Resenha A Grande Ilusão - Norman Angell

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sendo assim uma forma não viável de resolução de conflitos. O exemplo dado por ele, no caso de a Inglaterra destruir a Alemanha ou vice-versa, o resultado seria o dano e a perda (material e imaterial), pois destruindo uma outra nação, a interdependência entre os mercados prejudicaria também a nação vencedora do conflito. Ou seja, Angell vê a guerra como uma forma de “quebrar” mercados, já que a mesma destrói a capacidade de consumo e produção.

É possível perceber uma racionalidade liberal na escrita de Angell ao expor ideias que estão a frente de seu tempo. Nas 7 preposições apresentadas no capitulo 3, fica evidente a sua forma estritamente econômica de enxergar o mundo e, consequentemente, a guerra e seus efeitos. O liberalismo econômico presente na obra A Grande Ilusão de 1910, faz parte de uma tradição de pensamento secundário na virada do século XIX para o XX. Nesta época, o liberalismo não vingava.

De fato, Angell erra em seu diagnóstico. O autor afirma que um conflito armado entre Alemanha e Inglaterra seria impossível devido aos seus argumentos já citados acima. Para ele, o senso comum se tornaria ciente de que uma racionalidade aristocrática, ou seja, a motivação através da honra e da glória como forma de alcançar um objetivo final não era a melhor forma de se resolver conflitos. Porém, como já é sabido, foram necessárias duas grandes guerras para varrer esse pensamento da opinião pública.

Nos dias de hoje, observamos uma predominância do pensamento liberal-econômico como a melhor forma de resolução de conflitos, apresentado pela primeira vez por Norman Angell em sua obra publicada em 1910.