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ECONOMIA INDÚSTRIA DE CELULOSE

Por:   •  21/11/2018  •  6.965 Palavras (28 Páginas)  •  442 Visualizações

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Ao mesmo tempo, a indústria deve mirar em inovações ligadas ao conceito de biorrefinaria, para garantir a sua rentabilidade e posicionamento no longo prazo, e mostrar através de uma pesquisa mais ampla sobre os mercados as barreiras de entrada ligadas por exemplo ao oligopólio e as interferências no mercado mundial com a taxa de cambio e seus efeitos econômicos em países como o Brasil.

2. CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA

Os papéis têm um amplo espectro de utilização e são geralmente agrupados nas seguintes categorias:

• Papel imprensa: destinado majoritariamente à impressão de jornais, mas também inclui periódicos, revistas, listas telefônicas, suplementos e encartes promocionais.

• Imprimir e escrever (I&E): costumam ser divididos em quatro subgrupos, dependendo de duas características: revestimento – revestidos (coated) ou não revesPapel e Celulose 339 tidos (uncoated); e fabricação – se a partir da celulose química (woodfree) ou de pasta mecânica (woodcontaining). O revestimento e a não utilização de pasta mecânica conferem maior qualidade e valor ao papel. A categoria de I&E é muitas vezes agrupada com o papel imprensa, na denominação de papéis gráficos.

• Papelão ondulado (P.O.): os papéis destinados à fabricação do P.O. São o miolo e a capa. Este último, quando fabricado com fibras virgens, denomina-se kraftliner

(maior qualidade e resistência) e, quando fabricado a partir de fibras recicladas, denomina-se testliner. O P.O. é majoritariamente dirigido para a produção de embalagens para transporte das mais variadas mercadorias.

• Papel-cartão: papel fabricado em múltiplas camadas, especialmente utilizado na produção de embalagens de bens de consumo imediato, como remédios, alimentos industrializados, cosméticos e brinquedos, entre outros. Alguns dos demais usos do papel-cartão incluem capas de livros ou cadernos, cartelas e displays.

• Sanitários: também chamados de tissue, cujo principal produto é o papel higiênico, mas também engloba a produção de toalhas, guardanapos e lenços, entre outros produtos.

• Demais: inclui outros papéis para embalagens e os papéis especiais.

Já a celulose de madeira1 destinada à fabricação de papéis2 costuma ser classificada de acordo com três critérios: tipo de fibra (curta ou longa), processo de fabricação (entre químico, semiquímico e alto rendimento) e destinação (mercado ou integrada). A fibra curta é originada de folhosas (como o eucalipto) e a longa de coníferas (como o pínus), e cada fibra têm propriedades que as tornam mais adequadas à fabricação de determinados tipos de papéis. O processo de fabricação determina o rendimento da madeira e a qualidade da celulose. Por fim, a celulose é denominada integrada quando se destina à produção de papel em uma planta anexa à produção do insumo, ao passo que é denominada de mercado quando é vendida para outras plantas de papel.

3. O SETOR DE PAPEL E CELULOSE NO BRASIL E NO MUNDO

3.1. Produção e Consumo Mundiais de Papel

A produção e o consumo mundiais de papel vêm crescendo há mais de quinze anos. A taxa média verificada nas ultimas décadas, para o crescimento da demanda mundial, foi de 3,6% a.a. e de 3,3% a.a. para o período 1990/95. As perspectivas para o horizonte 2013/2017 são de taxas anuais médias ao redor de 3,3%.

Imagem-1: Consumo mundial de papel.[pic 2]

4. CONSUMO MUNDIAL DE PAPEL

Entre todas as categorias de papel, o tipo imprimir e escrever são o que vem apresentando as maiores taxas de crescimento devido ao uso cada vez mais intensivo de propaganda (mala direta), além das tecnologias desenvolvidas para escritórios (copiadoras, impressoras, computadores pessoais, etc.) e o barateamento da impressão, permitindo uma maior diversidade de títulos de revistas e periódicos.

Os maiores produtores e também consumidores de papel são os países desenvolvidos: EUA, Japão e Canadá respondem por cerca de 50% da produção mundial e EUA, Japão e Alemanha consomem 50% de todo o papel produzido.

[pic 3]

Imagem-2: Maiores produtores de celulose do mundo.

O Brasil ocupa o 4º lugar entre os países produtores e o 11º entre os consumidores de papel. No entanto, em relação ao consumo per capita, o nível brasileiro de 34 kg/habitante, é muito baixo quando comparado aos trinta maiores cujos números variam entre os limites de 332 kg (EUA) e 97 kg (Grécia). Entre os componentes do MERCOSUL, o Brasil fica em desvantagem em relação à Argentina, cujo consumo per capita em 2013 foi de 45 kg. O Uruguai apresenta consumo de 22 kg, o Paraguai de 8 kg/hab. e, no Chile, o patamar é de 42 kg.

Destaque também deve ser dado para a China, que já se apresenta como o terceiro maior produtor e consumidor de papel, atrás apenas de Estados Unidos e Japão. Ressalte-se que o consumo per capita de papel na China alcançou, em 2010, o nível de 30 kg, patamar bastante inferior aos dos Estados Unidos e Japão (230 kg).

[pic 4]

Imagem-3: Consumo de papel mundial por categoria.

5. COMÉRCIO INTERNACIONAL DE PAPEL

O comércio de papel, em 2013, movimentou cerca de 110 milhões de toneladas, correspondendo a US$ 111 bilhões e a 29% da produção mundial. O fluxo mais intenso de comércio é apresentado pelos segmentos embalagem, imprimir, escrever e papel de impressão.

A importação de papel é concentrada (cerca de 50%) em seis países: EUA, Alemanha, Inglaterra, França, China e Itália. Os Estados Unidos apresentam um fluxo intenso com o Canadá no comércio de papel de impressão. Os países

europeus são grandes importadores de papéis para imprimir, escrever e embalagens. Os principais países exportadores de papel são Canadá, Finlândia, Suécia e EUA, atuando o primeiro fortemente em papel de impressão, a Finlândia no tipo imprimir e escrever e os EUA concentrados em papéis para embalagem.

Imagem-4: A exportação da Suécia é a mais equilibrada entre os principais tipos de papel.

[pic 5]

As exportações brasileiras de papel alcançaram 1.450 mil t em 2013 (2,7% das exportações mundiais)

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