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BANCO PANAMERICANO

Por:   •  30/11/2017  •  5.706 Palavras (23 Páginas)  •  277 Visualizações

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A fraude nas contas do Panamericano teve inicio em 2006. A Instituição vendia carteiras de crédito que envolviam principalmente os contratos de cessão de crédito, operações de empréstimos e registro de bens executados por inadimplência – para outras instituições financeiras, entre elas o Bradesco e o Itaú.As operações são corriqueiras e as instituições confirmam a compra. O erro partiu do banco Panamericano que manteve estas carteiras de crédito em seu balanço como ativos.

Além de contabilizar as carteiras de créditos já vendidas em balanço, acredita-se que a instituição financeira registrava esses negócios com valores alterados. Outras hipótese levantada pela autoridade monetária é que a mesma carteira de crédito tenha sido vendida mais de uma vez. Com isso, o balanço errava para cima o real valor dos ativos do banco.Ainda não se sabe quem foi o responsável pela fraude, nem como o erro não foi detectado neste período.

3.1.1 2007: Estria do Panamericano na bolsa de valores.

Em 19 de Novembro, o banco Panamericano lançou ações na bolsa de valores Paulo (Bovespa). A fraude inflou os resultados do banco e permitiu que a operação na bolsa fosse considerada um sucesso. O valor fixado para cada papel foi de R$10,00 (dez reais) – número levemente inferior ao preço das ações de seus bancos concorrentes na época, como o ABC e o Pine (com cotação de 10,46 e 14,95 reais.)No resultado final, a venda de 67 milhões de ações na bolsa rendeu a instituição 679 milhões de reais.

3.1.2 2009: Acordo com a Caixa Econômica Federal

No dia 26 de novembro, o banco Panamericano anunciou que mantinha entendimento com a Caixa Econômica Federal (CEF) e sua controladora, a CaixaPar, no sentido de viabilizar sua aquisição.Poucos dias depois, em 1º de Dezembro, veio a confirmação de negócio. A CEF informou ao mercado que passou a deter 49% de participação no capital votante do Panamericano e 20% do não votante, resultando em 35% do capital social.

A operação foi realizada por meio de aquisição, pela CaixaPar, de 64.621.700 ações ordinárias e 24.712.286 ações preferenciais de emissão do Panamericano e de propriedade de Silvio Santos Participações, pelo preço de 8,27 reais por ações, totalizando 739,272 milhões de reais. De acordo com as duas instituições, a parceria daria oportunidade para a Caixa realizar a oferta de crédito imobiliário, no Panamericano, junto ao segmento de baixa renda, utilizando o relacionamento do banco com as classes C,D e E, por intermédio de sua rede de distribuição, que contava na época com mais de 20.000 agentes e 200 lojas em todo país.Na ocasião, a estimativa de Caixa era de que, em cinco anos de parceria, conseguiria consolidar uma carteira de crédito imobiliário originada pelo Panamericano de ordem de R$ 5 bilhões.

O Banco Fator, a empresa de Auditoria KPMG e o escritório de advocacia Bocater, Camargo, Costa e Silva assessoraram a CaixaPar na transação. Já o grupo do Silvio Santos foi Assessorado pela Previplan, do ex-presidente do Banco Central, Wadico Bucchi e pelo escritório de advocacia Mattos Filho.

3.1.3 A Descoberta da fraude

No início de setembro, o Banco Central ( BC) identificou um rombo explosivo nos resultados contábeis do Panamericano.Os dados divergentes foram localizados quando a autarquia comparou os créditos comprados e cedidos pelo Panamericanos com outros bancos brasileiros.

O ex-personal trainer, concunhado de Silvio Santos e presidente do Panamericanos, Roberto Palladino, é chamado para prestar explicações sobre as irregularidades. A partir daí, ele informa o problema ao Grupo Silvio Santos e ao apresentador de TV. A presidente da Caixa Econômica Federal Maria Fernanda Ramos Coelho, também é avisada.No final de Setembro , por solicitação do Banco Central , o Comitê de Auditoria do Panamericano se reúne para examinar o balanço da instituição financeira. Ao mesmo tempo, o presidente do Grupo Silvio Santos, Luiz Sandoval, junto com o apresentador de TV, engatam reuniões com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um fundo privado gerido pelo conjuntos de bancos, para encontrar uma solução que evite a liquidação do Panamericano. O auxilio do FGC foi a única alternativa considerada.

No dia 22 Setembro, Silvio Santos fez uma visita ao presidente da República, Luiz Inácio da Silva. O encontro não estava previsto na agenda presidencial. As doações para o telecon foram declaradas oficialmente como o tema da conversa. No entanto, após a descoberta do rombo, surgiu a especulação de que o assunto era o Panamericano. Durante o mês de Outubro, o comitê de Auditoria do Panamericano entrega aos responsáveis do Banco Central um relatório apontando as irregularidades identificadas na instituição financeira. O documento mostrava que os dados não refletiam as reais condições do banco, pois contavam algumas carteiras de ativos que já haviam sido vendidas.Simultaneamente, o empréstimo solicitado ao FGC por Silvio Santos e Luiz Sandoval começa a ser viabilizado. Os diretores do banco, incluindo Roberto Palladino, não participaram dessas negociações.

A Caixa Econômica Federal e Silvio Santos começam a desenhar a nova diretoria do Panamericano. Esta mudança não era novidade, pois já estava incluída no acordo firmado entre o Grupo Silvio Santos e a CaixaPar que resultou na venda de parte do banco privado.

No inicio de Novembro, o empresário Silvio Santos firma um acordo com o Fundo para receber a quantia de 2,5 bilhões de reais que usada para “salvar” o Panamericano. Em troca, o apresentador de TV oferece como garantia as 44 empresas do seu grupo, incluindo o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), cujo o valor contábil declarado é de 27 bilhões. O prazo para pagamento da dívida é de dez anos.

Dia 9 de Novembro, com a nova diretoria escolhida o Panamericano comunica ao mercado financeiro o acordo firmado com o FGC. Todos os diretores estatutários são tirados dos seus cargos. Celso Antunes da Costa ex-diretor do Banco Real, assume como novo presidente da instituição financeira. A notícia pegou o mercado financeiro de surpresa. As ações do Panamericano fecharam no dia 10 de novembro cotadas a 4,77 reais. A queda foi de 29,54% em apenas um dia.

No dia 10, os integrantes da nova diretoria do Panamericano assumem seus respectivos cargos. Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal. É nomeada a nova presidente do conselho de administração do Panamericano.

No dia 11, o presidente do BC, Henrique Meirelles, informou, em audiência

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