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Artigo sobre Barbie e o feminismo

Por:   •  19/6/2018  •  1.693 Palavras (7 Páginas)  •  461 Visualizações

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Através do processo de auto-criação, a brincadeira com bonecas conduz as crianças a uma forma imaginária de antecipar sua atuação em futuros papéis sociais como adultos. (2006 – p. 3).

Atento às questões relacionadas à infância, o pensamento feminista sempre lutou para que alguns dos estereótipos femininos que muitas empresas de bonecas caracterizavam a mulher fossem rompidos ou questionados.

Feminismo

De acordo com Sardenberg e Costa (1991), o Feminismo surge e se organiza como movimento estruturado, a partir do fenômeno da modernidade, acompanhando o percurso de sua evolução desde o século XVIII, tomando corpo no século XIX, na Europa e nos Estados Unidos. Segundo Silva (2008), a consciência de gênero e as primeiras ideias feministas foram identificadas, historicamente, no bojo das transformações políticas e econômicas da Europa setecentista.

De acordo com Oliveira o movimento feminista foi criado para que mulheres com interesses e ideais comuns lutassem por direitos:

O movimento propiciou às mulheres repensarem sobre sua opressão acerca, principalmente (mas não somente), das questões políticas. Trouxe à tona a questão de que tudo aquilo que é público atinge a vida pessoal e as decisões, seus desejos e vontades não aconteciam somente pelo próprio mérito, condição ou até mesmo sorte, mas sim, que a vida pessoal era até então atingida por fatores públicos. No século XIX os direitos das mulheres começaram a surgir de forma mais nítida, uma vez que muitas já faziam parte da força de trabalho empregada, ocupando o cenário industrial, inclusive na indústria têxtil. Muitas estavam incorporadas nas lutas trabalhistas, reivindicando seus direitos como trabalhadoras, inclusive em questões de opressão por gênero. (Oliveira, 2014, p.3).

Ainda segundo essa pesquisadora: “[...] O movimento feminista surge com a intenção de romper com a ordem patriarcal, denunciando a desigualdade entre homens e mulheres e buscando direitos igualitários e mais humanos para as mulheres” (2014, p.2). Entre as primeiras reivindicações estavam o direito de estudar, votar e de executar profissões, até então destinadas ao sexo masculino. Posteriormente, outras demandas foram incorporadas. Algumas delas referem-se à luta por equidade salarial, quando exercida a mesma função; direitos reprodutivos, entre outros.

As diversas vertentes do Movimento apresentam-se em permanente construção, tanto nos aspectos teóricos quanto nos aspectos práticos. Apesar das diferenças, vem conservando uma de suas principais características que é a reflexão crítica sobre as contradições da modernidade, principalmente, no que tange a libertação das mulheres. (SILVA, 2008).

Desde suas primeiras ações encontrou fortes resistências, transformando-se em instrumento de críticas na sociedade moderna.

A publicidade e as representações da mulher

Em 1949 Simone de Beauvoir marcava a época ao afirmar que a mulher é resultado do conjunto elaborado pela cultura. A publicidade e o consumo dos produtos apresentados em campanhas tem papeis preponderantes na formação de valores, configurações de identidade e construção de representações acerca das imagens femininas. Ali, são definidos padrões de beleza física e comportamentais, tanto masculinos quanto femininos. Reforçando essa ideia, Mendes (2009) relata como a mídia expõe a mulheres e homens os parâmetros de comportamentos:

[...]espera-se que os homens tenham corpos musculosos; que sejam símbolos de força e de virilidade, que a masculinidade seja sinônimo de coragem, autocontrole e agressividade. Das mulheres, esperam-se formas físicas menos rígidas e mais curvilíneas. A feminilidade passa a ser definida pelo altruísmo da maternidade, pela docilidade de seus comportamentos, pela fragilidade e pela submissão, primeiramente ao pai, posteriormente, ao marido, ocorre uma submissão feminina aos ideais de beleza tão propagados pela mídia. (2009 P. 7).

Atentas aos produtos que oferecem elementos para distorcer imagens, papeis sobre as mulheres e/ou reproduzem e cristalizam representações sobre o feminino que merecem ser questionadas, o Movimento Feminista tem atuado para romper com alguns estereótipos femininos.

Grandes empresas e marcas têm demonstrado Algumas empresas de marketing estão se utilizando do pensamento feminista de uma forma estratégica.

Em 2015, demonstrando estar atenta às questões levantadas pelas correntes feministas e tentando atrair um segmento do público consumidos a Mattel, produtora da boneca Barbie, decidiu apostar numa nova proposta e lançou no mercado uma serie de bonecas que romperam com os modelos considerados “tradicionais” da linha. Junto, uma campanha publicitária que trazia o slogan “Imagine as possibilidades”.

1.2 Problemas e justificativa da pesquisa

De que modo as questões de gêneros foram abordadas na campanha publicitária da linha Barbie, da empresa Mattel? Quais estratégias foram utilizadas?

1.3 Objetivo geral

- Discutir as apropriações do discurso e demandas feministas pela empresa Mattel a partir da marca Barbie.

1.3.1 Objetivos específicos

- Identificar as principais demandas do Feminismo buscando discutir as incorporações das mesmas pela empresa Mattel , aplicadas na marca Barbie

- Analisar como a questão de gênero foi abordada nas campanhas da boneca Barbie.

- Discutir as estratégias de marketing utilizadas pela marca para atender às expectativas de segmentos femininos e feministas;

- Comparar mudanças relacionadas à forma e volume entre os modelos clássicos da boneca Barbie com os novos modelos criados a partir de 2015

- Investigar a repercussão das mudanças e/ou inclusões de perspectivas aplicadas aos novos modelos em termos de resultados de vendas

1.3.2 Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho será a pesquisa quantitativa descritiva. Tais pesquisas levam como base de seu delineamento as questões ou problemas específicos, ela adota tanto em um quanto em outro a utilização de questionários e entrevistas. Os autores boente; braga (2004), colocam que não importa a pesquisa,

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