POMAR DE ESSÊNCIAS NATIVAS
Por: Salezio.Francisco • 14/3/2018 • 3.496 Palavras (14 Páginas) • 293 Visualizações
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- OBJETIVO
Avaliar a importância do pomar e seus usos para a restauração ambiental, bem como conhecer algumas das espécies mais utilizadas para essa finalidade e como é feita a produção de mudas, além do planejamento adequado para implantação de pomares de sementes de espécies florestais nativas.
- POMAR DE ESSÊNCIAS NATIVAS
3.1. O que é o pomar?
“É a plantação planejada, estabelecida com matrizes superiores, isoladas, com delineamento de plantio e manejo adequado para a produção de sementes”. O pomar de espécies florestais nativas, conforme proposto, contempla também as especializações de plantio planejado e manejo.
3.2. Formação de um pomar
Os pomares de sementes podem ser formados com apenas uma espécie (PS mono-espécie) ou envolvendo várias espécies (PS multi-espécies). Os pomares são normalmente estabelecidos dentro de casas de vegetação ou sob telados (PS internos).
a) PS mono-espécie: Os pomares de sementes mono-espécie são recomendados para espécies que crescem a céu aberto e em monocultura. É o principal método usado em programas de melhoramento genético de espécies exóticas. Esses pomares apresentam uma ótima produtividade de sementes, facilidade de manejo e baixo custo de colheita.
b) PS multi-espécies: Esses pomares são recomendados para espécies dos Grupos sucessionais secundárias tardias e clímax, que necessitam certo grau de sombreamento. Esse tipo de pomar pode ser utilizado para a produção de sementes para todas as finalidades (produção, restauração e espécies ameaçadas de extinção). Pode ser usado também, em sistemas agroflorestais, consorciando espécies florestais com fins de produção de sementes e outras culturas com finalidades distintas.
c) PS interno: A produção de sementes de espécies com problemas de polinização, susceptíveis a praga e em gerações avançadas de melhoramento genético, pode ser realizadas em po0mares estabelecidos dentro de estruturas especiais como a casa de vegetação ou telados. Esse tipo de pomar facilita a aplicação de tratamentos especiais relacionados com a irrigação, adubação, polinização complementar e colheita de sementes das matrizes.
3.3. Qual a importância do pomar de essências nativas?
A principal base da recomposição florestal é o uso de sementes de espécies nativas, porém existem alguns obstáculos para a formação do pomar de essências nativas, e um deles é o alto custo da colheita de sementes em função do pequeno número de árvores matrizes e o tempo de desenvolvimento dessas mudas. É de suma importância para a recuperação das matas, para a preservação e conservação da fauna, além de combater a erosão e num futuro longínquo, produção de madeira. O pomar contribui significantemente para a diversificação das opções de uso da terra em pequenas e médias propriedades.
3.4. Usos para a restauração ambiental
A relação das espécies florestais que vêm sendo utilizadas em programas de restauração ambiental ou florestal é bem ampla e envolve espécies de todos os estágios sucessionais. Algumas dessas espécies, como é o caso as espécies denominadas “pioneiras”, são encontradas em maior número apresentam uma alta produção de sementes. Outras espécies, como o caso de algumas do grupo sucessional secundário e da maioria do grupo do clímax, têm ocorrência mais restrita e, em alguns casos baixa produção de sementes, o que dificulta a coleta, tornando a atividade bastante onerosa. Como nos processos de sucessão, a plantação de um pomar de sementes deve respeitar as particularidades e exigências de todas as espécies. A escolha das espécies depende do bioma e local. As sementes das espécies escolhidas para compor um pomar para restauração devem ser colhidas em fragmentos da região e bioma onde será implantado o pomar. Para a escolha de espécies, alguns pontos devem ser avaliados os seguintes estágios: A) Estágio sucessional: as espécies florestais apresentam diferentes estratégias reprodutivas, e essas estratégias são relacionadas também com o grupo sucessional ao qual a espécie pertence. B) Polinizador: na formação de pomares, é importante envolver espécies que possuam a mesma síndrome de polinização, de forma a garantir a presença do polinizador na área, formando guildas de polinização durante todo o ano. C) Distribuição espacial de espécies: as espécies arbóreas florestais nativas naturalmente possuem diferentes tipos de distribuição, podendo ser encontradas de forma agregada ou isolada, respeitar a distribuição é de fundamental importância para o desenvolvimento é para que haja a interação entre as espécies dos diferentes grupos sucessionais. Para que a polinização aconteça de forma adequada, a espécies deve estar representada na densidade apropriada, oferecendo o recurso necessário a fim de atrair e manter os polinizadores na área.
Espécies pertencentes ao grupo das pioneiras possuem alta tolerância à luz, intolerância à sombra e pequeno ciclo de vida. As espécies do grupo das secundárias desenvolvem-se exclusivamente sombreadas, crescem e completam seu ciclo em sub-bosque, em áreas permanentes sombreadas, crescem e completam seu ciclo à sombra. As espécies clímax regeneram-se e desenvolvem-se em plena sombra. Essas espécies geralmente acorrem em baixa densidade por áreas, apresenta lento crescimento e ciclo de vida longo (acima de 100 anos, quando em condições estáveis).
3.5. Planejamento para a implantação de um pomar
O primeiro grande desafio para o estabelecimento com sucesso destas plantações é a definição de que espécies utilizar. Não recomendamos o plantio de essências nativas em agrupamentos ou bosques homogêneos (com uma única espécie) porque a experiência tem mostrado que isso resulta num sistema biológico instável e vulnerável a pragas e doenças. Mesmo que o objetivo seja econômico visando à produção de madeira, é fundamental que os bosques sejam os mais heterogêneos possíveis, porque essa é a regra da natureza. Qualquer que seja o objetivo é fundamental que seja respeitada a aptidão ecológica de cada espécie, existe planta nativa para todos os tipos de ambiente: solo seco, pedregoso, brejoso, clima muito quente ou muito frio, região muito úmida ou muito seca, etc. Como regra geral, plantas de solo muito úmido ou brejoso, ou de terrenos pedregosos crescem bem em solos normais, porém o inverso geralmente
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