Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

TCC de enfermagem residencia

Por:   •  22/1/2018  •  8.939 Palavras (36 Páginas)  •  321 Visualizações

Página 1 de 36

...

As primeiras infecções hospitalares surgiram no ano 325 d.C., quando os bispos da Igreja Católica passaram a abrigar as pessoas doentes em galpões junto às catedrais existentes na Europa. Durante séculos os doentes foram tratados sem serem separados quanto à nosologia que apresentavam. Os pacientes conviviam lado a lado com pacientes terminais infectados. Na metade do século XIX, James Simpson revela que a mortalidade relacionada à amputação era quatro vezes maior em pacientes internados do que naqueles submetidos ao procedimento no domicílio. (COUTO, 1997 apud FRANCISCO, 2009).

No Brasil, os primeiros relatos quanto à ocorrência de infecção hospitalar, surgiram na década de 50, e, embora se utilizasse o termo “contaminação hospitalar”, referiam como causas à esterilização do material hospitalar, o uso indiscriminado de antibióticos e o surgimento de micro-organismos resistentes. Em 1985, com o episódio da morte do presidente Tancredo Neves, a infecção hospitalar torna-se popular pelo trabalho realizado pela mídia. É nesse período que começam, então, as denúncias das infecções hospitalares, e seus riscos passam a fazer parte do cotidiano da população brasileira, por meio das manchetes dos jornais. (SILVA, 2003; OLIVEIRA, 2008).

No ano de 1987, o Ministério da Saúde, pressionado pelos fatos veiculados na imprensa relativos a casos de infecções hospitalares, emite a Portaria nº. 232/1988, que criava o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (PNCIH). Com o intuito de apoiar o PNCIH foi promulgada a Lei Federal 9.431/1997, obrigando todos os hospitais brasileiros a constituir uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), mas vetava obrigatoriedade da existência do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, a composição e as competências deste e da Comissão de Controle e busca ativa de casos. (BRASIL, 1988; OLIVEIRA, 2008).

No ano seguinte após a Lei Federal nº 9.431 ter entrado em vigor, o Ministério da Saúde emite a Portaria nº. 2.616/1998, ainda em vigor, que mantém a obrigatoriedade da existência de um Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) em todos os hospitais do país, e trata da organização e competências da CCIH e PCIH, estabelece os conceitos e critérios diagnósticos das infecções hospitalares, dá orientações sobre a vigilância epidemiológica das infecções hospitalares e seus indicadores. (OLIVEIRA, 2008; FRANCISCO, 2009).

A CCIH é um órgão de assessoria à autoridade máxima da organização, para o fornecimento de informação e auxílio à tomada de decisão, e de execução das ações de controle da infecção hospitalar, possuindo caráter deliberativo. Executa tarefas importantíssimas, tais como: detectar casos de infecção hospitalar, elaborar normas de padronização, colaborar com o treinamento de todos os profissionais de saúde, realizar controle da prescrição de antibióticos e oferecer apoio técnico à administração hospitalar. (FRANCISCO, 2009).

A resistência antimicrobiana, que é uma inevitável consequência do uso indiscriminado de antimicrobianos, tornou-se o principal problema de saúde pública no mundo, já que as bactérias resistentes têm emergido e se espalhado nos hospitais e nas comunidades. As principais bactérias resistentes às drogas antimicrobianas são: Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), Streptococcus pneumoniae não susceptível à penicilina, Enterococos resistente à vancomicina (VRE), Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamase de espectro ampliado (ESBL) e Klebsiella pneumoniae resistente a ampicilina. (SANTOS 2004; ANDRADE, 2006).

Santos 2003, relata que em todo ambiente hospitalar, a preocupação com o controle de infecção é ponto primordial entre todos os profissionais da saúde, passando a ser parte integral e constante nas ações e procedimentos realizados pela enfermagem.

Os profissionais de saúde conhecem o tema “infecção hospitalar”, sabem da importância de manter as técnicas de higienização das mãos junto com outras medidas de assepsia e de usar corretamente os antimicrobianos, no entanto, não aderem às normas e padrões nos serviços de saúde. Enfermeiros citam a inadequação do número de funcionários em relação ao número de pacientes¸ que tem como consequência a falta de tempo que leva a falhas no cumprimento dessas técnicas e rotinas, como um dos obstáculos para a aplicação das medidas de prevenção e controle da infecção hospitalar. (TURRINI, 2000).

Os erros de administração de antimicrobianos tem se revelado um sério problema, pois além de danos ao paciente promove a indução e seleção de bactérias multirresistentes que não podem ser curadas prontamente com as drogas antimicrobianas existentes. Essas bactérias são disseminadas e infectam com frequência os pacientes internados tornando-se um desafio para o controle da infecção hospitalar.

Neste sentido, este trabalho visa à identificação dos erros de administração para com os antimicrobianos com intuito de auxiliar no desenvolvimento de novas práticas que garantam o uso adequado e racional desses medicamentos, aumentando, assim, a segurança do paciente.

-

JUSTIFICATIVA

A infecção hospitalar representa um desafio na prática, tanto para a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar como para os profissionais de saúde. A sua ocorrência determina um aumento considerável no período de hospitalização, da morbimortalidade e, paralelamente contribui na elevação dos custos hospitalares, tornado-se um problema de saúde pública. (ANDRADE, 2006).

Em um estudo realizado por Pereira em uma Unidade de Terapia Intensiva com objetivos de relatar os fatores dificultadores do controle de infecção e indicar aspectos a serem considerados na assistência, enfermeiros deixaram de citar o uso de antimicrobianos como desafio para o controle das infecções hospitalares, portanto sabemos que o uso inadequado desses medicamentos promove seleção de bactérias multirresistentes que são disseminadas, tornando os pacientes mais suscetíveis. (PEREIRA, 2000).

Nesse projeto pretendo apresentar a relação da resistência bacteriana ocasionada pelo uso indiscriminado de antimicrobianos, com a infecção hospitalar. De forma a apresentar o conhecimento e prática dos enfermeiros quanto à administração desses medicamentos e a importância do uso correto para evitar a seleção de micro-organismos resistentes e assim minimizar o risco de infecção hospitalar.

Esperando contribuir na construção de um novo olhar quanto ao processo de infecção hospitalar

...

Baixar como  txt (64.9 Kb)   pdf (129.1 Kb)   docx (44.8 Kb)  
Continuar por mais 35 páginas »
Disponível apenas no Essays.club