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O Monge e o Executivo

Por:   •  7/3/2018  •  2.428 Palavras (10 Páginas)  •  563 Visualizações

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reiterar, no entanto, que mais uma vez ele não se refere a sentimentos. Ele considera a bondade pelo viés comportamental. Além disso, Hunter (2004) cita o poder da gentileza, que costuma fazer muita diferença no cotidiano dos relacionamentos em quaisquer níveis.

Outro aspecto a ser ressaltado, e que o autor associa à bondade, é a extrema importância da capacidade de ouvir do líder. A situação a seguir retrata um momento bastante intenso vivido pelos personagens principais da história:

[...] Podemos manifestar bondade, uma das qualidades do amor, independentemente dos nossos sentimentos por alguém. Como já dissemos, amor não é como nos sentimos a respeito dos outros, mas como nos comportamos com os outros. Deixe-me ler o que George Washington Carver disse sobre a bondade: "Seja bom com os outros. A distância que você caminha na vida vai depender da sua ternura com os jovens, da sua compaixão com os idosos, sua compreensão com aqueles que lutam, da sua tolerância com os fracos e os fortes. Porque algum dia na vida você poderá ser um deles. (HUNTER, James C., 2004, p. 84).

O autor pontua que o bom ouvinte consegue sair da sua perspectiva com mais facilidade. Afinal de contas, como possui uma escuta sensível e atenta, o líder empático conhece a forma como o outro pensa e quais são os seus esquemas conceituais. Por conta disso, possui elementos suficientes para antever como se sentiria numa situação se estivesse no lugar do outro. Portanto, a capacidade de enxergar e sentir, a partir de uma perspectiva diferente da sua, é uma característica imprescindível para quem pretende exercer a liderança servidora.

A terceira palavra é humildade. diz que a marca principal deste conceito é a autenticidade, destituída de pretensão, orgulho ou arrogância. O autor chama a atenção para esta definição, pois as pessoas tendem a distorcê-la. Ser humilde não significa ser passivo ou modesto, mas representa uma condição que implica exposição, desvelamento e, acima de tudo, posicionamento diante das situações mais complexas.

Acho que o que queremos de nossos líderes é autenticidade, a habilidade de serem verdadeiros com as pessoas — nós não queremos líderes inchados de orgulho e fixados em si mesmos. O ego pode de fato interpor-se no caminho e criar barreiras entre os líderes e seus liderados. Os líderes arrogantes que acham que sabem tudo são um estrago para muitas pessoas. Essa arrogância também é uma pretensão desonesta, porque ninguém sabe tudo ou tem tudo. Humildade para mim é pensar menos a respeito de si mesmo. (HUNTER, James C., 2004, p. 89).

Nessa configuração, as relações se constroem fortalecidas e com um campo propício para a conquista da confiança mútua. Afinal de contas, a confiança é condição à conservação de bons relacionamentos, de forma que seria bastante penoso manter-se numa relação em que não houvesse esta liga tão importante entre os seus componentes.

A quarta palavra é respeito. Hunter (2004, p. 90) define como sendo a capacidade de “tratar todas as pessoas com a devida importância.” O autor pontua que a condição humana deveria ser motivo suficiente para que cada pessoa mereça o respeito da outra. Afinal de contas, o status humano precede às funções e cargos hierarquizados.

Acredito que Deus não criou "lixo humano", apenas pessoas com problemas de comportamento. E todos nós temos problemas de comportamento. Mas acho que todos nós deveríamos ser dignos de manifestações de respeito apenas por sermos seres humanos. A definição que Teresa leu foi "tratar as pessoas como se fossem importantes". Acho que deveríamos acrescentar no final da definição "porque elas são importantes". E se você não aceitar esta idéia, tente outra, a de que as pessoas deveriam merecer "manifestações de respeito" justamente por serem do seu time, do seu pelotão, do seu departamento, da sua família, do seu o que quer que seja. O líder deve ter um interesse especial no sucesso daqueles que lidera. De fato, um de nossos papéis como líder é apoiá-los e incentivá-los para que se tornem bem-sucedidos. (HUNTER, James C., 2004, p. 89).

No entanto, segundo Hunter (2004), o que se percebe no âmbito das organizações é o descuido extremo em relação a esse aspecto, tendo em vista que a qualidade do tratamento dado às pessoas é proporcional à posição que ocupam dentro da instituição. O líder servidor precisa ter em mente que o respeito é imprescindível e deve permear sua conduta independentemente do nível hierárquico do funcionário.

Outra faceta apontada pelo autor, refere-se as mensagens que o líder envia a partir de seu comportamento. O não cumprimento dos horários, por exemplo, emite recados que podem denotar que as pessoas envolvidas na atividade programada não têm importância ou que o seu horário é mais valioso que o dos outros. Aliás, as pessoas que estão à frente de grupos humanos precisam conscientizar-se que essas mensagens possuem um poder de influência extremo.

Ademais, ele cita também que uma das demonstrações mais interessantes de respeito vem do hábito de delegar responsabilidades. Essa condição implica percepção e reconhecimento das habilidades dos liderados. A confiança, elemento imprescindível nas interações humanas, ganha força, resultando no incremento da intensidade das relações também.

A quinta palavra e abnegação ou generosidade, como o autor a define:

[...] O oposto de abnegação é egoísmo, que significa "minhas necessidades primeiro, ao diabo com suas necessidades", certo? Abnegação significa satisfazer as necessidades dos outros, mesmo que isso implique sacrificar suas próprias necessidades e vontades. Esta também seria uma linda definição de liderança. Satisfazer as necessidades dos outros mesmo antes das suas. (HUNTER, James C., 2004, p. 89).

A sexta palavra é perdão. O autor define como sendo a capacidade de “ser fiel às suas escolhas.” Ele ressalta mais uma vez o óbvio, ou seja, que os seres humanos são falíveis e, portanto, estão sujeitos a cometerem erros. Diante disso, o líder precisa aprender a perdoar as pessoas que não correspondem às expectativas. No entanto, o ato de perdoar do líder possui algumas nuanças que merecem destaque:

[...] Isso não seria liderar com integridade. Perdoar não significa desconhecer as coisas ruins que acontecem, nem deixar de lidar com elas à medida que surgem. Ao contrário, devemos ter um comportamento afirmativo com as pessoas, não um comportamento passivo de capacho, ou agressivo, que viole os direitos dos outros. Comportamento afirmativo consiste em ser aberto, honesto e direto com as pessoas, mas sempre de maneira respeitosa.

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