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A Globalização e identidades

Por:   •  22/12/2018  •  1.764 Palavras (8 Páginas)  •  418 Visualizações

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A globalização traz um movimento de distanciamento de uma ideia de sociedade como um sistema bem demarcado, essas novas características temporais e espaciais, que resultam na compressão de distâncias e de escalas temporais, estão entre os aspectos mais importantes da globalização tendo efeito sobre as identidades culturais. A globalização surge abarcando todas as identidades culturais, formando um conjunto onde tudo e todos estão em um mesmo ambiente. Surge neste sentido novas formas de conhecimento, de cultura, de símbolos e de identidades. Acabando com os limites que existiam no âmbito das sociedades, acarreta com isso, então uma homogeneização de culturas, apresentando efeitos dentro do conceito e de exteriorização da sociedade

A consequência gerada desses processos globais foi o enfraquecimento formas nacionais de identidade cultural, apontando um afrouxamento de identificações com a cultura nacional, e um endurecimento de outros laços e lealdades culturais, fora do nível do estado-nação. Colocadas acima do nível da cultura nacional, as identificações globais começam a deslocar e, certas vezes a apagar as identidades nacionais. Contudo, segundo Hall (2005), as identidades nacionais não estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homogeneização cultural e do “pós-global”. As identidades nacionais e outras identidades locais ou particularistas estão sendo reforçados pela resistência a globalização. As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades híbridas estão tomando seu lugar. Conforme as culturais nacionais tornam-se mais expostas a influências externas, mais difícil sustentar as identidades culturais intactas ou evitar que elas se tornem enfraquecidas pela influência cultural. Até pessoas que são de lugares mais remotos, ou de países pobres, podem notar como a influência de imagens de culturas ricas, consumistas, do ocidente é fornecida pela mídia, que as prendem a aldeia global das redes de comunicação. Quanto mais a vida social é intercedida pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação globalmente interligados, mais as identidades se desvinculam de tempos, lugares, histórias e tradições específicas.

A primeira consequência aponta para um fato típico desenvolvido pela globalização onde as identidades, bem como seus símbolos estão sendo destruídos, o que atinge os grupos culturais, principalmente os menores. Bem assim, podemos ver como outa consequência aos aspectos da globalização, que ao invés de muitas identidades culturais e também a sua simbologia estarem se homogeneizando, se tornando um único conjunto ou grupo cultural, o fenômeno que está se dando, é totalmente contrário a esta reflexão, já que as culturas específicas de determinados grupos estão lutando para buscar a consolidação e segurança para a sua própria identidade. Tais grupos se fortalecem para que seu conjunto de princípios consigam caminhar sem que a globalização atinja e faça desaparecer suas características culturais. A globalização implica na ideia de desterritorialização e na ideia de desinstitucionalização em um movimento direção a um mundo sem fronteiras. A falta dessas, acaba implicando na perda das referências. São elas que tornam o sujeito, ao mesmo tempo, igual entre iguais e diferente entre todos, já que a ligação a um território significa pertinência a um elo de identificação e a pertinência a uma instituição, seja ela política social ou, especificamente, cultural

É importante ressaltar que a proteção de identidades culturais de determinados grupos não nega que uma existência de novas identidades esteja ocorrendo, usufruindo de vários aspectos principalmente do hibridismo. “Hibridismo” - a fusão entre diferentes tradições culturais - são uma poderosa fonte criativa, produzindo novas formas de cultura, mais apropriadas à modernidade tardia que às velhas e contestadas identidades do passado (HALL, 2005:91). Podendo ser observado que ao mesmo tempo em que ocorre a homogeneização de várias culturas formando uma nova identidade, esta hibrida, há também a questão da busca e da resistência das culturas e ai das identidades locais como forma de afirmar em um mundo globalizado. Mostrando que apesar da globalização ajuda a decair culturas éticas individuais, ela também ajuda a produzir novas identidades. Mas pode ser visto também que a globalização pode muitas vezes diminuir o sentimento nacionalista dos povos, como também pode acelerar esse sentimento, fortalecendo os laços de identidade cultural regional. O global pode até intervir nas culturas existentes e no modo de vida das pessoas, mas, no momento em que estes lutam para manterem as suas identidades, eles acabam até mesmo se interessando em conhecer a cultura e a identidade do outro, como forma indireta, até mesmo direta de conhecer e efetivar o multiculturalismo. Notando-se que a opressão pode fazer surgir uma nova forma de resistência das identidades, e/ou acarretar o surgimento de novas perspectivas indenitárias. A globalização envolve um fenômeno intrigante pelo fato que em últimas consequências acaba com as culturas minoritárias dando espaço as culturas dominantes, fazendo com que, estes grupos percam sua identidade originária e por outro lado fortalece determinadas culturas que buscam a partir deste fenômeno preservar e conservar sua identidade cultural. A globalização e o multiculturalismo são compostos de várias divergências entre os dois, mas ao contrário do que se pode pensar estes podem caminhar juntos, desde que possam atingir o entendimento de obterem um ponto de equilíbrio.

Por conseguinte, a globalização, ao contrário do que é pensado, ajuda a sedimentar e solidificar as culturas dos povos, preservando assim as suas identidades. Entretanto, não dá para se negar que a globalização também possui aspectos negativos com relação a identidade, como o que ocorre quando determinadas pessoas passam a viver diariamente a partir da cultura de massa, ou da cultura do outro. Do mesmo modo em que a globalização, com suas culturas de massa, procura homogeneizar o mundo em uma única identidade cultural, este fenômeno

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