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Resenha de Bourdieu e Passeron

Por:   •  8/11/2018  •  1.891 Palavras (8 Páginas)  •  447 Visualizações

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Ação pedagógica segundo Bourdieu e Passeron(1975) delega a imposição arbitrária cultural à autoridade cultural a reproduzir normas da ação pedagógica, que por sua vez acreditam na autoridade cultural, que ela é capaz de efetuar a aplicação da cultura imposta pela ação pedagógica, por intermédio do Trabalho pedagógico, agindo como a aplicação na classe receptora que recebe o conteúdo pedagógico que permanece no receptor, tornando-se um hábitus. O habitus consiste em uma resposta, uma ideia que existe uma completa posição entre o indivíduo e a sociedade. O individuo entende o fenômeno do mundo como é imposto e a experiência do mundo como está, depois o individuo começa a compreender a causa e o efeito, as formas socioeconômicas dos fenômenos. Em seguida o individuo faz a ligação entre as estruturas de pensamento de uma forma objetiva, que eles chamam essa estrutura de interiorização. Enfim habitus é um sistema de disposições, modos de perceber, de sentir, de fazer, de pensar e o que nos leva a determinada forma em uma circunstância dada.

A produtividade específica do TP (trabalho pedagógico), isto é, o grau em que ele consegue inculcar aos destinatários legítimos o arbitrário cultural que se espera que reproduza, mede-se pelo grau em que o hábito que ele produz é durável, isto é, capaz de engendrar mais duravelmente as práticas conformes aos princípios do arbitrário inculcado. (BOURDIEU; PASSERON, 1975, p.45)

Conforme Bourdieu e Passeron(1975), a eficácia do trabalho pedagógico é sempre muito menor nas classes mais baixas porque sendo igualmente capazes, são, contudo mais persistente Isto porque a cultura dominante tende a achar a cultura dominada como algo de arbitrário e de ilegítimo. Bourdieu e Passeron consideram a escolaridade obrigatória como o reconhecimento legítimo da cultura dominante pela dominada

Para Bourdieu e Passeron(1975), só formulando genericamente as condições de toda ação pedagógica institucionalizada, o trabalho pedagógico visa produzir um habitus conforme com os princípios de arbítrio cultural que tem o mandato para reproduzir. Para que tal suceda, deverá haver um corpo de agentes especializado e homogéneo para tal efeito. Bourdieu e Passeron consideram que, o trabalho escolar tende a condenar os criadores, assim como tende a valorizar a cultura homogénea tradicional em detrimento da criação individual. Deste modo, “toda a cultura escolar é necessariamente homogeneizada e ritualizada isto é, “roteirizada” pela e para a rotina do TE (trabalho escolar), isto é,” (BOURDIEU; PASSERON, 1975, p.68). Os exercícios repetidores são inalterados e têm como finalidade a criação de habitus. Todo o habitus a inculcar, seja ele conservador ou revolucionário, cria um trabalho escolar que visa à institucionalização. Tem que haver sempre um programa, isto é, um consenso sobre o modo de programar.

O sistema francês é, segundo os autores, mais institucionalizado do que muitos outros, na medida em que, tudo é programado. Quem exerce a autoridade escolar, e quem a ela se submete, desconhece a arbitrariedade que lhe está na origem, porque o sistema de ensino tende reproduzir as condições internas de inculcação do habitus, reproduzem as relações de força dominantes. O exercício da autoridade escolar desconhece as condições de violência simbólica que exerce, considerando-se como uma instituição autónoma e detentora do monopólio do exercício da violência simbólica.

Bourdieu(2003)) em sua obra: A Escola Conservadora, vai discutir o papel da escola na sociedade capitalista, apontado que a escola reproduz a cultura dominante.

Diante deste fato, Bourdieu procura mostrar então o papel da referida escola na sociedade capitalista que é a manutenção e perpetuação das desigualdades sociais, elucidando suas afirmações sobre o capital cultural. O autor apresenta o capital cultural como sinônimo de domínio da língua e da cultura geral. Isso é adquirido mediante a seleção direta realizada na escola e a indireta concretizada por meio da convivência familiar, dessa forma, o acumulam de informações e experiências possibilita uma Ascenção social mais rápida, e, por conseguinte, maiores chances de êxito escolar.

O nível de instrução dos membros da família restrita ou extensa ou ainda a residência são apenas indicadores que permitem situar o nível cultural de cada família, em nada informar sobre o conteúdo da herança que as famílias mais cultas transmitem a seus filhos.(BOURDIEU, 2003,p.44)

Em o poder simbólico, Bourdieu(1989) diz que este poder é um poder invisível que só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que estão sujeitos a esse poder ou mesmo daqueles que o exercem.

Bourdieu(1989) considera os sistemas simbólicos como estruturas estruturantes, pois a arte, ciência, língua, religião, etc., são instrumentos de conhecimento e de construção do mundo dos objetos, segundo a tradição neo-kantiniana. Na medida em que também são estruturados. E a estruturação decorre da função que os sistemas simbólicos possuem de integração social para um determinado consenso.

O poder simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnosiológica, ou seja, o sentido do mundo supõe um conformismo lógico, uma concepção homogênea que torna possível a concordância entre as inteligências.

A tradição marxista privilegia as funções políticas dos sistemas simbólicos, relacionando as produções simbólicas com os interesses da classe dominante.

“A cultura dominante contribui para a integração real da classe dominante (assegurando uma integração e uma comunicação entre os membros dessa classe e ao mesmo temo os distingue de outras classes) [...] e à desmobilização [...] das classes dominadas” (BOURDIEU, 1989, p.10).

É como instrumentos estruturados e estruturantes que Bourdieu(1998) afirma que os sistemas simbólicos cumprem a sua função política de instrumento de imposição, assegurando a dominação de uma classe sobre a outra, o que ele chama de violência simbólica.

Os sistemas simbólicos diferenciam-se segundo sua instância de produção e de recepção. E a autonomia de determinado campo, constitui-se na medida em que um corpo especializado de produto de discurso se desenvolve.

“O poder simbólico como poder de constituir o dado pela enunciação, de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a visão do mundo [...]; poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força (física ou econômica), [...], só se exerce se for reconhecido” (BOURDIEU, 1989,

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