PANAMERICANO: FRAUDE CONTÁBIL
Por: SonSolimar • 15/1/2018 • 2.154 Palavras (9 Páginas) • 368 Visualizações
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geradas pela contabilidade, que, por sua vez é a que estuda e controla todas as variações do patrimônio da entidade com o objetivo de demonstrar e informar quanto a sua composição e estrutura. Essas informações que são avaliadas pela auditoria são imprescindíveis para resguardar os interesses de todas as partes vinculadas da empresa, bem como dos investidores, dos financiadores e fornecedores, do fisco, dos empregados e não apenas da administração da mesma.
A auditoria possui um papel fundamental, visto que evidencia as fraudes, principalmente para evitar a prática desses delitos com a criação e implantação de um controle interno eficiente, que visa controlar todos os sistemas da entidade e não apenas a identificar os fatos já realizados. A inexistência de um controle interno, ou a inadequação do controle interno na empresa, torna mais favorável a ocorrência de erros e fraudes. Um exemplo seria a possibilidades dos gerentes de poderem “maquiar” as demonstrações contábeis, para favorecer um resultado fictício no qual a empresa quer que seja apresentado como para que os interessados não percebam a queda do desempenho ou o grau de endividamento da empresa. É com base no grau de confiança do controle interno da empresa a ser auditada que o auditor estabelece o aprofundamento necessário para atender a uma boa condição de avaliar as demonstrações de forma mais segura.
Porém na auditoria um grande erro ou fraude pode não ser identificado, pelo fato de que seus exames e procedimentos são feitos através de amostragem, sendo assim mais fácil detectar se forem realizados pequenos erros em várias transações.
4. ERROS E FRAUDES CONTÁBEIS
Os erros são caracterizados por serem involuntários, ou seja, sem a intenção de lesar alguém, ocorre pela falta de atenção, omissão ou até mesmo pela falta de interpretação ou conhecimentos específicos relacionados as demonstrações contábeis.
As fraudes são caracterizadas pela alteração e/ou falsificação intencional de registros ou documentos, ou seja, pela omissão de transações ou mesmo por registrar transações sem os documentos que suportem tal registro, ocorre com o propósito de lesar alguém, para ter beneficio próprio, ou mesmo é um erro premeditado (Sá 2010).
Os motivos mais comuns para as fraudes acontecerem são:
1. Sistema de Segurança;
2. Motivos Financeiros;
3. Vingança e Insatisfação profissional;
4. Sedução pelo perigo;
5. E irregularidades generalizadas.
Para que seja minimizado qualquer um desses problemas as empresas devem tomar certos cuidados de forma que possam prevenir os comportamentos que são inadequados em suas operações, essa prevenção deve ocorrer a partir do processo para contratação de funcionários que irão desempenhar suas funções nos departamentos de compras, recursos humanos, financeiro e principalmente da tecnologia, esses departamentos são os que mais apresentam irregularidades contábeis.
É fundamental que as irregularidades apresentadas nas empresas sejam combatidas, para que evitem problemas futuros bem maiores como o que aconteceu nas empresas ENRON, PANAMERICANO, BANCO NACIONAL, PARMALAT, entre outras.
5. PANAMERICANO: CASO DE FRAUDE NO BRASIL
São várias as empresas que foram e ainda estão envolvidas em escândalos devido a ocorrência de erros e fraudes contábeis. Sendo queremos analisar o Caso do Panamericano, bem como o motivo e causas da fraude que ocasionou um rombo bilionário no grupo.
5.1. Trajetória dos acontecimentos do caso Panamericano.
O rombo no Banco Panamericano é o resultado de um acúmulo de irregularidades contábeis que conforme analistas vinham desde 2007. O banco inflava seus balanços por meio do registro de carteiras de créditos que haviam sido vendidas a outras instituições como parte de seu patrimônio. A maquiagem permitiu que o valor da empresa fosse incrementado antes da abertura de seu capital, em novembro de 2007. Mas não pode blindá-lo contra a crise de crédito em 2008. A situação era tão grave que, em dezembro de 2010, o Índice de Basileia do banco ficou negativo em 4,74%, quando o BC exige um mínimo de 11% - positivos. O Índice de Basileia é um indicador internacional que mede o quanto um banco pode emprestar em relação a seu capital.
Segundo executivos ligados à operação de salvamento Silvio Santos usou com habilidade o risco de quebra do banco e o trunfo de ter como sócio a Caixa Econômica Federal para sair da história com o menor prejuízo possível. O empresário perdeu o banco, mas não suas empresas. E o governo comemorou "uma solução de mercado" que preservou a reputação da Caixa após esta ter comprado, em 2009, 49% do capital votante do PanAmericano, por R$ 739,2 milhões.
Mas o principal personagem da operação de socorro ao PanAmericano não foi nem o BC nem o BTG Pactual. Criado pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) em 1995 para garantir os depósitos dos clientes de bancos liquidados, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC, custeado pelos próprios bancos) roubou a cena. Em ação inédita, o FGC gastou R$ 4,3 bilhões de seu patrimônio - de R$ 28 bilhões em novembro de 2010 - para salvar o PanAmericano sem exigir nada em troca. Das principais negociações com Silvio e o BC, participaram banqueiros do porte de Luiz Carlos Trabuco e Lázaro Brandão, do Bradesco; Roberto Setúbal, do Itaú; e Fabio Barbosa, do Santander (também presidente da Federação Brasileira de Bancos, a Febraban).
Jorge Ferreira (presidente do Conselho de Administração do FGC) alegou que o sistema bancário estaria em risco caso o PanAmericano quebrasse, ainda que o pior da crise econômica mundial já tivesse passado e o Brasil crescesse a um ritmo de 7,5% ao ano. Outros alegaram que grandes bancos estariam carregados de carteiras de empréstimos compradas do PanAmericano e uma quebra afetaria a saúde financeira dessas instituições. Mas, em conversas reservadas, os dirigentes de grandes bancos negaram o peso do PanAmericano em seus balanços.
O caso espanta analistas não apenas pelos recursos envolvidos, mas pelo precedente criado. Eles se perguntam: se outro banco tiver problemas contábeis, o FGC vai se empenhar da mesma forma para evitar sua quebra? Além dos R$ 4,3 bilhões usados para cobrir o rombo, o Fundo ainda comprou R$ 3,5 bilhões em créditos
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