Figado e Vias Biliares
Por: Jose.Nascimento • 5/4/2018 • 2.543 Palavras (11 Páginas) • 382 Visualizações
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Ele é sustentado a partir da superfície inferior do diafragma pelo ligamento coronário, seu formato se ajusta a disposição das estruturas ao seu redor. Sua superfície supero-anterior acompanha a suave curvatura da parede do corpo.
A superfície ínfero-posterior apresenta as impressões do estomago, intestino delgado, rim direito e intestino grosso. As superfícies superior, anterior e posterior do fígado constituem a face diafragmática por causa de sua relação com o diafragma. A superfície ínfero-posterior é denominada face visceral.
A descrição clássica do fígado apresenta quatro lobos. A impressão esquerda determinada pela veia cava inferior marca a divisão entre o lobo direito e o pequeno lobo caudado. Inferiormente ao lobo caudado encontra-se o lobo quadrado, localizado entre o lobo hepático esquerdo e a vesícula biliar.
A descrição clássica dos quatro lobos foi baseada na topografia de superfície do fígado e, dessa forma, não atende as demandas da ciência medica moderna, especialmente no que se refere a cirúrgica. Como resultado, um sistema mais abrangente para a descrição da estrutura do fígado foi desenvolvido. A nova terminologia é complexa, mas sem essência subdivide os lobos hepáticos em segmentos baseados nas principais subdivisões da artéria hepática própria, veia porta do fígado e ductos hepáticos.
[pic 6] [pic 7]
- LÓBULO HEPÁTICO: Massa poliédrica contígua a outros hepatócitos e separados uns dos outros por lâminas de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Esta separação e onde se localizam estas estruturas são chamados de espaços. No lóbulo, as células hepáticas ou hepatócitos dispõe-se em placas orientadas radialmente, dispostas em uma só camada, a partir da veia centro lobular.
- ESPAÇO PORTA: Em algumas regiões, os lóbulos ficam separados por vasos e tecido conjuntivo. São as regiões que ocupam os cantos dos poliedros. Estes espaços costumam conter:
- um ramo da veia porta;
- um ramo da artéria hepática;
- um ducto biliar (com epitálio cúbico simples)
- HEPATÓCITOS: células poligonais, dispostas em cordões celulares, medindo 20-30μm de diâmetro, de citoplasma granuloso, basófilo, com um núcleo central, arredondado, de cromatina frouxa, com 1 ou 2 nucléolos bem evidentes. Suas superfícies estão em contato:
- com a parede dos capilares sinusóides através do espaço de Disse;
- com a parede de outro hepatócito adjacente, mas limitando com essa célula um espaço virtual, tubular: o canalículo biliar .
- CANALÍCULOS BILIARES são, portanto, espaços tubulares formados por hepatócitos adjacentes. Não têm paredes próprias: sua parede é formada pela membrana dos hepatócitos. Recebem a bile produzida pelos hepatócitos.
- ESPAÇO DISSE: estreito espaço que separa a parede dos capilares sinusóides dos hepatócitos.
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- CAPILARES SINUSÓIDES: Formam uma extensa rede entre placas adjacentes de hepatócitos. Apresenta-se envolto por um delicado arcabouço de fibras reticulares. Os sinusóides hepáticos são capilares de paredes revestidas por 2 tipos celulares:
- células endoteliais;
- células de Kuppfer (são macrófagos, pertencendo ao sistema mononuclear fagocitário).
- Os sinusóides hepáticos são os capilares mais permeáveis do corpo graças aos poros de até 1μm entre as células endoteliais.
[pic 8]
2.2 HEPATÓCITO
O fígado é constituído principalmente por células hepáticas ou hepatócitos. Os hepatócitos têm formato poliédrico e medem 20-30 mm. Estes se agrupam em placas que se anastomosam entre si formando unidades morfológicas chamadas lóbulos hepáticos. Nestes, os hepatócitos se dispõem em placas orientadas radialmente. Cada placa é constituída por células dispostas em uma só camada. Cada lóbulo é uma massa poliédrica de tecido hepático de cerca de 0.7 por 2 mm de tamanho. Os lóbulos se encostam uns nos outros em quase toda sua extensão. No entanto, em algumas regiões, os lóbulos ficam separados por tecido conjuntivo e vasos. Estas regiões ocupam os cantos do poliedro e recebem o nome de espaços-porta.
O hepatócito é uma célula de grande versatilidade funcional. Tem funções glandulares endócrinas e exócrinas. As principais atividades do hepatócito são:
- SÍNTESE PROTEICA: Praticamente todas as proteínas plasmáticas, à exceção das gamaglobulinas, são formadas pelas células hepáticas, como albumina, protrombina, fibrinogênio e lipoproteínas. O hepatócito elimina-as na corrente circulatória. O fígado tem função endócrina graças a produção de insulina like growth factor (IGF-1 e IGF-2). Em presença de hepatopatia crônica (p.ex., cirrose), as proteínas plasmáticas, como albumina, podem cair para níveis muito baixos, causando edema generalizado e ascite.
- SECREÇÃO DA BILE: função exócrina do hepatócito. São 2 os componentes principais da bile: os ácidos biliares e a bilirrubina. 90% dos ácidos biliares provêm de reabsorção intestinal, chegando ao fígado pela veia porta e são transportados pela célula hepática para os canalículos biliares. Os restantes 10% são sintetizados no hepatócito. A Bilirrubina é produzida pela digestão da hemoglobina pelas células do sistema mononuclear fagocitário, é captada pelo hepatócito e conjugada com o ácido glicurônico.
- ACÚMULO DE METABÓLITOS: Os lipídios e glicídios, importantes reservas energéticas, são acumuladas na célula hepática sob a forma de gorduras neutras e glicogênio. O fígado também serve de armazenamento de várias vitaminas, principalmente a vitamina A.
- O Fígado, através da GLICONEOGÊNESE, transforma compostos não glicídicos (aminoácidos, ácido lático e glicerol) em glicose. É também a principal sede do processo de desaminação de aminoácidos. Esse processo gera amônia, substância neurotóxica. O fígado, então, transforma essa amônia em ureia, sendo posteriormente excretada.
- DESINTOXICAÇÃO E NEUTRALIZAÇÃO: Muitas moléculas tóxicas, como certos fármacos (sulfonamidas, penicilina, ampicilina, eritromicina), hormônios (praticamente todos os esteroides, como estrogênio, cortisol e aldosterona),
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