A PARTICIPAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO PARANAENSE NA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA – 1997 A 2011
Por: dubernardi • 29/8/2019 • Artigo • 8.256 Palavras (34 Páginas) • 504 Visualizações
A Participação das Exportações do Agronegócio Paranaense na Balança Comercial Brasileira – 1997 a 2011
The Participation of Parana Agribusiness Exports On The Brazilian Trade Balance – 1997 to 2011
Francis Eduardo Bernardi
RESUMO
O setor agroindustrial brasileiro é o principal responsável pela manutenção dos saldos positivos da balança comercial. O objetivo principal deste trabalho é discutir a participação do agronegócio, em especial do estado do Paraná, na balança comercial do Brasil. Através de pesquisa bibliográfica e utilização do método comparativo dos dados obtidos, foi feito um estudo da participação do agronegócio paranaense na balança comercial brasileira. A pesquisa indicou que mesmo com cenário internacional desfavorável, o agronegócio se aproveitou das cotações em alta e acumulou reservas que viabilizaram as importações e a dinamização da economia, ligada ou não ao agronegócio. O agronegócio paranaense é muito representativo nas exportações do complexo soja, cana-de-açúcar e carnes. Constatou-se também que o agronegócio paranaense apresenta taxas de crescimento, na produção e exportações, superiores às taxas nacionais, e que a crise mundial tem alterado o perfil dos principais destinos das exportações do agronegócio paranaense. Sendo assim, as exportações do agronegócio paranaense são importantes para manter os saldos positivos na balança comercial, estadual e nacional.
Palavras-Chave: Agronegócio Paranaense; Balança Comercial, Exportação Paranaense.
ABSTRACT
The Brazilian agribusiness sector is the primarily responsible for maintaining positive balances of trade balance. The main objective of this paper is to discuss the participation of agribusiness, particularly in the state of Paraná, Brazil's trade balance. Through bibliographic research and use of the comparative method of data the participation of the agribusiness of Parana in Brazil's trade balance was studies. Research has indicated that even with an unfavorable international scenario, agribusiness took advantage of the high quotations and accumulated reserves that enabled imports and economical dynamism, whether linked to agribusiness or not. Agribusiness in Paraná is very representative in exports of soybeans, sugarcane, sugar and meat. It was also found that Parana’s agribusiness presents growth rates in production and exports, higher than the national rate, and that the global crisis has changed the profile of the main destinations of exports of Paraná’s agribusiness. Thus, Parana’s agribusiness exports are important to maintain positive balances in the trade balance, in state and national levels.
Keywords: Parana Agribusiness, Trade Balance, Parana Exports.
1 - INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo analisar a participação das exportações do agronegócio paranaense na balança comercial brasileira no período 1997-2011, indicando os principais produtos exportados pelo setor. O comércio internacional é importante às nações, sendo que para algumas é essencial. O aumento da produtividade e redução de custos elevam países subdesenvolvidos à posição de fornecedores às economias sofisticadas.
O agronegócio é o segmento de maior valor em termos mundiais e sua importância relativa varia de entre os países. Neste contexto, o Brasil surge como um importante exportador de produtos primários, e os produtos do agronegócio representam uma fatia significativa do valor exportado pelo país.
Dentre os estados brasileiros, o Paraná se mostra um importante contribuinte das contas nacionais, sendo um dos mais representativos em termos de exportação, sobretudo do agronegócio. O Paraná é o maior produtor de grãos no país, apresentando uma pauta agrícola diversificada.
As agroindústrias, as políticas públicas direcionadas, a oferta de crédito e a melhoria da infraestrutura de escoamento da produção, possibilitam a expansão do agronegócio paranaense. Aliado a isto, o estado possui condições climáticas favoráveis e utilização de modernas tecnologias.
2 - COMÉRCIO INTERNACIONAL E AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Apesar das dificuldades em se precisar o início das relações comerciais, percebe-se que os chefes de família tinham habilidades específicas e produziam o que precisavam para sobreviver, obtendo o que não produziam via troca direta, o escambo. Segundo Smith, cada chefe de família seria capaz de produzir aquilo em que fosse mais habilidoso e trocar por mercadorias em que não possuísse habilidade alguma. Sobre tal afirmativa descreve:
(...) Eis uma máxima que todo chefe de família prudente deve seguir: nunca tentar fazer em casa aquilo que seja mais caro fazer do que comprar. O alfaiate não tenta fabricar seus sapatos, mas os compra do sapateiro. Este não tenta confeccionar seu traje, mas recorre ao alfaiate (...) (SMITH, 1988, p. 380).
O aumento no fluxo, na complexidade das trocas e a adoção de um meio comum de troca, a moeda, fez com que o comércio se fortalecesse e surgisse a classe comerciante. As nações abasteciam seus mercados com o que se produzia dentro de suas fronteiras e, com os avanços nas técnicas de produção, a divisão do trabalho e o consequente aumento de produtividade, o que era produzido passou a superar a demanda existente, surgindo a necessidade de se vender o excedente. Para Smith, “(...) se as nações se especializarem na produção daquilo para o qual estão mais aparelhadas e, em seguida, trocarem a produção excedente entre si, todas serão beneficiadas (...)” (ARAÚJO, 1988, p. 42).
Para os autores clássicos, a riqueza de uma nação era resultado do trabalho de seus cidadãos e o valor de troca de uma mercadoria estava relacionado ao esforço empregado na sua produção, em horas trabalhadas. Sobre valor, Adam Smith descreve:
(...) os bens contêm uma certa quantidade de trabalho que permutamos por aquilo que, na ocasião, supomos conter o valor de uma quantidade igual. O trabalho foi o primeiro preço, o dinheiro de compra original que foi pago por todas as coisas. Não foi por ouro nem por prata, mas pelo trabalho que foi originalmente comprada toda a riqueza do mundo; e o valor dessa riqueza, para aqueles que a possuem e desejam trocá-la por novos produtos, é exatamente igual à quantidade de trabalho que essa riqueza lhes dá condições de comprar ou comandar (SMITH, 1988, p. 36).
Para Krugman (1992), as teorias do comércio,
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