A Sociedade em Rede Do Conhecimento à Ação Política

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Tais previsões vêm se confirmando, o que assistimos na Primavera Árabe, é prova cabal do poder da sociedade em rede, o gatilho detonador foi a morte violenta por policiais Tunisianos de um jovem estudante, por pichar no muro da escola uma frase em que cobrava melhorias no sistema de ensino daquele país. Uma vez divulgado nas redes sociais o ocorrido e externada a revolta pela morte do estudante, adicionados a total falta de liberdade de expressão impostos por leis da mordaça, foi criando um efeito dominó, acabando por se espalhar em vários países levando o povo às ruas num grande levante popular derrubando várias ditaduras nos países árabes.

Ou ainda mais recentemente se pode comprovar, os últimos acontecimentos na Turquia, em que uma tentativa de golpe de estado foi frustrada quando o presidente deposto Recep Tayyip Erdogan conclamando o povo a sair nas ruas, o mesmo Erdogan que tem como prática de calar opositores a censura e bloqueio do acesso á sociedade turca às redes sociais. Imediatamente a população sai às ruas.

A governança eletrônica ou virtual, nos tempos presentes é realizada numa rede, de instituições políticas que partilham a soberania em vários graus, que se vão auto reconfigurando numa geometria geopolítica variável. Castlles conceitua: “Estado em rede, não é o resultado das mudanças tecnológicas, mas a resposta à contradição estrutural entre o sistema global e o Estado nacional”.

Embora as sociedades tenham muitas coisas em comum, são também produto de diferentes escolhas e identidades históricas. O que denota nos tempos presentes, pós-globalizado, é a cyber pasteurização comportamentais e o Big Brother chocando o ovo da serpente.

Assim, o cerne da questão não é a sociedade em rede, um auto-proclamado estágio superior do desenvolvimento humano(CASTLLES, 2004). A questão é reconhecer os contornos do nosso novo terreno histórico, o Terroir de Milton Santos ou seja, o mundo em que vivemos. Só então será possível identificar os meios através dos quais, sociedades específicas em contextos específicos, podem atingir os seus objetivos e realizar os seus valores, fazendo uso das novas oportunidades geradas pela mais extraordinária revolução tecnológica da humanidade. (2004)

O que se conclui que conforme ressalta Castlles, existia a ainda persiste ainda hoje de fato um grande hiato entre conhecimento e consciência pública, mediada pelo sistema de comunicação e pelo processamento de informação dentro das nossas «molduras» mentais.

Referencial Bibliográfico:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nineteen_Eighty-Four

ORWELL George, Nineteen Eighty-Fur, 1984 , 1945.

TOFFLER, Alvin: A terceira onda (The Third Wave), 1980.