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Nuvem tóxica vaza no porto do Guaruja

Por:   •  13/11/2018  •  1.511 Palavras (7 Páginas)  •  299 Visualizações

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Outro grande risco evidenciado, foi decorrente das explosões, porém por este terminal estar afastado dos outros nenhuma outra empresa foi afetada.

A estratégia utilizada pelo Corpo de Bombeiros para evitar mais danos foi de isolar os contêineres com substâncias mais perigosas. Foi a melhor opção atacar o foco contêiner por contêiner, porque, dependendo do contêiner, é uma substância diferente que tinha ali dentro. Por questão de segurança algumas empresas vizinhas tiveram as atividades suspensas e os funcionários orientados a evacuar o local.

Foi colocado em prática o Plano de Auxílio Mútuo do Porto, uma espécie de plano de contingência, que conta com a participação da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Órgãos Ambientais Municipais e Estaduais e empresas, para definir ações rápidas em caso de incidentes de grande porte.

Só que mesmo com todas medidas de segurança tomadas, o sistema se mostrou ineficaz, pois o fogo demorou mais de 37 horas para ser contido. No momento da evacuação os trabalhadores tiveram problemas como nos relatos a seguir:

“Saímos às pressas. Deixamos tudo. Tá tudo lá. Carro, carteira, bolsa. Tá tudo lá”, afirmou Anny Kaelly Silvestre, auxiliar administrativa.

“Nós estávamos executando nossas tarefas normais, só que recebemos o comunicado da segurança. Assim que recebemos o comunicado, fomos evacuados pro ponto de emergência. Só que o ponto de emergência já estava tomado pela fumaça. Então, a segurança nos orientou a justamente cortar a cerca e nós pulamos para o outro lado”, contou Daniel Carneiro Filho, técnico de laboratório.

“Pra lá tá tudo fechado. Não dá pra ficar pra lá. Tá muita fumaça”, disse a faxineira Regina Correia Pereira.

PODERIA TER SIDO EVITADO – Sem sombra de dúvidas a falta de manutenção e vistoria no container foi a causa do incidente. Consequente de falha no procedimento de segurança, excesso de confiança dos trabalhadores responsáveis e até mesmo descaso de supervisores. Tanto da empresa Localfrio como do Porto, que deveria cobrar com mais rigor que medidas de segurança sejam eficazes e postas em prática.

Além do prejuízo a si mesma, a empresa trouxe danos e prejuízos ao ambiente e a população, sendo assim o governador Geraldo Alckmin anunciou, no dia 22/01, uma multa de R$ 10 milhões que será aplicada contra a empresa Localfrio pela emissão de ‘efluentes gasosos tóxicos para a atmosfera e por riscos e danos à saúde da população’. A empresa será notificada pela Agência Ambiental de Santos da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) pois a fumaça tóxica atingiu os moradores do bairro, que foram obrigados a deixar suas casas, além de moradores do restante de Guarujá, Santos, Cubatão e São Vicente. Segundo o Governo do Estado de São Paulo, foram registrados 170 casos de atendimento nos centros médicos. A interrupção da travessia das balsas marítimas Santos/Guarujá e o fechamento do Porto (canal de navegação) e de estabelecimentos comerciais e industriais da região também trouxeram prejuízos à população.

CONCLUSÃO - Concluímos que por negligência, falta de manutenção e vistorias nos containers, a empresa Localfrio colocou diversas cidades e o próprio Porto de Santos em risco, pois devido a uma rachadura em um container, a água da chuva entrou e em contato com um produto químico, liberou uma enorme quantidade de fumaça tóxica e devido ao calor gerado pela reação química foi gerada uma sequencia de explosões.

Apesar das medidas de segurança adotadas terem surtido efeito satisfatório e ninguém ter se ferido, deve-se avaliar e projetar novas formas de combates futuros incidentes como este, pois os bombeiros demoraram tempo de mais para controlar e extinguir definitivamente os focos de incêndio (mais de 37 horas). O plano de evacuação foi mal estruturado, pois o local de concentração estava no caminho dos containers e os seguranças do local tiveram de cortar grades para que os trabalhadores saíssem pelo outro lado.

Mesmo com muitas pessoas tendo de ser atendidas nas unidades de saúde, a prefeitura do Guarujá e órgãos públicos agiram rápido evacuando também as casas ao redor e emitindo alertas para a população de como evitar o contato com a fumaça tóxica e também com a chuva, que poderia carregar altos índices de compostos químicos.

A aplicação de multa, mesmo alta, não seria a única solução, mas pelo menos é uma forma de pressionar as empresas a se preocuparem mais com a qualidade de sistemas preventivos de segurança, pois uma atitude falha como esta, poderia tomar proporções exorbitantes.

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