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Anabolizantes - O Culto do Corpo Perfeito

Por:   •  28/3/2018  •  3.436 Palavras (14 Páginas)  •  465 Visualizações

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Objetivo Geral

- Conscientizar sobre os efeitos negativos das drogas, mostrando que elas causam dependência física e psíquica além de diversas doenças.

Objetivos Específicos

- Despertar o interesse dos alunos, na busca ou ações coletivas preventivas contra o uso dessas drogas;

- Oportunizar o debate e reflexões em torno dos fatores sociais, familiares, econômicos que influem no uso abusivo das drogas para atingir o corpo perfeito;

- Incentivar a erradicação do uso de drogas na sociedade já que há a comercialização indiscriminada destes tipos de produtos.

Metodologia

A metodologia deste projeto será embasada nos pressupostos da pesquisa participante, de cunho qualitativo. Podendo ser dividida em duas etapas, na primeira será um levantamento bibliográfico e a segunda etapa será realizada palestras aos alunos e a comunidade escolar, procurando mostrar as consequências maléficas dessas drogas no ser humano e sua extensão na sociedade.

Referencial Teórico

3.1 CULTO AO CORPO E SOCIEDADE DE CONSUMO

A história da imagem corporal iniciou-se no século XVI, na França, com o médico e cirurgião Ambroise Paré, que percebeu a existência do membro fantasma, caracterizando-o como a alucinação de que um membro ausente. Três séculos depois, Weir Mitchell, da Filadélfia (EUA), demonstrou que a imagem corporal (sem se referir ao termo, “imagem corporal”) pode ser mudada sob tratamento ou em condições experimentais (BARROS, 2005).

A escola francesa também deixou sua contribuição com os estudos de Bonnier, o qual, em 1905, descreveu um distúrbio em toda imagem corporal como “esquematia” (distorção do tamanho das áreas corpóreas). Mas foi na escola britânica que os estudos sobre imagem corporal aprofundaram-se, tanto nos aspectos neurológicos quanto nos fisiológicos e psicológicos. O neurologista Henry Head, do London Hospital, foi o primeiro a usar o termo “esquema corporal” e também o primeiro a construir uma teoria na qual “cada indivíduo constrói um modelo ou figura de si mesmo que constitui um padrão contra os julgamentos da postura e dos movimentos corporais” (BARROS, 2005).

Head demonstrou que qualquer alteração postural pode mudar o que ele chamou de esquema corporal (schemata): “Qualquer coisa que participe do movimento consciente de nossos corpos é somada ao nosso modelo corporal e torna-se parte deste schemata” (BARROS, 2005).

Mas a maior contribuição nesta área foi dada por Paul Schilder, pois desenvolveu sua experiência tanto na neurologia quanto na psiquiatria, assim como na psicologia. Schilder considera a imagem corporal um fenômeno multifacetado. Em suas investigações, “ele analisou a imagem corporal não apenas no contexto do orgânico, mas também na psicanálise e na sociologia” (BARROS, 2005). Em sua definição de imagem corporal, diz que “a imagem corporal não é só uma construção cognitiva, mas também uma reflexão dos desejos, atitudes emocionais e interação com os outros”. Mas uma de suas mais importantes reflexões consistiu na introdução da idéia de que a imagem do corpo não possui apenas fatores patológicos: os eventos diários também contribuem para sua construção (BARROS, 2005).

Segundo LE Boulch (1985) distingue-os alegando que “esquema corporal é conotado como uma estrutura neuromotora que permite ao indivíduo estar consciente do seu próprio corpo anatômico, ajustando- o às solicitações de situações novas, e desenvolvendo ações de forma adequada” (ARAÚJO, 1992)

Qual o custo que se paga por um corpo “ideal”?

Partindo-se deste questionamento, percebe-se que na sociedade atual o corpo tem sido, cada vez mais, considerado um objeto passível de modelagem. São diversas as formas que se têm para modelar, reparar, diminuir ou aumentar proporções, modificando-se a estética natural. Dentre as ferramentas para efetivar estas transformações, os anabolizantes podem ser considerados uma via de baixo custo e acessível para quem deseja obter um modelo de corpo ideal (SANTOS, MENDONÇA, et al., 2006)

Para compreender o consumo de anabolizantes faz-se necessário compreender o crescente culto ao corpo na sociedade de consumo contemporânea. Desde os estudos pioneiros de Marcel Mauss, a antropologia tem mostrado como o corpo constitui-se, em todas as culturas, em símbolo sobre o qual se inscrevem as normas culturais. Os padrões de beleza, os significados associados aos músculos ou ao corpo obeso transformam-se ao longo do tempo e refletem os valores centrais de cada contexto cultural. Nas sociedades tradicionais, as marcas sociais no corpo indicavam o pertencimento do nativo a determinada etnia e sua inserção no espaço social. O fato novo, contudo, para o qual chama atenção Marzano-Parisoli é a amplitude do fenômeno de valorização do invólucro corporal e o reforço dos critérios estéticos e éticos de controle aplicados aos corpos na contemporaneidade (IRIART, CHAVES e ORLEANS, 2009).

Na sociedade contemporânea, marcada por valores como o consumismo, o individualismo, a busca do sucesso e o acúmulo de bens materiais, o corpo tornou-se também objeto de consumo. O consumismo permite aos indivíduos se situar socialmente mediante a possessão e acúmulo de capital material e simbólico. As mercadorias, os objetos, as roupas e o corpo enquanto objetos de consumo passam a dizer a “verdade” sobre o sujeito constituindo suas referências, sua autoestima, e sua identidade.

A enorme valorização da aparência corporal inscreve-se num processo em que o corpo físico assume um papel fundamental na exteriorização da subjetividade e na construção das identidades. Esse processo foi potencializado pela mídia, que adquiriu enorme poder de influência sobre as pessoas na contemporaneidade, passando a ocupar um papel importante na disseminação de valores e padrões estéticos e contribuindo para a criação de novas necessidades que, por sua vez, alimentam uma milionária indústria da estética que não cessa de se expandir (IRIART, CHAVES e ORLEANS, 2009).

Nosso corpo é, antes de tudo, nosso primeiro e maior mistério (BARROS, 2005). Para estarmos realmente presentes no mundo, é preciso reconhecer que somos um corpo em sua imensidão de complexos processos que nos fazem ricos em sua consciência e inconsciência desconcertantes e pragmáticas e em suas atitudes,

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