TECNOLOGIA, GLOBALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO
Por: SonSolimar • 7/5/2018 • 2.159 Palavras (9 Páginas) • 432 Visualizações
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Graças à detenção dessa tecnologia avançada e a esses avanços na indústria, os Estados Unidos da América se tornaram a nova potência econômica mundial.
2. CORPORAÇÕES E EXPLORAÇÃO DO TRABALHO
A partir deste ponto na história, as trocas ao redor do mundo já eram globais e aconteciam a todo momento, e um novo modelo de empresa surgiu e começou a se tornar cada vez mais forte. Esse modelo era caracterizado por ser uma gigante corporação. Como a diferença nos níveis sociais de diferentes países era cada vez maior e com a criação e desenvolvimento da internet - que possibilitou coordenar empresas em qualquer lugar do mundo - essas corporações viram que criar filiais em países de menor força econômica era muito vantajoso, já que a sua mão de obra era mais barata, havia menos impostos e em alguns casos até havia investimento para a entrada dessas empresas. Com a produção de cada tipo de produto sendo dominada por empresas mais seletas, essas muitas vezes eram responsáveis pelo controle de áreas rivais, como indústrias petrolíferas que possuíam também empresas de energia por carvão e hidroelétricas.
Esse conceito de corporação foi explorado pelo documentário “The Corporation”. A obra retrata as corporações como entidades que visam somente o lucro, desvalorizando aspectos sociais. As empresas que não tivessem esse comportamento seriam compradas ou derrubadas pelas outras, que almejavam eliminar a concorrência. Apesar das corporações serem constituídas essencialmente de pessoas, o filme demonstra como a criação da pessoa jurídica intermedia a desumanização das atividades da corporação. Ao cogitar a realização de uma atividade ilegal, a corporação coloca em um prato da balança os riscos e a punição aplicada pela lei, e no outro, os lucros. É comum que as corporações tenham tanto lucro explorando a atividade ilegal que as punições da lei não sejam prejudiciais ao caixa da empresa. Outros aspectos como a condição dos trabalhadores, impactos ambientais, efeitos negativos para a saúde física ou mental dos consumidores, só importam para as empresas quando são explorados pela mídia e retratam a empresa de forma negativa aos consumidores, prejudicando assim a imagem e os lucros da empresa. Desta forma, a obra conclui que as corporações se moldam à opinião do consumidor. Caso o consumidor se importe com o destino dos detritos gerados para gerar o produto que compra, as corporações realizam um processo de tratamento de resíduos. O mesmo conceito se aplica aos outros aspectos citados.
O resultado das corporações é visível ao redor do mundo todo: a possibilidade de fazer comércio, trocar informações e abrir novas sedes rapidamente com qualquer lugar do mundo tem diversas consequências, tanto positivas quanto negativas. Um ponto bastante interessante abordado em “O mito do desenvolvimento econômico” de Celso Furtado é a falsa ideia passada por essas empresas de que elas seriam a salvação de certas comunidades. A corporação seleciona um local onde há alta taxa de desemprego e quem está empregado recebe pouco - normalmente em países subdesenvolvidos onde o apoio ao trabalhador por parte do Estado é pequeno ou nenhum - e lá instala uma nova sede, contratando diversos moradores locais por salários baixíssimos e condições deploráveis. Porém, como a maioria das pessoas estava sem nada, a imagem que fica é que a indústria que ofereceu a salvação ao povo. Após alguns anos, quando os trabalhadores começam a se organizar para lutar por melhorias, estas empresas simplesmente abandonam o local e vão para algum outro lugar que esteja com uma população necessitada e desamparada.
A questão fundamental para Celso Furtado em seu projeto de nação, parece ser criar as condições para que o conflito entre capital e trabalho seja o motor do desenvolvimento econômico com justiça social. Ou seja, a existência de livre organização dos trabalhadores com vista a pressionar os patrões por melhores salários, através da intermediação do Estado, não só cria condições para uma melhor distribuição da renda, fortalecendo o mercado interno consumidor pela maior capacidade de consumo da população em geral, como também impulsiona a inovação tecnológica. Ainda na parte em que defende o conflito, a pressão que a sociedade civil faz é importante no controle do capital, já que ela deve orientar e fiscalizar a ação planejadora do Estado e a distribuição de riqueza. Assim, o autor defende um Estado forte, porém controlado pela sociedade civil. Para a materialização de tais pressupostos, segundo Furtado, vê-se a necessidade de implementação de políticas radicais que fossem acabar com um dos principais entraves ao desenvolvimento nacional: os “grupos de poder anacrônicos, regionais e latifundiários” detentores do controle de fluxos simbólicos e materiais.
Um ponto importante a ser ressaltado é que uma das principais necessidades para uma grande empresa ter sucesso é sua reputação, outro lado também estudado por Celso Furtado em “O mito do desenvolvimento econômico”, o que envolve ainda mais manipulação da opinião pública. Os compradores precisam acreditar estar comprando produtos de qualidade, achar que o preço que está sendo pago é justo e também de que a compra faz algo pelo bem comum. Isso envolve diversos pontos, sendo alguns exemplos o controle da mídia, oligopólios que controlam o preço de cada tipo de produto e a utilização de campanhas “beneficentes”, com frases como – a cada 100 reais em compra você colabora com X hospital do câncer – mas o que, obviamente, não aparece nessas propagandas é o fato de que para produzir esses produtos que valem 100 reais a empresa descartou dejetos não tratados em rios ou no ar, o que no final é muito mais prejudicial do que a ajuda que será proporcionada por sua campanha.
Apesar de tantos pontos negativos é inegável que elas se tornaram parte fundamental de nossa economia, empregam centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo, e movimentam bilhões de dólares a todo o momento, entretanto é importante saber se conscientizar sobre alguns fatos que aparentemente passam despercebidos pela população em geral. Todos estamos sujeitos às corporações, quase todos os produtos (exceto serviços como energia por exemplo), podem ser adquiridos por empresas locais, calçados não são somente da Nike e Adidas, existem roupas além de Polo e Dudalina, a grande maioria das pessoas associa diretamente a qualidade a etiqueta, e ignora o fato de que seus atos tem consequências muito mais severas do que pagar um valor muito maior do que o justo por seus produtos, utilizando somente o que é comprado de multinacionais estamos
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