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Tratamento da Toxoplamose (causada pelo protozoário Toxoplasma gondii)

Por:   •  22/11/2017  •  5.971 Palavras (24 Páginas)  •  553 Visualizações

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- O parasito

O T.gondii passa por diversas formas ou fases (figura 1). O hospedeiro intermediário (humanos e diversos animais), o parasitopode ser encontrado em vários tecidos e células, além dos líquidos orgânicos que são, por exemplo, asaliva, o leite, o liquido peritoneal,o sangue,etc. Enquanto no hospedeiro definitivo (Felídeos), ele é encontrado nas células do epitélio intestinal (NEVES, 2006).

Figura 1 – Título

[pic 1]

Figura 1: Toxoplasma gondii. A - Taquizoíto livre, em líquidos orgânicos; B – Taquizoítos dentro de macrófago; C – oocisto imaturo (visto em fezes de gato), contendo apenas dois esporocistos em formação; D - oocisto maduro (visto em fezes de gato e ambiente contaminado), contendo dois esporocistos e cada um com quatro esporozoítos no seu interior.Fonte: (NEVES, 2009)

A ultraestrutura e a organização do T.gondii é alongado ligeiramente encurvado, em arco crescente e com uma das extremidades mais atenuada que a outra, ele mede 4 a 8 µmde comprimento por 2 a 4 µmde largura, com núcleo situado no meio do corpo. Ele é revestido por duas membranas: uma externa e simples e outra interna e dupla, sob a primeira. O aparelho apical (figura 2) interage com as roptrias, das ações necessárias para a penetração nas células do hospedeiro. Roptrias e micronemas ficam na região anterior, indo desde as proximidades do núcleo, onde têm maior volume, até a extremidade anterior, que alcançam depois de se atenuando e de atravessarem o conóide (REY, 2010).

Figura 2 – Título

[pic 2]

Figura 2: Esquema para mostrar a estrutura do aparelho apical de um esporozoário, Toxoplasma gondii(redesenhado de Souza, 1974). A – Anéis do conoide. Fe – Fibras do conoide. Me – membrana externa. Mi – membrana interna. Mt - microtúbulos do conoide (Co). R – Roptria.

Fonte: (REY, 2010)

As formas de vida do parasita são, inicialmente, o Oocisto que é a forma de resistência que possui uma parede cística bastante resistente às condições do meio ambiente, são reproduzidos sexualmente na mucosa intestinal dos felídeos não imunes e são eliminados junto com as fezes. Ele pode se diferenciar em Taquizoito (Toxon = arco) que é a forma encontrada durante a fase aguda da infecção, foi a primeira forma descrita e o seu aspecto morfológico é em forma de arco (figura 3). Ele se apresenta com a forma de meia lua com uma das suas extremidades mais afiladas e a outra arredondada, com seu núcleo em posição central. A outra forma é oBradizoito (Bradys = lento) encontrado em vários tecidos, e se multiplicam lentamente dentro dos cistos na fase aguda, por endodiagenia. O tamanho do cisto é variável e depende da célula parasitada e do número de bradizoitos em seu interior (NEVES,1985).

Figura 3: Título[pic 3]

Figura 3 – Toxoplasma gondii: esquema de um taquizoíto, mostrando detalhes de sua estrutura básica. Ap= anel polar; C= conóide; M= micronemas; R = Róptrias; Gd = grânulos densos; Re = retículo endoplasmático; Cg = complexo de Golgi; N = núcleo; Mp= Membrana plasmática; Cmi = complexo da membrana interna; Mp = microporo; A = apicoplasto; Mi = mitocôndria. Fonte: (NEVES, 2009)

Os oocistos são eliminados pelas fezes dos gatos no estagio de esporoblastos não infectante. Na presença de oxigênio, a temperatura entre 20 e 30°C, os oocistos esporulam em um a três dias, tempo na qual passam para a forma de esporogônia (oocisto maduro), se tornando infectantes para os mamíferos, pássaros e eventualmente, para o homem, que são infectados após a ingestão de oocistos de fezes secas ou cistos teciduais de sangue contaminado, principalmente carne malcozida, assim inicia-se um ciclo proliferativo em muitos tecidos e, com o desenvolvimento da imunidade, formam-se os cistos. Porem somente nos felinos ocorre o ciclo enteroepitelial (VERONESI, 1991; LIBMAN, WITZBURG, 1995).

- Ciclos

Nos hospedeiros definitivos, o T.gondii realiza tanto o ciclo sexuado quanto o assexuado. As espécies dos gêneros Felis e Linx, mas principalmente os gatos, são os únicos nos quais o T.gondii pode completar todo o seu duplo ciclo de vida. Outros animais (mamíferos ou aves), que são os hospedeiros intermediários, não podem manter nada além do ciclo assexuado, eles transmitem a infecção apenas quando sua carne servir para a alimentação de animais carnívoros e/ou onívoros, ou pela transmissão congênita (REY, 2010).

Quando o T.gondii é ingerido, os trofozoítas se espalham através do corpo via linfáticos e corrente sanguínea. O parasito invade célula nucleada e se reproduz, resultando em morte celular e necrose tecidual progressiva. No paciente imunocompetente, as defesas do hospedeiro, incluindo os linfócitos T, macrófagos ativados, gama-interferon e anti-corposespecíficos, normalmente acarretam à defesa da infecção primária. Grande parte dos organismos são mortas e o restante se encista e se torna latente. Os cistos que contem milhares de organismos, se reproduzem lentamente e se desenvolvem em qualquer tecido, mas são especialmente comuns no SCN, no miocárdio e na musculatura esquelética. A imunossupressão pelo HIV permite a reativação e a disseminação da infecção latente, produzindo a doença sintomática (LIBMAN, WITZBURG, 1995).

O T.gondii é um parasito intracelular obrigatório, ele se propaga nos mais diversos tipos de célula no organismo dos hospedeiros. Ele tem uma maior afinidade por células do sistema fagocítico mononuclear, para os leucócitos e para as células parenquimatosas. Quando penetram nas células, os toxoplasmas desenvolvem um processo de endocitose, não rompendo a membrana da célula invadida, mas depois que o parasito se ligaa ela pelo conoide, invagina-se para endocitar o Toxoplasma. No momento da penetração,as roptrias esvaziam-se, parecendo que seu conteúdo é necessário nesse seguimento, e que a membrana do vacúolo onde abrigam-se os toxoplasmas seja, ao menos, modificada por eles, e através dela são realizadas as trocas metabólicas entre os parasitos e o organismo do hospedeiro (REY, 2010).

O que acontece no tubo digestivo dos gatos é que quando um gato jovem é infectado com, por exemplo, camundongos que tenham toxoplasmose aguda ou crônica, e começa a aparecer oocistos em suas fezes. Os parasitos penetram nas células epiteliais dos gatos, arredondam-se e começam a se multiplicar assexuadamente, podendo repetir esse ciclo muitas

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