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A Gestao de Custo

Por:   •  28/3/2018  •  1.810 Palavras (8 Páginas)  •  288 Visualizações

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Com base na Tabela 10.1, pode-se estimar o custo de material por boné produzido como R$ 0,98. Esse é o custo variável unitário de material, pois para fabricar dois bonés irá se consumir duas vezes mais material e assim por diante. A quantidade de material consumido depende da quantidade produzida, o que caracteriza custo variável. Pode- se usar essa informação para estimar o custo de material para o processamento de lotes diferente de outros tamanhos. A Figura 10.3 ilustra o comportamento do custo de material em função do volume produzido.

Tendo avaliado vários arranjos organizacionais, e devido á disponibilidade de mão de obra qualificada na região, a Bonés & Bonés optou por terceirizar as operações necessárias para a confecção dos bonés, pagando por unidade processada. As operações que foram terceirizadas estão descritas na Tabela 10.2.

Sob as condições do arranjo organizacional da Bonés & Bonés o custo de mão de obra direta é R$ 0,60 por unidade. Assim, o custo total de mão de obra direta também pode ser interpretado como variável, porquanto depende do volume produzido. A Figura, 10.4 ilustra o comportamento do custo de mão de obra direta em função do volume produzido.

Além dos custos de material e de mão de obra existem outros custos que apresentam variabilidade com o volume produzido. Para a Bonés & Bonés, os custos de combustíveis para atender à logística de transporte de uma operação industrial para outra apresentam alguma relação com o volume transportado. A Tabela 10.3 apresenta o histórico dos custos de energia e combustíveis.

Na Bonés & Bonés, é inegável a existência de uma associação entre o volume produzido e os custos indiretos de energia e de combustível consumidos. A despeito dessa constatação, não é prudente classifica-los como custo variáveis. Uma análise mais detalhada pode evidenciar que esses custos são de natureza híbrida, isto é, contêm uma parcela fixa e uma parcela variável. A parcela fixa independe do volume produzido, enquanto a parcela variável mantém uma associação positiva com o volume.

O auxílio da estatística, quase sempre permite encontrar um modelo aceitável que descreva o comportamento dos custos como uma função do volume produzido.

Utilizando recursos do Excel, encontram-se as parcelas fixa e variável dos custos de energia e de combustíveis. Os resultados do procedimento estão apresentados no Quadro 10.1.

O R² estimado, 0,99, indica a existência de uma associação linear entre o volume produzido e os custos de energia e de combustíveis. Indica também que, nos modelos encontrados, 99% da variação observada nos custos de energia e de combustíveis é explicada pela variação do volume de produção.

As imagens das telas, a seguir, ilustram o procedimento utilizado para o custo de energia. De modo análogo, foram obtidas as estimativas dos custos fixo e variável de combustível. Felizmente essas informações, apesar de relevantes para fins gerenciais, não são necessárias nem exigidas para efetuar os registros contábeis.

Após a análise do comportamento dos custos indiretos de fabricação, é possível compor o custo variável para um lote de 1.000 bonés para a empresa Bonés & Bonés conforme a Tabela10.4.

O conjunto de informações geradas permite estimar o custo variável unitário de boné como R$ 1,66. A Figura 10.5 ilustra o comportamento do Custo Variável Total em função do volume de produção.

A Bonés & Bonés vende seus produtos para diversos varejistas ao preço unitário de R$ 4,50. Durante o mês de outubro de 2006, a empresa produziu e vendeu 20.000 unidades. O Demonstrativo de Resultados do Exercício antes das despesas e dos custos fixos é apresentado na Tabela 10.5.

2.2 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

A Margem de Contribuição Bruta espelha o potencial de geração de resultados da área industrial antes do ressarcimento dos custos fixos. A Margem de Contribuição Bruta Unitária é obtida pela relação:

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO BRUTA UNITÁRIA

Preço de Venda – Custo Variável Unitário

A Margem de Contribuição Bruta pode ser interpretada como o quanto cada unidade de produto contribui, inicialmente, para o resultado operacional da empresa antes da dedução dos custos fixos. Sob Custeio Direto, o conceito mais relevante é o da Margem de Contribuição Líquida. Essa afirmação decorre do fato de que enquanto os custos se concretizam pelo ato de produzir, a margem só se concretiza pelo ato da venda. Se não existirem vendas, não existirá margem. Esse conceito posiciona as vendas como o fator gerador de riqueza para a Empresa.

Para estimar e concretizar as vendas, a empresa incorre em outros tipos de gastos. Exemplos desses gastos são salários de vendedores, comissões de vendedores e de representantes, contato com clientes, distribuição do produto, propaganda e publicidade etc. Alguns desses gastos são fixos por período de tempo e outros são variáveis com o volume de vendas denominam-se Despesas Variáveis de Venda.

A Bonés & Bonés, para incentivar seus vendedores, adotou uma política salarial na forma de salário fixo mais 6% sobre as vendas. Para um preço de venda igual a R$ 4,50 as despesas variáveis de vendas equivalem a R$ 0,27 por unidade vendida. Essa separação das despesas em fixas e variáveis permite chegar ao conceito de Margem Líquida de Contribuição.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO LÍQUIDA UNITÁRIA

Preço de Venda – Custo Variável Unitário – Despesa Variável Unitária

A Tabela 10.6 ilustra o posicionamento da Margem de Contribuição Líquida no Demonstrativo de Resultados do Exercício da Bonés & Bonés.

A vantagem da utilização da Margem de Contribuição Líquida Unitária é que enquanto o preço de venda e o custo variável não se alterarem ela permanecerá constante, facilitando seu uso para projeções e orçamentação. O Custeio Direto é a base para a elaboração do orçamento flexível.

O conceito de Margem de Contribuição Líquida Unitária pode ser entendido como excedente da receita unitária em relação ao custo variável unitário e a despesa variável unitária, teoricamente destinado á formação de um fundo (Margem de Contribuição Líquida Total) para o pagamento dos custos fixos e das despesas fixas. O lucro surge sempre que a Margem de contribuição Líquida superar

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