A profissão de administrador público: ação, valores e ética.

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Virtudes: para Aristóteles, a virtude é uma espécie de mediania já que visa o meio-termo e tem relação com a escolha dos atos e das paixões. A virtude é um meio-termo entre dois vícios, o alcance desse meio-termo possibilita a felicidade. Um desses vícios envolve o excesso e o outro vício envolve a carência. Logo, cabe à virtude e à sua natureza visar à mediania tanto nas ações – embora algumas ações não permitem um meio-termo por seus próprios nomes já implicarem, em si mesmos, maldade – quanto nas paixões. Um exemplo de virtude é a coragem, que fica no meio termo entre a temeridade (excesso) e a covardia (carência), essencial para propor e iniciar mudanças no serviço público, tomar atitudes contrárias ao interesse de poucos buscando sempre o interesse público. Aristóteles também afirmava que há dois tipos de virtudes: a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito e não nos surge por natureza, dado que nada que existe por natureza pode ser alterado pela força do hábito, é a busca do meio termo.

→ Éticas Cristãs

Ética das virtudes de Tomás de Aquino: Tomás de Aquino parte do princípio da existência de Deus, porque nenhuma ética é possível sem uma metafísica qualquer, sendo o ser humano livre, Deus não lhe tirou a liberdade. Sendo assim, classifica as virtudes como hábitos, ou seja, um estado, uma maneira de ser. Nesse passo, ele aponta que tanto a virtude, que orienta o homem para a bem-aventurança como também seu oposto, o vício, que faz com que o homem se afaste dela, são hábitos. Tomás divide as virtudes em morais/intelectuais, que consistem em alcançar a razão humana, e em virtudes teologais, que consistem em alcançar a regra primeira que é Deus, sendo essa última, em sua visão, mais excelente que a primeira. As ações do governo, e por conseguinte do administrador público, se refletem nas virtudes morais/intelectuais de Tomás de Aquino, na busca pelo alcance da supremacia do interesse público e na garantia dos direitos da pessoa humana.

Pensamento de Weber sobre a ética protestante: A ética protestante, ou ética do trabalho, é um código de moral baseada nos princípios de moderação, disciplina, trabalho duro e individualismo. Weber buscou compreender como essa ética proporcionou condições para que o capitalismo viesse a se desenvolver em países protestantes. Nesse passo, mostra como o protestantismo dá fundamentos para que o homem busque o lucro, baseado numa crença divina. A concepção da ética protestante despertou uma mudança no comportamento social e um choque de culturas, visto que até então predominava a concepção tradicional de trabalho (concepção católica), que não acumulava e pensava o trabalho como meio de garantir subsistência, que acarretou na abrupta mudança no cenário econômico. Apesar das ações do Governo não alvejarem o lucro, ele serve como agente moderador do mercado, não interferindo, mas fiscalizando as práticas de mercado, sendo assim, cabe ao administrador público garantir políticas públicas de incentivo e controle que assegurem o pleno funcionamento das ações do mercado e da economia.

Referências:

BODART, Cristiano. A ética protestante e o espírito do capitalismo, Café com Sociologia, 2012. Disponível em: http://cafecomsociologia.com/2012/07/etica-protestante-e-o-espirito-do.html> Acesso em: Acesso em: 20 set. 2016.

LECLERC, A. . Questões Fundamentais da Teoria da Ação. In: João Carlos Brum. (Org.). Manual de Ética. Questões de Ética Teórica e Aplicada. 1ed.Petrópolis: Vozes, 2014, v. , p. 71-90.

RODRIGUES, Epitácio. Aristóteles e a ética da felicidade (eudaimonia), Epitácio Rodrigues, 2010. Disponível em: http://filosofiaprofrodrigues.blogspot.com.br/2010/10/aristoteles-e-etica-da-felicidade.html> Acesso em: 20 set. 2016.

Terminologia Atemporal. Resenha: a ética protestante e o espírito do capitalismo. Disponível em: https://terminologiaatemporal.wordpress.com/2013/05/02/resenha-a-etica-protestante-e-o-espirito-do-capitalismo-max-weber/> Acesso em: 22 set. 2016.

TOUGH, Paul. Uma questão de caráter. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.

VAZ, Michele. A ética para Aristóteles, Psicologia MSN, 2013. Disponível em: http://www.psicologiamsn.com/2012/10/a-etica-para-aristoteles.html> Acesso em: 20 set. 2016.