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Aristoteles - Filosofia do direito

Por:   •  14/6/2018  •  1.392 Palavras (6 Páginas)  •  389 Visualizações

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quê é que o Homem Virtuoso tem que saber, antes? Isto é, para ele ser considerado virtuoso, o que ele deveria conhecer antes de tudo? A resposta está nos conceitos de Justiça corretiva (ou comutativa) e justiça distributiva. (Livro V, Ética a Nicômaco). Aristóteles parte de um concetio, para discuti-lo, que é o conceito da igualdade. Em outras palavras, a justiça devia partir da ideia de distribuir o mundo em partes iguais. É até possível em determinadas situações, dizer que houve justiça. Porém, isso nem sempre acontece. Igualdade é um princípio básico, muito elementar. É uma busca de uma distribuição justa, a partir da distribuição do que é devido para cada uma das partes. Sem nenhum privilégio. Dito isto, Aristóteles propõe então 2 (dois) tipos de igualdade: a aritmética e a geométrica. A aritmética é assim: dois é igual a dois, dois para um, dois para outro. A geométrica, é uma igualdade nas relações entre as unidades, dois está para quatro, por exemplo. Partindo deste ponto, iremos distribuir com igualdade a partir de pessoas diferentes. E quais serão as saídas que iremos ter para resolver diversos problemas que poderão surgir? Você vai ter que atribuir valor (mérito) às variáveis que aparecerem! Você vai ter que fundamentar qual variável irá utilizar. Exemplos: quem terá direito à escola pública, cotas, remédios etc. Com isso, vamos estipular então que a justiça corretiva se funda numa igualdade aritmética (vou dar igual para desiguais. Vou dar mesmos pedaços a todos). Já a justiça distributiva é pensada numa igualdade geométrica (vou dar desigual para desiguais, vou estar retribuindo).

3- O homem virtuoso, não só sabe como deve agir, como ele age de forma correta. O homem virtuoso age de acordo com sua sabedoria. É uma conduta regida pelo conhecimento, pela sua experiência. Pensar a vida e viver de acordo com o pensamento. É um homem de prática, um homem de ação. Potência e ato. Um bloco de mármore é uma escultura em potência. Você pode ter a potência da virtude, mas se não atualizar a virtude você não será virtuoso. A maior probabilidade de agir virtuosamente é agir por hábito. Não pode ser esporádico, de vez em quando. Se fizer uma vez e acertar no alvo, pode ser sorte. É ser excelente habitualmente. A excelência virtuosa se repete na mão de um homem que habitualmente é excelente.

4- O homem virtuoso sabe o que é certo, e ele vive de acordo com isso, ou seja, sempre agindo de forma correta. Ele age de forma excelente, todo tempo. E, mais importante, vive pelas razões certas. Isso quer dizer o seguinte: você pode até agir corretamente pelas razões equivocadas. Mas o homem virtuoso não pode agir de acordo com as razões que lhe convém. Na ética você tem sempre que ficar perguntando a você mesmo, se você está agindo certo. Uma vida boa, honesta, ética, é, necessariamente, uma vida refletida. O homem Virtuoso é o sujeito que pensa para viver, ele é coerente (pensa e faz do jeito que pensou), faz o que faz pelas razões que diz o que faz. Não é cínico. É fiel a si mesmo. Faz da excelência de sua conduta um hábito. O homem virtuoso de Aristóteles é alguém em quem você pode confiar. A fidelidade pressupõe neste sujeito a um hábito. Diz Aristóteles: “E isso é assim se: 1º souber agir; 2º tiver decidido de antemão agir, e 3º na verdade decidido agir tendo as excelências como fundamento”.

Textos retirados do livro Ética a Nicômaco (ler para compreender):

O bem completo, parece bastar-se a si próprio. A felicidade, supomos, é o fim da natureza humana. Porquanto a felicidade não carece de nada; basta-se a si própria.

A felicidade parece, por conseguinte, ser de uma completude plena e autossuficiente, sendo o fim último de todas as ações possíveis. A vida feliz parece ser a que existe de acordo com a excelência.

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