Administração financeira e orçamentaria
Por: Hugo.bassi • 3/12/2017 • 1.582 Palavras (7 Páginas) • 270 Visualizações
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Com a introdução do risco no processo de orçamento de capital, é recomendável ao administrador financeiro decidir sobre se aceita ou rejeita os projetos somente após considerado o risco, ou seja, não se basear somente no método do VPL e da TIR. Em algumas situações, a análise vai se basear no nível de retorno líquido projetado, associado ao nível de risco.
Análise de cenários e sensibilidade
Usualmente, os investidores empregam a análise de sensibilidade e a análise de cenários para avaliar possíveis efeitos sobre as entradas de caixa.
A análise de sensibilidade indica a noção de variabilidade nos retornos em função de mudanças nas variáveis principais. É uma abordagem comportamental que investiga a influência no VPL quando houver alteração nas entradas de caixa iniciais. Consiste em calcular a amplitude entre as estimativas extremas. Essas amplitudes são estimativas elaboradas por técnicos e empresários a partir de dados de variáveis do mercado em que o projeto está inserido. O primeiro passo é atribuir às entradas de caixa uma classificação, em seguida, para cada projeto, subtrai-se da estimativa máxima a estimativa mínima. O projeto que apresentar a maior diferença entre as estimativas será o projeto de maior risco. Essa análise de estimativas pode ser feita pelas entradas de caixa sem desconto, porem o adequado é analisar as estimativas pelos VPL de cada projeto, visto que por essa técnica serão considerados o custo de oportunidade e o valor do investimento inicial.
Também de natureza comportamental, a análise de cenário é empregada para avaliar a influência nas entradas de caixa e no VPL decorrente de alterações nas variáveis do mercado em que os projetos estão inseridos. Devem ser consideradas variáveis como inflação, variação cambial, renda dos consumidores, custo das fontes de financiamento, preços de produtos concorrentes, preços de matéria-prima, tributação, enfim, variáveis capazes de afetar o mercado que influencia o projeto. Na análise de cenários o administrador deve quantificar as variáveis consideradas para fazer simulações com dados hipotéticos das entradas de caixa dos projetos. Informações e dados devem ser obtidos de estimativas baseadas em pressupostos teóricos consistentes. Quanto mais fidedignos os dados e confiáveis as fontes de informações, mais precisas serão as leituras de cenários e as projeções.
Ajuste ao risco
Todos os investimentos de capital analisados pelas técnicas de análise de investimentos geram impactos em um momento futuro e as probabilidades de que tudo ocorra conforme planejado são relativas. Dependem de um contexto futuro que, por melhor que seja planejado, apresenta variações passíveis de influenciar o resultado do projeto, ou seja, o valor esperado.
As análises pelo VPL ou pela TIR não são suficientes para indicar viabilidade econômico-financeira e recomendar a aceitação ou rejeição de um projeto. É necessário associar técnicas de análises de investimento a técnicas de ajuste ao risco para dar maior segurança ao processo de análise, ou seja, a análise de risco complementa de forma adequada a avaliação de projetos. Há duas técnicas de ajuste do VPL ao risco, conhecidas como: Equivalentes à Certeza (ECs), que consiste em ajustar riscos as entradas de caixa, e Taxa de Desconto Ajustada por Risco (TADR), que é o método de ajustar a taxa de desconto ao risco.
Equivalente à Certeza
É um fator de ajuste das entradas de caixa ao risco. Representa em forma de porcentagem, de uma entrada de caixa que se aproxima o mais possível da certeza de o investidor receber, em vez de entradas de caixa possíveis previstas inicialmente.
Diretamente aplicada ao fluxo de caixa do projeto, consiste em estimar percentuais de certeza de ocorrência para cada fluxo de caixa do projeto de investimento, podendo ser fixo para todo o período de vida do investimento ou variável por período. Esta sistemática implica na utilização de critérios qualitativos para apurar o percentual equivalente à certeza, tornando esta fixação subjetiva. Conforme Gitman, equivalentes à certeza, representam a porcentagem de uma entrada de caixa estimada, que os investidores ficariam satisfeitos em receber com certeza, ao invés de entradas de caixa possíveis a cada ano. Estes fluxos ajustados são descontados pela taxa livre de risco, ou seja, a taxa que se ganharia em um investimento virtualmente sem risco, tal como um título do governo.
Taxa de Desconto Ajustada por Risco
A Taxa de Desconto Ajustada por Risco ou TADR, consiste em ajustar a taxa de desconto de acordo com o real custo de oportunidade, isto é, trazer os fluxos de caixa a valor presente, considerando as taxas de descontos ajustadas a diversos riscos como o de inflação, risco de inadimplência, risco de liquidez, ou risco de vencimento, por exemplo. Após esse ajuste, o VPL de cada projeto seria alterado, já que a nova taxa de desconto está ajustada à taxa de inadimplência no setor de cada projeto.
Se numa análise de projetos, fossem informados dados sobre riscos que afetam o fluxo de caixa e que afetam a taxa de desconto, a taxa de desconto ajustada pelo método TADR teria que incidir sobre os fluxos de caixa ajustados pela EC. Ambas metodologias de ajuste dos retornos ao risco talvez permita pensar que a Equivalência à Certeza seja método preferível a Taxa de Desconto Ajustada por Risco porque, primeiramente, considera o risco incidente sobre as entradas iniciais para, somente após isso, trazê-las a valor presente, ou seja, aplicam taxas de desconto sobre o fluxo de caixa. No entanto, a Equivalência à Certeza depende de projeções de retorno mais sujeitas a arbítrio que a TADR, pois os fatores considerados são obtidos por meio de estimativas cujos parâmetros nem sempre são de fácil elaboração. Diferente do método das Taxas de Descontos Ajustadas por Risco – TADR que é menos difícil de calcular, pois referenciais de inflação, de inadimplência e de liquidez são mais disponíveis no mercado porque cada setor estuda sistematicamente as variáveis a que está sujeito.
A metodologia mais consistente seria
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