Resenha Wall Street
Por: eduardamaia17 • 30/10/2017 • 2.155 Palavras (9 Páginas) • 380 Visualizações
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Wall street: o dinheiro nunca dorme“É bom ser ganancioso!”, exclama Gekko, que após anos de cadeia parece querer recuperar o tempo perdido com sua filha e fazer tudo diferente. A película é um grande estímulo, e faz com que repensamos nossas atitudes. Dentro do mundo corporativo ela faz questionar até onde podemos ir para garantir sucesso, fama e dinheiro.Todos são responsáveis por atitudes que possam levar a falhas, crises e falências, no entanto, dentro do filme, os conflitos de interesses são superiores à moralidade.O roteiro prende o espectador do início ao fim, e faz concluir que no mundo globalizado e corporativo, a governança e responsabilidade social são características importantes e essenciais para a manutenção de qualquer império de riqueza, seja qual for o segmento de negócios. Aprender a trabalhar com riscos e ter responsabilidade por eles são funções básicas da liderança das corporações e, ainda, respeitar os limites na execução de qualquer negócio, é uma atitude digna de respeito.O filme apresenta ascensões e quedas que são fundamentais para reflexão e para enxergarmos a função de cada instituição dentro do sistema capitalista.O mais interessante trazido pelo diretor Oliver Stone, foi a mensagem de valores familiares esquecidos por muitos gananciosos do mercado. Pensar em valorizar a família e prever o que pode acontecer com a família alheia após inúmeros atitudes negligenciadas são o foco primordial do filme após a crise financeira de 2008. Nessa continuação, o especulador Gordon Gekko (Douglas) sai da cadeia após cumprir pena de 8 anos por crimes no mercado financeiro e encontra o mundo a beira da grande crise econômica que ocorreu em 2008, a “crise dos subprimes”, que obrigou o governo dos Estados Unidos a injetar centenas de bilhões de dólares nos bancos para evitar uma crise igual como foi a grande crise de 1929.Uma parte interessante do filme, logo no início, é quando Gekko vai a uma universidade palestrar para alguns alunos, e alerta para o grande Tsunami financeiro que está por vir, mas poucos dão atenção a ele. Ele cita a ganância como principal fator que estava fazendo o mercado de títulos hipotecários de imóveis dispararem e as consequncias que isstraria para os EUA.Resumidamente, a crise subprime foi uma crise detonada pela excessiva especulação sobre ativos de alto risco que foram financiados por empréstimos bancários, incluindo empréstimos hipotecários à compra de casas residenciais e aluguéis e compras de carros por meio de cartões de crédito.Créditos concedidos muitas vezes a clientes sem comprovação de renda e sem histórico de reputação de “bom pagador” (o famoso cadastro positivo, que está para ser implantado no Brasil). Com o excesso de crédito disponível, o mercado imobiliário disparou.Os americanos além do acesso fácil ao dinheiro dos bancos, também podiam refinanciar suas casas, isto é, achando que os preços dos imóveis iriam aumentar “para sempre”, mal estavam pagando suas casas já as refinanciavam e o pior, compravam mais imóveis e com o dinheiro que sobrava da negociação iam para o shopping fazer compras.Porém, a “bolha” estourou e o preço das casas começou a cair. Muitas famílias não conseguiam pagar suas hipotecas e perderam suas casas. Como o preço caiu, os bancos não conseguiam reaver os empréstimos e o que era para ser uma festa regada a wisky e champanhe acabou em uma tremenda ressaca.
Após sair do filme, deu para fazer algumas comparações com o atual momento do mercado imobiliário brasileiro. Hoje a procura por imóveis está altíssima, prédios nascem em todos os lugares, promoções do tipo “compre um apartamento e ganhe um carro de R$ 100.000,00 na garagem”, regiões próximas ao pré-sal como Santos e Rio de Janeiro com os preços disparando, crédito facilitado em 30 anos para apartamentos, 80 meses para automóveis, 30 meses para eletrodomésticos, crédito aprovado na hora, primeira parcela para daqui a alguns meses...
Isso sem falar que as lojas estão cada vez mais parecidas com bancos, oferecendo serviços de empréstimos e cartões de credito. Pessoas me procuram perguntando se ainda vale a pena investir em imóveis sem conhecer nada a respeito do mercado. Isso está me lembrando a festa do wisky e champanhe que citei acima...
E como ficam os juros? Será que as pessoas ao adquirirem um financiamento se lembram que temos as taxas de juros mais altas do planeta? Que uma pessoa que financia um apartamento em 30 anos no final do plano está pagando cerca de 3 apartamentos? Muitas me dizem “o momento é agora, se não comprar não compro mais”, ou “essa cabe no meu bolso”, e a famosa “sem um carnê eu não economizo”.
Não dá para dizer que estamos em uma bolha de crédito ou não. Mas fica o convite a reflexão. Será que a ganância não está tomando conta do brasileiro? Será que os imóveis vão continuar subindo para sempre? Uma coisa eu fico aliviado: AINDA BEM que não temos o refinanciamento de imóveis no Brasil
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