Avaliação do Desempenho Econômico-Financeiro das empresas de telefonia móvel no Brasil: Vivo, Claro, Tim e Oi
Por: Hugo.bassi • 3/7/2018 • 6.142 Palavras (25 Páginas) • 425 Visualizações
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Os indicadores básicos de análise de desempenho econômico-financeiro das empresas são classificados de acordo com Assaf Neto e Lima (2009) em quatro grupos: liquidez, endividamentos e estrutura de capital, rentabilidade, e análise de ações. Como complemento desse estudo será utilizado outro indicador que permite conhecer a situação operacional de uma entidade, o EBITDA (Earning before interest, taxes, depreciation and amortization) que significa lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
O EBITDA representa o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos. O mesmo para proporcionar uma melhor visão, deve ser calculado junto com outros indicadores, pois é insuficiente para estimar seu real desempenho, visto que pondera somente o resultado final da empresa na grande maioria das vezes, já que pode sofrer influência de fatores difíceis de serem mensurados. Vale ressaltar que este indicador auxilia na análise de crédito e nos múltiplos de avaliação das empresas.
Analisar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa, nos permite conhecer entre outras, uma forma de como financiar os negócios, sendo possível perceber que uma utilização de recursos de terceiros com custo inferior ao retorno sobre investimento proporciona uma alavancagem financeira positiva. Nesse sentido conhecer esse indicador é importante para o processo de desempenho organizacional, visto que possui uma relação direta com o grau de endividamento, ou seja, quanto maior o grau de endividamento, mais elevado é o efeito da alavancagem financeira.
Esse estudo se justifica, pois, demonstra através de analises conhecidas por usuários das informações contábeis e estudadas no meio acadêmico os resultados obtidos pelas entidades, mostrando a importância e utilização dos índices para medir o desempenho econômico-financeiro, permitindo aos gestores, acionistas e futuros acionistas conhecer os resultados operacionais das organizações.
2- REFERENCIAL TEÓRICO
A contabilidade se constitui um importante instrumento que fornece informações aos diversos usuários, levando-os ao conhecimento da situação econômico-financeira da empresa. A partir deste contexto nesta revisão de literatura foram abordados temas que embasam conceitualmente a problemática da pesquisa em questão. Inicialmente foram tratados aspectos conceituais sobre a Análise das Demonstrações Contábeis, e nos tópicos seguintes será referenciado os índices econômico-financeiros liquidez, Endividamento, Retorno EBTIDA, Rentabilidade, Grau de Imobilização e Alavancagem Financeira.
2.1- Análises das Demonstrações Contábeis
A necessidade de analisar as demonstrações contábeis vem de muitos anos, pois segundo Brigham (2006), estas informam a situação econômico-financeira em determinado período, bem como em períodos anteriores e permite também “prever” uma situação futura, mas a maior contribuição das demonstrações financeiras estar na sua capacidade de antever lucros, dividendos e fluxo de caixa livre.
Do ponto de vista de um investidor, prever o futuro é tudo a que a análise de demonstrações financeiras visa, do ponto de vista dos administradores, a análise das demonstrações financeiras é útil tanto para ajudar a antecipar condições futuras, quanto mais importante, como um ponto de partida para planejar ações que melhorarão o desempenho da empresa. (Brigham/Ehrhardt-2006)
Segundo Iudícibus (1998) a análise das demonstrações contábeis constitui-se uma ferramenta imprescindível para a gestão empresarial pois, este método de análise se apresenta como meio de interpretação dos dados ali expostos os transformando em informações substanciais para propiciar aos gestores procedimentos confiáveis de projeções de resultados e acompanhamento de desempenho, colaborando para as tomadas de decisões.
Para Matarazzo (2003) a análise das demonstrações contábeis exige noções do seu conteúdo, significado, origens e limitações, ou seja, exige conhecimentos do que representa cada conta a ser estudada, pois existe uma infinidade de contas mesmo em empresas simples, e sem identificar o que cada uma representa, a interpretação dessas demonstrações pode ficar prejudicada.
Um ponto importante para realizar análise das demonstrações financeiras segundo Iudicibus (1998) e Matarazzo (2003) é a padronização das demonstrações. A padronização deve ser feita pelos seguintes motivos: simplificação, o que proporciona melhor visualização do balanço como um todo; comparabilidade; adequação aos objetivos da análise; precisão nas classificações de contas, para que as demonstrações não possuam falhas; descobertas de erros; e por fim o analista financeiro deve buscar entende-las.
Matarazzo (2003) afirma que “A análise através de índices exige obrigatoriamente a comparação com padrões e a fixação da importância relativa de cada índice. ” Ele descreve que existem formas de realizar análise das demonstrações financeiras, mas a que é mais usada frequentemente é a análise através de índices.
Segundo Assaf Neto (2007, p. 55) “a análise financeira visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.
Assim no que diz respeito avaliação do desempenho econômico-financeiro, é preciso realizar uma análise verídica que permita conhecer a realidade econômica e financeira da organização, bem como a situação dos seus ativos e passivos. Esta é uma ferramenta de gestão fundamental, pois transforma os indicadores econômico-financeiros em informações substanciais, proporcionando aos gestores tomada de decisões, pautadas projeções de resultados confiáveis.
2.2- Estrutura de capital
A análise de estrutura de capital é de fundamental importância para as organizações, pois retrata o desempenho relativo do capital próprio em relação ao de terceiros. Podemos entender que a situação de endividamento em que uma empresa se encontra está intimamente ligada a estrutura de capital da empresa, pois este é o resultado da maneira como a mesma financia suas atividades.
Em 1958, surge uma teoria sobre estrutura de capital pautada nos estudos de Modigliani e Miller (1958), onde estes demostraram que o valor de uma empresa não é medido pela sua estrutura de capital, levando em consideração alguns pressupostos
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