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Trabalho Sobre Tuberculose

Por:   •  16/2/2018  •  1.605 Palavras (7 Páginas)  •  335 Visualizações

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Figura 6: percentual de cultura entre os casos de retratamento da tuberculose. Brasil, 2009-2013

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Figura 7: percentual de testagem para HIV entre os novos casos de tuberculose. Brasil, 2009-2013.

[pic 7]

Prevenção

Em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin isolaram uma cepa do bacilo da tuberculose para produzir culturas vivas atenuadas a serem usadas como vacina. A cepa recebeu o nome de bacilo Camette-Guérin, dando origem à BCG sendo aplicada pela primeira vez em crianças em 1921.2

Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente no primeiro ano de vida até no máximo quatro anos, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidos que apresentam sinais ou sintomas de HIV não devem receber a doença.2 A vacina não protege indivíduos já infectados pelo Mycobacterium tuberculosis mas oferece proteção aos não infectados contra as formas mais graves, como meningoencefalite tuberculosa e a tuberculose miliar na população menor de 5 anos.4

Para prevenir as pessoas devem evitar aglomerações, particularmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação. Não há transmissão por objetos compartilhados.2

Diagnóstico bacteriológico

A pesquisa bacteriológica é o método de importância tanto para diagnóstico quanto para controle de tratamento.3

O exame microscópio direto ou baciloscopia direta deve ser realizado por laboratórios públicos ou privados por ser um método simples e seguro. A pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl – Nielsen, é a técnica mais utilizada. Na visualização microscopia são observados bastonetes delgados, ligeiramente curvados, granulosos, isolados aos pares ou em grupos e que apresentam-se corados de vermelho em um fundo azul, com coloração de Ziehl-Neelsen. A baciloscopia do escarro permite detectar 60 a 80% dos casos de tuberculose pulmonar.3,4

A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da tuberculose. Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico da doença.3

Deve-se colher para amostra o escarro que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse e não a que obtém da faringe ou por aspiração de secreção nasal ou amostra com saliva. Outros espécimes clínicos podem ser utilizados para a investigação do Mycobacterium tuberculosis, além do catarro, entre elas: urina, pus, fluídos orgânicos oriundos de lavado gástrico e brônquico, escarro induzido, além de material de biopsia e de ressecção. O volume ideal é de 5 a 10 mL. O material deve ser coletado em potes plásticos: boca larga, descartáveis, transparente e estéril. A identificação do paciente deve ser feita no corpo do pote e nunca na tampa. 3,4

O diagnóstico deve ser feito a partir de, pelo menos, duas amostras de escarro. Será considerado como tuberculose pulmonar positiva o caso que apresentar:

- Duas baciloscopias diretas positivas; ou

- Uma baciloscopia direta positiva e cultura positiva; ou

- Uma baciloscopia direta positiva e imagem radiológica sugestiva de tuberculose; ou

- Duas ou mais baciloscopia negativa, com imagem radiológica sugestiva e achado clínico, solicitando cultura para efetivação do diagnóstico.4

Figura 8: Critérios para leitura e interpretação da baciloscopia do escarro, após concentração ou não, corada pelo método de Ziehl-Neelsen

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A cultura consiste na detecção e no isolamento da micobactéria, bem como na identificação da espécie e/ou complexo isolado, na determinação da sensibilidade do germe aos medicamentos de tuberculose. Os meios de cultura mais comumente utilizados são os sólidos à base de ovo, Lowenstein-Jensen e Ogawa-Kudoh. São vantajosos pois tem custos baixos e apresentam baixo índice de contaminação. A desvantagem é o tempo de detecção do crescimento bacteriano que varia de 14 a 30 dias, podendo se estender por até 8 semanas. Os antimicrobianos testados, em geral, são estreptomicina, isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida.3,4

Tratamento

Devido a taxa de cura inferior 85% e de abandono superior a 5% demonstraram a necessidade de aumentar a qualidade na cobertura do tratamento diretamente observado (TODO) no Brasil. Neste, o profissional de saúde passa a observar a tomada de medicação do paciente desde o início do tratamento.3

Para todo caso de tuberculose (novo ou retratamento) deve-se realizar o TDO, pois é impossível predizer quais casos não aderiram ao tratamento.3

Considerando o comportamento metabólico e localização do bacilo, o esquema terapêutico antituberculose deve atender a três objetivos:

- Ter atividade bactericida precoce: é a capacidade de matar o maior número de bacilos, o mais rápido possível. Em geral, após duas a três semanas de tratamento, a maior parte dos pacientes deixam de ser bacilífero.

- Ser capaz de prevenir a emergência de bacilos resistentes: a forma de evitar bacilos resistentes é a utilização de esquemas terapêuticos com diferentes fármacos antituberculose simultaneamente.

Figura 9: Frequência de mutantes resistentes em relação aos principais fármacos utilizados no tratamento da tuberculose.

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- Ter atividade esterilizante: capacidade de eliminar todos os bacilos de uma lesão impedindo a recidiva da tuberculose após o tratamento.

Em 2009, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose prevê a apresentação farmacológica com comprimidos em dose fixas combinadas dos quatros medicamentos: rifampicina (R) 150 mg, isoniazida (H) 75 mg, pirazinamida (Z) 400mg e etambutol (E) 275 mg conforme figura 11. Para crianças abaixo de 10 anos, permanece a recomendação do esquema RHZ conforme figura 12.

Figura 10: Esquemas preconizados segundo situação de tratamento do paciente e unidades de atendimento

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