Para que Serve a Psicanálise?

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estabelecendo uma relação de causa e efeito, se o paciente deseja algo é porquê este algo, objeto faz falta. Mas isto a nível consciente, ou seja, o paciente tem noção daquilo que deseja.

Quando o paciente não tem consciência daquilo que quer, os desejos são muitas muitas vezes manifestados por meio de sonhos e fantasias, nos quais ele não possui controle algum ou se quer faz idéia daquilo que está sendo expresso. Esta falta de controle é o inconsciente “falando”, e é neste ponto que a psicanálise se aproxima da arte. Pois assim como a arte, o inconsciente não se manifesta de forma racional. Ambos são extremamente subjetivos, sujeitos à interpretações diversas.

Vale lembrar que o inconsciente de cada um se manifesta de forma diferente, uma mesma fantasia ou sonho pode ter significado diferente para cada pessoa, realçando mais uma vez o caráter subjetivo da psicanálise.

Uma outra relação que a autora estabelece entre a psicanálise e arte, neste caso o barroco, é dada através de uma característa da última, a dualilade.

No barraco, a dualidade está sempre presente, o sujeito encontra-se sempre em conflito consigo mesmo, tendo sempre que optar entre o sagrado e o profano, o bem e o mal, Deus e o diabo, e principalmente desejar e não desejar.

A beleza para a autora serve também como uma justificativa para a sua afirmação de que a psicanálise se aproxima mais da arte do que da ciência.. Pois, a beleza é subjetiva. Não existe um padrão de caráter único e universal. O que é belo para uns pode não ser belo para outros e vice-versa.

O conflito, a dualidade será tratado pela psicanálise, o sujeito terá que lidar com suas divisões e particularidades, passando a ter uma perspectiva real e não ilusória daquilo que deseja e pode ser alcançado.

Para a autora a clínica psicanalítica não é senão a clínica do desejo

e seus impasses, talvez aí encontre-se a justificativa da mesma em relacionar a arte a psicanálise.