A Tuberculose (TB)

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de tuberculose, o risco de morte por tuberculose chega a ser nove vezes maior quando comparados com aqueles que nunca fumaram. Quando os fumantes cessam o consumo de tabaco, o risco de morte por tuberculose cai significativamente (65% comparado com aqueles que continuam o vício). Portanto, a cessação do tabagismo é um importante fator para a redução da mortalidade por tuberculose.5

4.2 Coinfecção TB-HIV

Um grande fator de risco para o adoecimento por TB é a infecção pelo HIV, sendo que uma doença acarreta a evolução da outra, promovendo transformações epidemiológicas em ambas as enfermidades. 6

A coinfecção TB-HIV, que é responsável pelo aumento da incidência, da prevalência e da mortalidade por TB, afeta principalmente os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, devido aos baixos níveis de instrução populacional e a falta de acesso aos serviços gratuitos de saúde e aos preservativos. 6

Nas populações mais vulneráveis, as taxas de incidência são maiores do que a média nacional da população geral. O risco para desenvolver TB num indivíduo, sem infecção pelo HIV, pode variar de 5 a 15% no decorrer da vida, enquanto que, naqueles indivíduos infectados pelo HIV e coinfectados pelo M.tuberculosis, a porcentagem varia de 5 a 15% ao ano, ou 50% no decorrer da vida. Entre os portadores de HIV a chance de contrair a TB é 30 vezes maior do que nos indivíduos suscetíveis que não apresentam infecção do HIV.2

O número de co-infectados TB/HIV residentes no Município de São Paulo (MSP) em 2004 foi de 1220 doentes, sendo 76,4% (932) casos novos, 10,6% (129) recidivas e 13,0% retratamentos pós abandono. Em 2004 houve uma redução de 10,0% de co-infectados em relação a 2003 e de 8% de 2003 em relação a 2002. Essa redução é resultado do tratamento por quimioterapia anti-retroviral.4

4.3 Tuberculose e determinantes sociais

Devido a forma de transmissão da TB, o grande número de favelas, cortiços e outras moradias subumanas que existem nas principais capitais do Brasil, como no caso analisado São Paulo e Rio de Janeiro, fazem a incidência de TB disparar, sendo, dessa forma, capitais líderes no ranking de incidência no país.5

As taxas de incidência de TB nas populações mais vulneráveis são maiores do que a média nacional da população geral que é de 44,1 por 100.000 habitantes. Na população carcerária, a taxa é 25 vezes maior e na população indigente, que vive nas ruas, a taxa chega a ser 67 vezes maior.6,7

4.4 Tuberculose na cidade do Rio de Janeiro, RJ

O Rio de Janeiro apresenta atualmente a taxa de incidência para a tuberculose de aproximadamente 54 pessoas por 100.000 mil habitantes, a maior incidência do país. Um dos fatores que mais contribuem para o aumento dessa incidência é a grande densidade populacional algo em torno de 5.265 hab/km².3

Ao todo, de casos antigos e novos, 72 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes no estado têm a doença, que está relacionada à pobreza, ausência de ventilação nas moradias e que requer tratamento rigoroso para ser curada.8

Na cidade do Rio, a tuberculose é um reflexo dos “bolsões de pobreza”, locais com grande concentração de unidades habitacionais sem acesso à ventilação e à luminosidade, como nos vários aglomerados da cidade. Classificando um quadro que facilita a propagação de doenças respiratórias. A cidade do Rio, por esses motivos, concentra a maior quantidade de casos da doença no estado. 6

4.5 Tuberculose na cidade de São Paulo, SP

A cidade de São Paulo notifica anualmente cerca de 7.000 casos, representando em números absolutos o maior contingente de casos do Brasil. No entanto, o coeficiente de incidência da doença da cidade, 23,8 casos por 100.000 em 2012, não é o maior do país.7

A taxa de incidência de TB na cidade de São Paulo também é um sintoma dos problemas da maioria das capitais brasileiras, por possuírem uma grande densidade demográfica e uma significativa desigualdade social. Apesar de ter uma densidade demográfica de 7387,89 hab/ km² uma das maiores do Brasil, a incidência ainda é inferior ao do Rio de Janeiro, líder no ranking de notificação de novos casos, pois cerca de 11% da população carioca vive em aglomerados e lugares insalubres.3,7

5 CONCLUSÃO

Segundo o estudo realizado, sintetiza-se que a incidência de casos na cidade do Rio de Janeiro é maior que a de São Paulo. Dessa forma, espera-se que medidas de prevenção e controle sejam tomadas com maior eficácia para que a notificação de novos casos atinja um menor número.

A desigualdade socioeconômica apresentou-se como um fator significante para os casos de incidência da tuberculose. A associação do HIV com a TB também revelou uma relação intima com o aumento da incidência semelhante ao tabagismo. Portanto, a tuberculose continua sendo um desafio a ser superado no Brasil que se concentra em grandes centros urbanos e nos aglomerados populacionais.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. World Health Organization. Global Tuberculosis Report 2012. WHO Library. Genebra, Suíça; 2012.

2. Muniz Jordana Nogueira, Ruffino-Netto Antonio, Villa Tereza Cristina Scatena, Yamamura Mellina, Arcencio Ricardo, Cardozo-Gonzales Roxana Isabel. Aspectos epidemiológicos da coinfecção tuberculose e vírus da imunodeficiência humana em Ribeirão Preto (SP), de 1998 a 2003. J. bras. pneumol. 2006; 32(6): 529-534

3.