A importância da avaliação nutricional para o envelhecimento saudável
Por: Rodrigo.Claudino • 21/12/2017 • 4.020 Palavras (17 Páginas) • 475 Visualizações
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REVISÃO DA LITERATURA
Avaliação nutricional
O estado nutricional é definido pela Associação Americana de Saúde Pública como a “condição de saúde de um indivíduo influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes e identificada pela correlação de informações obtidas através de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”6. A avaliação nutricional tem como objetivos, identificar os pacientes com alto risco de apresentar complicações associadas ao estado nutricional, para que se possam intervir através de terapia nutricional adequada e monitorizar a eficácia da intervenção dietoterápica. Os métodos utilizados para a avalição nutricional são, história clínica; exame físico; antropometria e exames laboratoriais.
História Clínica
Do ponto de vista nutricional, os aspectos relevantes são: perda de peso, alterações do padrão alimentar, presença de sintomas gastrintestinais, avaliação da capacidade funcional, demanda metabólica, antecedentes médicos, uso de medicamentos, história social e história dietética.
Exame Físico
Podemos identificar sinais de carências nutricionais observando a pele, cabelo, dentes, gengivas, lábios, língua, olhos e genitálias masculinas, a inspeção geral proporciona muitas informações úteis, como sinais de depleção nutricional, tais como perda de tecido subcutâneo na face, tríceps, quadríceps e cintura; perda de massa muscular no quadríceps e deltoide, presença de edema em membros inferiores, região sacral e ascite e a coloração de mucosas. Uma ferramenta interessante é a mini avaliação nutricional, utilizada em pacientes com idade maior ou igual a 65 anos, que estão desnutridos ou com risco de desnutrição. É composta por um questionário de rápida e fácil realização. Ele é dividido, além da triagem, em quatro partes: avaliação antropométrica; avaliação global (modo de vida, medicação, mobilidade e problemas psicológicos); avaliação dietética (número de refeições, ingestão de alimentos e líquidos e autonomia na alimentação); e auto avaliação (a auto percepção da saúde e da condição nutricional).
Antropometria
A antropometria é um método não-invasivo de baixo custo e universalmente aplicável, disponível para avaliar o tamanho, proporções e composição do corpo humano. O processo de envelhecimento acarreta alterações corporais, as quais são importantes de serem avaliadas num plano nutricional. Há diminuição da massa magra e modificação no padrão de gordura corporal, onde o tecido gorduroso dos braços e pernas diminui, mas aumenta no tronco. Os métodos antropométricos mais utilizados são: peso, altura, suas combinações e pregas cutâneas.
Peso
O peso é considerado o somatório de células do corpo, tecidos de sustentação, órgãos, músculos e água, ele expressa a dimensão da massa ou volume corporal. Para sua mensuração utiliza-se uma balança calibrada, pela manhã, em jejum e com a bexiga vazia, utilizando o mínimo de roupa com o paciente permanecendo estático em pé ou deitado. Existem três definições de peso para uma boa avaliação nutrológica, são eles:
- Peso atual: é aquele medido no momento da avaliação;
- Peso habitual: é definido como aquele "normal" que o indivíduo apresenta, quando considerado hígido e exercendo suas atividades usuais;
- Peso ideal: são valores subjetivos ideais de peso, de acordo com a estrutura, gênero e idade, que por sua vez, podem ser subdivididos em:
-Peso ideal mínimo = (altura)2 X 19 para mulheres e x 20 para homens;
-Peso ideal médio = (altura)2 x 21,5 para mulheres e x 22,5 para homens; o
-Peso ideal máximo = (altura)2 x 24 para mulheres e x 25 para homens.
Outro dado muito importante na avaliação é o percentual de peso perdido, que pode ser calculado subtraindo o valor do peso atual do usual multiplicando esse valor por 100 e depois dividindo-o pelo peso usual. Relacionando o percentual de peso perdido e o tempo com o que ocorreu podemos classifica-lo como perda ponderal significativa. [pic 1]
Altura
A altura representa o maior indicador do tamanho corporal geral e do comprimento dos ossos, os adultos geralmente são medidos em pé. Após os 40 anos, ocorre uma redução da estatura de 1,0 a 2,5 cm por década, devido a redução dos discos intervertebrais, achatamento das vertebras e acentuação da cifose dorsal, lordose e escoliose. Em casos que a estatura não pode ser medida seja por dificuldade de permanecer em pé ou por problemas sérios de coluna, no adulto jovem pode – se utilizar a medida da envergadura dos braços que é equivalente à sua altura, pode-se também utilizar a medida altura do joelho através das seguintes fórmulas, para homem a altura (cm) = 64,19 – (0,04 x idade) + (0,02 x altura do joelho em cm); para mulher a altura (cm) = 84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm).
Combinações peso e altura
Índice de massa corporal ou corpórea (IMC): foi criado por Quetelet, e sua utilização na prática clínica foi proposta há três décadas. O IMC é calculado através da divisão do peso pela altura do paciente ao quadrado. Um dos problemas do IMC é que ele não considera a distribuição desta gordura corporal (que está mais associado a risco cardiovascular) e não distingui a composição corporal, podendo dar falsos diagnósticos de sobrepeso. A classificação do estado nutricional segundo o IMC é representada na tabela abaixo, sendo que o IMC = 12kg/m2 é considerado limite mínimo para sobrevivência humana:
[pic 2]
Tanto um baixo IMC quanto um alto IMC estão associados com um maior risco de morbimortalidade, porém as causas são diferentes. No caso de baixo IMC, as causas mais comuns são: tuberculose, câncer pulmonar e doença pulmonar obstrutiva crônica, já com alto IMC, as causas são: doenças cardiovasculares, diabetes e, para homens, câncer de cólon. Em relação aos idosos, apesar de não haver uma posição oficial da OMS, aconselha-se, que em idosos acima de 65 anos, utilize a seguinte classificação de IMC:
- Baixo
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