SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO PERIOPERATÓRIO – METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO
Por: kamys17 • 19/8/2018 • 3.503 Palavras (15 Páginas) • 287 Visualizações
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A SCMG foi fundada em 1936, em Goiânia, no setor Central. Na década de 1980 foi realizada a construção de um novo prédio, devido às más condições do primeiro, em um novo local, no setor Vila Americano. Atualmente, também, é vinculada à Sociedade Goiana de Cultura, e se tornou um hospital de referência na assistência à saúde, ensino e pesquisa na região, sendo um hospital escola.
Sua estrutura é constituída por 230 leitos de internação, 12 salas de cirurgia, e 20 leitos de unidade de terapia intensiva (adulto). São realizadas em torno de 45 cirurgias, e 2 mil atendimentos na unidade por dia. Seu corpo físico, atualmente, é formado por 700 profissionais. Cada enfermeiro (a) é responsável por dois postos, ambos contendo 3 enfermarias, com 6 leitos, cada uma, e um isolamento. E para cada enfermaria há um técnico de enfermagem responsável.
Esta visita técnica foi realizada nas enfermarias de urologia e clínica cirúrgica. O foco foi observar e investigar como ocorria o pré-operatório dos pacientes. Na urologia havia apenas 6 pacientes, sendo um em isolamento (leito 3041, paciente com doença de base (DB) de câncer (CA) de bexiga), e outro já de alta (leito 3053), e nas enfermarias: leito 3043, paciente de neurologia, aguardando cirurgia, já em jejum (traumatismo crânioencefálico (TCE) a 4 anos, evoluindo para hidrocefalia); leito 3048, paciente com DB de adenocarcinoma de reto médio, em pós operatório tardio (POT) de retossgmatectomia e ileostomia; leito 3054, paciente com dorsalgia; leito 3056, paciente com doença arterial obstrutiva periférica e presença de necrose em MMII (membros inferiores), aguardando confirmação de cirurgia. Na clínica cirúrgica haviam 11 leitos ocupados de enfermaria e 1 leito de isolamento ocupado, porém no dia da visita houve 5 pacientes de alta, permanecendo apenas 6 pacientes nas enfermarias, sendo os seguintes leitos: leito 3062, paciente com mega cólon chagásico com presença de fecaloma, aguardando confirmação de cirurgia; leito 3064, paciente com mega esôfago chagásico e em 6° dia de pós-operatório (PO) de Serra Dória; leito 3068, paciente em pós-operatório imediato (POI) de toracostomia com drenagem fechada; leito 3070, paciente com necrose de 5° podáctico, aguardando confirmação de cirurgia; leito 3073, paciente em pós-operatório mediato (POM) de Sinustomia maxiloetmoidal bilateral; leito 3076, paciente em POI de drenagem torácica fechada à direita e toracostomia; Isolamento, leito 3079, paciente em PO de esofagectomia, esofagostomia e gastrostomia, toractomia e decorticação pulmonar, em nutrição parenteral, com traqueostomia, faz hemodiálise (insuficiência renal aguda).
Durante a visita foram analisados 13 pacientes, com base nos prontuários e pessoalmente com o próprio paciente e/ou acompanhante. Foi achado apenas 1 paciente que estava em pré-operatório (com indicação de cirurgia), leito 3043. O paciente já se encontrava em jejum, aguardando o parecer do médico cirurgião para real confirmação do procedimento naquele mesmo dia, ou seja, o paciente já se encontrava em pré-operatório imediato. Até o momento, da visita, a acompanhante não havia recebido outras orientações além do jejum de oito horas.
PONTOS-CHAVE
Perante a observação da realidade, foram levantados os seguintes pontos-chave:
- Segurança do paciente (protocolo de cirurgia segura) – justificativa: deficiência da orientação aos pacientes quanto à cirurgia;
- Sistematização da assistência de enfermagem no período perioperatório – justificativa: deficiência de um método científico e planejado para assistência do paciente.
De acordo com oque foi observado, e após diversas discursões em grupo, foi escolhido apenas um ponto para ser teorizado: Sistematização da assistência de enfermagem no período perioperatório.
TEORIZAÇÃO
A enfermagem não tem o foco da sua atuação na patologia em si, mas no processo saúde doença como um todo. Se observarmos a história natural da doença, percebemos que há uma pirâmide, que deve ser fechada para a instalação de uma patologia, ou, alteração do bem estar de saúde como um todo. Para ocorrer essa alteração são envolvidos três fatores: agente etiológico, meio ambiente e indivíduo. Cada um desses fatores tem um universo de determinantes (ROQUAYROL, GOLDBAUM; 2003).
Para o indivíduo os determinantes mais importantes seriam os psicológicos, socioeconômicos e culturais. Para o ambiente já há diversos determinantes como condições estruturais da unidade de saúde, pessoas e objetos (mobílias, equipamentos, PPS – Produtos para saúde) daquele local, condições sanitárias e de moradia do paciente. Já os determinantes para o agente etiológico também são múltiplos, sendo os mais importantes: porta de entrada (se está relacionada à assistência de enfermagem ou da equipe multiprofissional), como a CCIH (Comissão de controle de infecção hospitalar) está trabalhando a educação continuada com os profissionais como um todo, se a unidade está seguindo o protocolo de segurança do paciente (ROQUAYROL, GOLDBAUM; 2003).
A enfermagem tem uma visão ampliada, buscando achar os problemas, planejar como resolvê-los, melhorando o bem-estar e a saúde do paciente (SILVA, SANTOS; 2009).
Pensando em planejamento da assistência de enfermagem, uma das principais formas de planejar e organizar a assistência faz-se por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem que, segundo Silva et al (2011, p. 1381) “[...] é um modo de exercer a profissão com autonomia baseada nos conhecimentos técnicos-científicos no qual a categoria vem se desenvolvendo nas últimas décadas”.
A SAE busca promover uma assistência holística, individualizada e mais qualificada ao paciente consolidando o comprometimento e a responsabilidade do profissional perante os pacientes, familiares e comunidade. Neste sentido, proporciona ações tanto na área assistencial quanto administrativa, o que facilita a organização do trabalho e dos serviços da equipe de enfermagem (ADAMY, TOSATTI; 2012).
As teorias de enfermagem contribuem para que o profissional tenha uma visão ampla e holística de planejamento e assistência ao paciente de forma sistemática, realizando um cuidado organizado, porém não fragmentado (GEOVANINI et al, 2010; LEMOS, SURIANO, 2013).
Segundo Geovanini et al (2010, p. 4):
Esta abordagem tenta articular o saber da Enfermagem com as diversas formas de expressão da ciência moderna de modo
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