Ensaio sobre a ética, o Brasil e a cegueira
Por: Rodrigo.Claudino • 16/10/2018 • 898 Palavras (4 Páginas) • 445 Visualizações
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de agir em prol do bem coletivo são reconhecidas e há um expansivo questionamento sobre esse comportamento. O que se tira de conclusão é que não existe uma solução específica, a qual atenda de pronto a essas ações, se não por uma reconstrução de valores. O senso de justiça é acompanhado por excessos, exercido em ocasiões extremas, geralmente quando algo comove uma comunidade a partir de alguma brutalidade envolvendo a morte, entre outros eventos considerados de maior gravidade. A justiça não é questionada no cotidiano.
Em contraponto à justiça aristotélica, não existem meios termos, quando se acompanha as características marcantes da sociedade brasileira. Há um desencontro no sentido de identificação e um estigma relacionado à nação brasileira, sobre ser pertencente à ela, sobre ser brasileiro. Principalmente em relação à política e ao seu caráter negativo, ligado à corrupção e rotinas que distanciam o cidadão da resolução efetiva dos seus problemas, das tomadas de decisão. Por isso, o cumprimento ou não da lei, não é relevante, em muitos aspectos. Ainda que haja a preocupação de controlar e regulamentar, muitos regimentos não acompanham a realidade e não são aplicáveis ao contexto em que são propostos, bem como não ressignificam a ideia de que “nada adianta fazer, as coisas sempre ocorrerão da mesma forma”.
São difusas as relações entre meios e fins. Os debates com o intento de propor mudanças estruturais são afetados pelos extremismos e pela omissão. “Política e religião não se discutem” parece ganhar força como discurso, mesmo sendo assuntos de imprescindíveis para se chegar a algum consenso e, como consequência, melhorar a qualidade de vida, as formas de se viver e alcançar os bens almejados.
Podem existir novas formas de se pensar e definir o que é certo ou errado, contanto que haja um maior discernimento e engajamento por parte dos cidadãos brasileiros. Discernimento esse, que pode vir a acentuar-se após a adesão de discussões e debates, sem recuos, medos ou extremos. Deve-se evitar a cegueira como uma reação específica para distanciar confrontos e conflitos, pois esta é uma adversidade aos mecanismos básicos de raciocínio e reflexão, os quais são de extrema relevância para o desenvolvimento intelectual humano.
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