A Arquitetura e Geopolítica
Por: SonSolimar • 24/10/2018 • 6.492 Palavras (26 Páginas) • 314 Visualizações
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7 CONCLUSÃO.....................................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................24
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1 INTRODUÇÃO
A arquitetura refere-se tanto ao processo quanto ao produto de projetar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano, tratando da organização do espaço e de seus elementos. Ela está normalmente associada diretamente ao problema da organização do homem no espaço, principalmente o urbano.
A arquitetura pode ser considerada existente entre os humanos desde que se fez necessária o abrigo das intempéries, se manifestando em um resultado físico: o conjunto construído de um povo e da humanidade como um todo.
O mais antigo tratado arquitetônico é o do arquiteto romano Marco Vitrúvio Polião, que diz:
"A arquitetura é uma ciência, surgindo de muitas outras, e adornada com muitos e variados ensinamentos: pela ajuda dos quais um julgamento é formado daqueles trabalhos que são o resultado das outras artes."
A definição de Vitrúvio, apesar de inserida em um contexto próprio, constitui a base para praticamente todo o estudo feito desta arte, e para todas as interpretações até a atualidade e pode ser considerado universal para a arquitetura, seja a atividade, seja o patrimônio.
2 ARQUITETURA NO BRASIL
2.1 ARQUITETURA NO BRASIL
A arquitetura, no Brasil, foi influenciada pelas etnias que formaram o povo brasileiro e pelos diversos estilos arquitetônicos oriundos do exterior. Nesse contexto, a evolução da arquitetura no mundo ocidental obteve reflexos diretos no país, traços estes perceptíveis nas estruturas de inúmeras construções espalhadas pelo território nacional, sendo assim, os projetos constantes de cada período histórico condizem propriamente com o modo no qual a sociedade era caracterizada na época.
2.2 ARQUITETURA RELIGIOSA
Os primeiros templos religiosos construídos no Brasil seguiam o estilo tardo-renascentista ou maneirista português, conhecido como estilo chão. Esta estética caracteriza-se pelas fachadas compostas por figuras geométricas básicas, frontões triangulares, janelas próximas ao quadrado e paredes marcadas pelo contraste entre a pedra e as superfícies brancas, de caráter bidimensional. A decoração era escassa e circunscrita em geral aos portais, ainda que os interiores são ricos em altares, pinturas e azulejos.
Foram empregadas técnicas antigas de taipa recorrentes desde os primeiros tempos até o século XIX, quando começou a declinar, só sobrevivendo em comunidades mais pobres. As residências rurais primitivas originaram dos primeiros empreendimentos agrícolas e se resumiram a uma planta básica quadrada com um grande aposento de uso múltiplo, podendo contar com um anexo menor para a cozinha. Nas vilas litorâneas, o esquema construtivo se alterou em vista das necessidades da urbanização compacta e de melhor defesa contra-ataques de índios e piratas, comuns no primeiro século de colonização, adotando-se o modelo europeu de casas construídas lado a lado, sem espaço intermediário, com terreno livre apenas nos fundos e cobertura com telhas de barro.
Nesse contexto, é perceptível que várias igrejas do século XVII, de caráter maneirista, ainda sobrevivem no Brasil. Um exemplo é a igreja do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, construído entre 1633 e 1677. A fachada é composta por formas geométricas, com um frontão triangular, ladeada por duas torres e com uma galilé com três portais, semelhante à Igreja de São Vicente de Fora de Lisboa. Na arquitetura, o barroco utiliza os motivos derivados da arquitetura clássica, mas os combina de maneira dinâmica, buscando criar efeitos ilusionistas e cenográficos em fachadas e interiores, no Brasil colônia, o barroco arquitetônico chegou tarde, refletindo a tardia adoção do estilo na própria metrópole onde curvas ou ondulações em fachadas e plantas foram raras. A pintura, especialmente a em perspectiva de caráter ilusionista, também teve papel importante na decoração de interiores, particularmente nos forros de madeira dos tetos, a mais antiga no Brasil foi a da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência no Rio de Janeiro.
2.3 ARQUITETURA CIVIL
Considerada uma expressão mais livre e descompromissada, que buscava a satisfação de necessidades básicas de conceitos de luxo e conforto, constituída de materiais oriundos da terra, influenciada por hábitos indígenas. Devido as referências portuguesas, a constituição estrutural era dividida hierarquicamente, sendo a parte mais nobre da cidade, tomando de exemplo a de Salvador, que incluída o palácio do governador, residências e a maioria das igrejas e conventos, construídas sobre um terreno elevado, a 70 metros sobre o nível da praia, enquanto junto à baía foram instaladas infraestruturas dedicadas às atividades comerciais.
As cidades deste período possuíam aspecto uniforme, com ruas delimitadas pelas edificações e sem passeio público. A ausência de vegetação também é uma característica marcante destas cidades. As tipologias arquitetônicas residenciais eram a casa térrea e o sobrado, ambas construídas sobre os limites laterais e frontais do terreno, com padronização de suas plantas. A cobertura era normalmente de telhado em duas águas, com telhas cerâmicas, sendo assim a água da chuva era escoada para a rua e para os fundos do terreno. Era comum a utilização de telhas nas paredes laterais, para evitar problemas de infiltração.
O urbanismo colonial no Brasil se caracterizou frequentemente pela adaptação do traçado das ruas, largos e muralhas ao relevo do terreno e posição de edifícios importantes, como conventos e igrejas, caracterizada pelos aspectos dominantes da Coroa Portuguesa, a essência deste período é definida como arquitetura realizada no atual território brasileiro desde 1500 até a independência em 1822. Dessa forma, ela reflete a influência portuguesa, com adaptações ao clima tropical. Os mais duradouros exemplos desse estilo, são encontrados nas Igrejas e Mosteiros das cidades mais antigas, sendo possível verificar com mais veracidade na cidade de Ouro Preto, primeira capital da província de Minas Gerais.
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