Resenha MEARSHEIMER (2001) - A Tragédia das Grandes Potências

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a partir da maximização de poder em detrimento das demais potências sempre que possível. A lógica imperante seria a de “soma zero”, ou seja, o aumento de poder de um Estado necessariamente se daria às custas da perda de poder de outros. Assim, partindo das premissas de anarquia do Sistema Internacional, posse de recursos militares pelas potências, incerteza quanto às intenções uma das outras, sobrevivência enquanto objetivo central dos Estados e ação racional destes, o comportamento estatal seguiria os padrões de medo (insegurança quantos às possíveis ameaças externas), autoajuda (busca pelos interesses particulares “egoístas”) e maximização de poder.

Para o autor, se um Estado possui recursos suficientes para aumentar seu poder no Sistema, o cálculo estratégico mais inteligente não poderia ser outro senão a aplicação desses recursos para tal objetivo. Para garantir sobrevivência e segurança efetivas, a ação dos Estados deveria estar orientada para a maximização do poder às custas dos “rivais”, sendo o objetivo final de toda Grande Potência a consolidação de hegemonia. A existência de um hegemon absoluto seria a melhor forma de trazer estabilidade ao Sistema, uma vez que os Estados mais fracos não se sujeitariam aos custos e riscos de enfrentá-lo.

Porém, o autor aponta que nunca existiu na História uma potência hegemônica a nível global, devendo os Estados buscarem a concretização de hegemonia regional e, após essa conquista, impedir a formação de outras hegemonias, garantindo assim a superioridade de seu poder em termos mundiais. A situação ideal para qualquer Grande Potência seria ser a única hegemonia regional do planeta, situação dos Estados Unidos – hegemon incontestável no Hemisfério Ocidental – no momento em que o autor escreve, a transição do século XX para o século XXI.