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A Acumulação Primitiva

Por:   •  23/9/2018  •  1.585 Palavras (7 Páginas)  •  487 Visualizações

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Podemos citar como uma situação análoga a um tipo de espoliação no mercado farmacêutico, a pseudopesquisa de cientistas estrangeiros que veem a locais como amazonas, aqui no Brasil, para fazerem desenvolverem ciência e biotecnologia, geralmente financiados por grandes laboratórios e acabam levando daqui os conhecimentos, a matéria prima e boa parte dos recursos.

No entanto, observamos hoje que as grandes indústrias farmacêuticas continuam praticando de quando surge uma nova indústria com grande potencial, bom produto e tecnologia eles a incorporam as pequenas e médias empresas, até Startups, para fazerem parte de sua companhia. Absorvendo suas tecnologias e capital humano.

O que surpreende é que em pleno século XXI, no auge do desenvolvimento capitalista desenvolve-se relações sociais fundadas na espoliação, como mecanismo de produzir capital. Embora, moralmente inadmissível, faz parte, sim, da contemporaneidade, a escravidão. Não em termos da escravidão moderna dos nossos tempos colônias, mas revestidas de algo novo: a dívida.

Harvey, no livro New Imperialism concorda com a interpretação de Mandel, de que a acumulação primitiva existindo e que essa não se situa apenas na gênese do capitalismo. Harvey atribui ao adjetivo “primitivo” um obstáculo à compreensão de que a acumulação primitiva ainda continue existindo. Para superar o obstáculo presente na palavra “primitiva”, que acabou induzindo à interpretação que essa forma de acumulação só teria se desenvolvido na “pré-história” do capitalismo, Harvey cunha o termo accumulation by dispossession.

Tanto a acumulação primitiva do capital como a reprodução do capital são imanentes ao processo de desenvolvimento da sociedade capitalista. A acumulação primitiva na sociedade contemporânea repete a fraude, o roubo e a violência que estiveram presentes no momento da acumulação originária. A história da combinação da reprodução do capital com formas de acumulação primitivas, onde o sentido de primitiva toma o sentido de brutal, relacionado a processos de espoliação.

Resumo Teórico – Harvey, 2013, Cap. 11

O segredo da acumulação primitiva

O aumento da mecanização e da divisão de trabalho nas fábricas, permitiram a produção em massa. Com isso, os países industrializados alargavam o mercado interno. A riqueza se acumulava cada vez mais nas mãos da burguesia industrial. Com os avanços, a exigência de aplicação de capitais em larga escala aumentava, e produzia fortes modificações nas organizações e administração das empresas. As empresas gigantes "engoliram" as empresas familiares, médias e pequenas empresas e com isso se multiplicaram as empresas de sociedade anônima, com capital dividido entre vários acionistas.

O perfil de demanda, as competências tecnológicas e o cenário competitivo da indústria farmacêutica nacional vêm sofrendo mudanças importantes, o que torna imprescindível ás empresas, a adoção de novas estratégias. Esse ramo se caracteriza pela base em inovação de produtos, porém, existe hoje, uma maior dificuldade das empresas líderes para lançar medicamentos de alto impacto no mercado, além disso, o tempo e o custo para o lançamento de uma nova molécula têm aumentado significativamente, aumentando as incertezas quanto aos investimentos em P&D.

A reposição de portfólio requer urgência e recebe cobranças, fato esse que se deve as expirações das patentes existentes no mercado e pela popularização dos medicamentos genéricos, principalmente nos países emergentes. Os genéricos representam uma oportunidade de inserção competitiva de empresas provenientes dessas regiões. A grande força do mercado dos emergentes atrai as grandes empresas multinacionais estabelecidas e que buscam se reforçar nesses países, seja por meio de concorrência direta, seja por aquisições dos atores locais de genéricos.

Um dos mercados mais dinâmicos no contexto global da indústria farmacêutica na última década é o do Brasil, apresentando altas taxas de crescimento, isso se dá pelos medicamentos genéricos e pela ascensão de uma grande parcela de novos consumidores, alcançando a 6ª posição em 2013.O fortalecimento do mercado farmacêutico está se dando pelas fusões de grandes redes além das aquisições de outras redes regionais.

O mercado brasileiro é o sexto maior do mundo e o seu crescimento nos últimos anos veio devido a adesão e popularização dos medicamentos genéricos e similares, através do projeto de lei de 1999. Essa lei concede incentivos à inovação no setor farmacêutico por meio de créditos com políticas facilitadas, ou seja, incentivos à produção, que acarretam maior fluxo dos bens produzidos e a consolidação das grandes empresas do segmento, como dito por Marini na página 140.

Esse crescimento e inserção no mercado, juntamente com o aumento do fluxo de produção interliga-se ao moderno mercado brasileiro de matéria-prima da indústria farmacêutica, uma vez que este é consolidado e apresenta-se como o segundo maior do continente americano, liderado pelos EUA. Essa demanda do mercado de matéria-prima se dá pelo fato de que a demanda a ser atendida é tanto do setor privado quanto do público, devido as facilidades de aquisição da população de baixa renda, citada anteriormente.

A acumulação de capital por parte da indústria farmacêutica brasileira se dá pela privatização da saúde no Brasil, ou seja, a dependência da sociedade

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