ela até citou um fato marcante em sua trajetória profissional onde em seu estágio clinico, atendeu uma paciente que sofria com síndrome de boderline, e a paciente olhou para e ela e disse que a mesma não sabia de nada e que não poderia ajudá-la, o que deixou a psicóloga sem reação pois ela estava em seu primeiro estágio e foi logo confrontada dessa forma, mas no fim deu tudo certo e essa paciente permaneceu com ela durante 2 anos.
A psicologia tem como objeto de estudo o homem, e se divide em várias abordagens para compreensão
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