O Plano Real
Por: Hugo.bassi • 1/5/2018 • 2.290 Palavras (10 Páginas) • 353 Visualizações
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INSS, alterando as regras de cálculos dos benefícios e pela Lei da Responsabilidade Fiscal, que estabeleceu limites para as despesas com pessoal, para a dívida pública e outras variáveis das finanças públicas; obtendo o apoio do governo, e de parte da oposição, o que representa o novo código de conduta para os administradores públicos.
Entretanto, a paridade do real com o dólar (que era de R$ 1 para US$ 1) provocou insatisfação em alguns setores da indústria. A abertura comercial e a manutenção do câmbio valorizado como medidas para manter a inflação controlada causaram um efeito colateral: as importações passaram a ser estimuladas obrigando as empresas nacionais a diminuírem os preços para entrar na concorrência.
Efeitos imediatos
O efeito regulador do Plano Real foi imediato e muito positivo em seu propósito. A inflação calculada sobre a URV nos meses de sua vigência (abril a junho) ficou em torno de 3%, enquanto que a inflação em cruzeiros reais (CR$) foi de cerca de 190%. Até o início da circulação do real (R$), em 1º de julho de 1994, a inflação acumulada foi de 763,12% (no ano) e 5.153,50% (nos doze meses anteriores).
A inflação que antes consumia o poder aquisitivo da população brasileira, impedindo que as pessoas permanecessem com o dinheiro por muito tempo, principalmente entre o banco e o supermercado, estava agora controlada. O efeito imediato, e mais notável do Plano Real, foi a saída da máquina-símbolo da inflação, a "remarcadora de preços do supermercado" presente no comércio. O consumidor de baixa renda foi o principal beneficiado. Após a implantação do Plano Real a taxa de consumo de itens antes comprados somente pelas classes mais altas ficou acessível para as classes C e D da população.
Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas - (FGV), houve entre 1993 e 1995 uma redução de 18,47% da população miserável do país fruto do sucesso do plano. Um dos melhores índices da história.
Também se considera como efeito direto do plano a vitória do candidato a presidência, Fernando Henrique Cardoso, nas eleições de 1994.
Mudanças no Brasil Pós-Real
Após a implantação do plano, durante mais de seis anos, uma grande sequência de reformas estruturais e de gestão pública foram implantadas para dar sustentação à estabilidade econômica, entre elas destacam-se: Privatização de vários setores estatais, o Proer, a criação de agências reguladoras, a liquidação ou venda da maioria dos bancos pertencentes aos governos dos estados, a total renegociação das dívidas de estados e municípios com critérios rigorosos (dívida pública), maior abertura comercial com o exterior, entre outras.
Apesar de outras crises externas que vieram posteriormente, o Plano Real conseguiu manter a inflação dentro de níveis aceitáveis. A partir de 1999, o Banco Central criou o regime de metas para a inflação. A Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que determina o nível básico de juros na economia, passou a ser a âncora monetária, substituindo o controle do câmbio, que passou a ser flutuante (quando a compra e venda de moedas não tem controle sistemático do governo).
Crescimento do PIB
Além de controlar a inflação, outra prioridade do governo era propiciar um crescimento econômico, reduzindo as taxas reais de juros e dinamizar o volume de exportações. Nos anos de 1994 a 2000 o PIB teve um crescimento médio 2,9%, possibilitando a de geração de mais empregos.
O PIB Real nos setores da atividade econômica foi se consolidando com a expansão do crédito ao consumidor, do emprego e da massa salarial.
Os investimentos vieram apresentando crescimento a partir de 2001, refletindo nas aquisições de máquinas e equipamentos para a renovação e ampliação da capacidade produtiva.
Emprego
No início do segundo semestre de 1999 começou a expansão de ofertas de emprego, consolidando a partir de 2000, oferecendo mais de 600 mil postos de trabalho, destacando a indústria de transformação.
Em 1995, o quadro era de 350 mil postos de trabalho e 2000 alcançou-se o nível de 657 mil novos empregos formais, sendo 192 mil na indústria de transformação.
O aumento na oferta de postos de trabalho surgiu através das privatizações, do investimento na indústria de transformação e capital externo.
Resultados Fiscais
Em 2000, o setor público consolidado (União, Estados e Municípios) alcançou um superávit primário de 3,5 do PIB, indicando ao esforço de ampliação de receitas, corte de gastos e o compromisso com uma política fiscal responsável.
Transações Correntes
Nas transações correntes, os investidores mais confiantes na economia estável passavam a investir mais no país. Com a valorização do câmbio, a balança comercial transformou em mega déficit, aumentando a necessidade de financiamento de capital externo.
Energia
Com o Plano Real, incorporou novas camadas de consumidores ao mercado, aumentando o consumo de eletroeletrônicos como geladeiras, televisores e computadores devido ao controle da inflação.
A reestruturação do setor foi empreendida com objetivos de aumentar a competição e garantir a eficiência do sistema, incentivar novos investimentos privados, assegurar a melhoria da qualidade dos serviços com preços mais justos ao consumidor e implementar a diversificação da matriz geradora de energia.
Aspecto Social
Com o aumento de mão-de-obra qualificada não encontrou investimentos para o desenvolvimento de capital humano, pois a questão de geração de emprego estava relacionada com a qualidade de postos de trabalho gerados.
Há uma queda da qualidade do emprego desde a década de 80, motivado pelo aumento do grau de informalização das relações de trabalho e a crescente terceirização, gerando uma piora na qualidade dos empregos formais que cada vez estão mais escassos.
O salário mínimo apesar de ter alguns reajustes após a implantação do Plano Real continua insuficiente para as necessidades básicas do trabalhador.
Educação
Os programas para a educação provem do financiamento do ensino fundamental chamado FUNDEF (Fundo de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental e da valorização
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