FACULDADE METROPOLITANA DE MANAUS ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DE CUSTOS
Por: YdecRupolo • 23/12/2017 • 1.853 Palavras (8 Páginas) • 473 Visualizações
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5kg de material, a produção de duas unidades deverá consumir 10kg do mesmo material e assim por diante. Essa hipótese de custos variáveis unitários constantes facilita a análise e as projeções das informações e, em razão disso, é muito utilizada na elaboração de orçamentos e de projetos.
EXEMPLOS - CUSTEIO DIRETO: UM PRODUTO
A empresa Bonés & Bonés, localizada em Apucarana- PR, produz bonés sob encomendas e também lança modelos próprios. O proprietário da empresa, que também exerce a função de gerente de logística, sabe que os atributos de qualidade, prazos de entrega e custos são fundamentais para o sucesso do negócio.
O arranjo organizacional e produtivo da empresa permite-lhe produzir e comercializar 1.000 bonés/dia. Variação de volume, para mais, de até 50%, pode ser absorvida pela estrutura atual, isto é, sem a necessidade de alterar o custo fixo. Os gastos com materiais estão apresentados na Tabela 10.1.
Com base na Tabela 10.1, pode-se estimar o custo de material por boné produzido como R$ 0,98. Esse é o custo variável unitário de material, pois para fabricar dois bonés irá se consumir duas vezes mais material e assim por diante. A quantidade de material consumido depende da quantidade produzida, o que caracteriza custo variável. Pode- se usar essa informação para estimar o custo de material para o processamento de lotes diferente de outros tamanhos. A Figura 10.3 ilustra o comportamento do custo de material em função do volume produzido.
Tendo avaliado vários arranjos organizacionais, e devido á disponibilidade de mão de obra qualificada na região, a Bonés & Bonés optou por terceirizar as operações necessárias para a confecção dos bonés, pagando por unidade processada. As operações que foram terceirizadas estão descritas na Tabela 10.2.
Sob as condições do arranjo organizacional da Bonés & Bonés o custo de mão de obra direta é R$ 0,60 por unidade. Assim, o custo total de mão de obra direta também pode ser interpretado como variável, porquanto depende do volume produzido. A Figura, 10.4 ilustra o comportamento do custo de mão de obra direta em função do volume produzido.
Além dos custos de material e de mão de obra existem outros custos que apresentam variabilidade com o volume produzido. Para a Bonés & Bonés, os custos de combustíveis para atender à logística de transporte de uma operação industrial para outra apresentam alguma relação com o volume transportado. A Tabela 10.3 apresenta o histórico dos custos de energia e combustíveis.
Na Bonés & Bonés, é inegável a existência de uma associação entre o volume produzido e os custos indiretos de energia e de combustível consumidos. A despeito dessa constatação, não é prudente classifica-los como custo variáveis. Uma análise mais detalhada pode evidenciar que esses custos são de natureza híbrida, isto é, contêm uma parcela fixa e uma parcela variável. A parcela fixa independe do volume produzido, enquanto a parcela variável mantém uma associação positiva com o volume.
O auxílio da estatística, quase sempre permite encontrar um modelo aceitável que descreva o comportamento dos custos como uma função do volume produzido.
Utilizando recursos do Excel, encontram-se as parcelas fixa e variável dos custos de energia e de combustíveis. Os resultados do procedimento estão apresentados no Quadro 10.1.
O R² estimado, 0,99, indica a existência de uma associação linear entre o volume produzido e os custos de energia e de combustíveis. Indica também que, nos modelos encontrados, 99% da variação observada nos custos de energia e de combustíveis é explicada pela variação do volume de produção.
As imagens das telas, a seguir, ilustram o procedimento utilizado para o custo de energia. De modo análogo, foram obtidas as estimativas dos custos fixo e variável de combustível. Felizmente essas informações, apesar de relevantes para fins gerenciais, não são necessárias nem exigidas para efetuar os registros contábeis.
Após a análise do comportamento dos custos indiretos de fabricação, é possível compor o custo variável para um lote de 1.000 bonés para a empresa Bonés & Bonés conforme a Tabela10.4.
O conjunto de informações geradas permite estimar o custo variável unitário de boné como R$ 1,66. A Figura 10.5 ilustra o comportamento do Custo Variável Total em função do volume de produção.
A Bonés & Bonés vende seus produtos para diversos varejistas ao preço unitário de R$ 4,50. Durante o mês de outubro de 2006, a empresa produziu e vendeu 20.000 unidades. O Demonstrativo de Resultados do Exercício antes das despesas e dos custos fixos é apresentado na Tabela 10.5.
2.2 – MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A Margem de Contribuição Bruta espelha o potencial de geração de resultados da área industrial antes do ressarcimento dos custos fixos. A Margem de Contribuição Bruta Unitária é obtida pela relação:
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO BRUTA UNITÁRIA
Preço de Venda – Custo Variável Unitário
A Margem de Contribuição Bruta pode ser interpretada como o quanto cada unidade de produto contribui, inicialmente, para o resultado operacional da empresa antes da dedução dos custos fixos. Sob Custeio Direto, o conceito mais relevante é o da Margem de Contribuição Líquida. Essa afirmação decorre do fato de que enquanto os custos se concretizam pelo ato de produzir, a margem só se concretiza pelo ato da venda. Se não existirem vendas, não existirá margem. Esse conceito posiciona as vendas como o fator gerador de riqueza para a Empresa.
Para estimar e concretizar as vendas, a empresa incorre em outros tipos de gastos. Exemplos desses gastos são salários de vendedores, comissões de vendedores e de representantes, contato com clientes, distribuição do produto, propaganda e publicidade etc. Alguns desses gastos são fixos por período de tempo e outros são variáveis com o volume de vendas denominam-se
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