Análise do Filme - Precisamos Falar sobre o Kevin
Por: Hugo.bassi • 19/11/2018 • 1.287 Palavras (6 Páginas) • 759 Visualizações
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O transtorno de conduta é definido pelo DSM-IV como um padrão repetitivo e persistente de comportamento, no qual os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes e apropriadas à idade são desrespeitadas. Destacando-se como características: pouca empatia, pouca preocupação com o sentimento, desejo e bem-estar alheios, ausência ou prejuízo de sentimento de culpa, remorso inautêntico, responsabilidade de outras pessoas pelos seus atos, fraca tolerância à frustração, acesso de raiva e irritabilidade, imprudência (Trindade, 2004). O filme mostra uma família sem estrutura, um ambiente familiar desprovido de empatia onde os membros não se conheciam verdadeiramente e não havia presença de afeto. Kevin tentou contra sua mãe até o final ao premeditar o assassinato de várias pessoas em sua escola, faltando apenas três dias para completar 16 anos, o que ocasionou a culpabilidade de Eva por seus crimes devido à idade.
Concluindo, Eva foi desamparada pelo marido, ausente como apoio, sentia o peso da culpa pelo o que se tornou o filho. Mesmo com o crime de assassinato incluindo o do pai e irmã, Eva movida por esse sentimento de culpa recria o ambiente (quarto) da infância de Kevin para recebe-lo ao sair da prisão na tentativa de reconectar se como mãe com seu filho negligenciado.
Sabemos que um ambiente pode influenciar uma criança a se tornar um adulto com formas variadas de transtornos, sabemos ainda que podem haver influencias biológicas que causem ou agravem o mesmo quadro, porém concordamos que ainda é difícil saber se a psicopatia está inócua no ser humano apenas esperando o fator desencadeante ou se um ambiente adequado poderia inativar esse processo. O que podemos afirmar é que um ambiente familiar acolhedor e facilitador poderia minimizar o fato ocorrido neste filme analisado, pois mesmo que Kevin apresentasse algum sinal, pai e mãe teriam maiores condições de discutir ações e tomar providencias que visasse a segurança e melhoria no núcleo familiar.
BIBLIOGRAFIA
Badinter, E. (1985). Um amor conquistado – O mito do amor materno (W. Dutra, Trad.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Goldenberg, G. W. (1998). O pai simbólico está ausente na criança e no adolescente infrator. In D. L. Levisky (Org.). Adolescência pelos caminhos da violência: a psicanálise na prática social. (pp. 113-128). São Paulo: Casa do psicólogo
Winnicott, D. W. (2000). De pediatria à psicanálise: Obras escolhidas (Trad. D. Bogomoletz). Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1958).
Winnicott, D. W. (2002). Os bebês e suas mães (Trad. J. L. Camargo). São Paulo: Martins Fontes. (Obra original publicada em 1987).
Trindade, J. (2004). Manual de Psicologia Jurídica. Para operadores do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado.
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