Experimentos de baixo custos

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Entretanto, outra dificuldade mais evidente pode ser percebida a respeito desse tema: o fato de que diversas instituições de ensino público não dotam de laboratórios que possam auxiliar no aprendizado prático de disciplinas que o exigem para uma melhor captação de ideias (SILVA et al, 2015). Diante disso, não se pode negar a importância de atividades demonstrativas como ferramentas para o ensino de Física. Vários autores destacam tal importância, tanto na perspectiva dos alunos quanto dos professores. Barreiro & Bagnato (1992, p.243) apontam que “em cursos de física básica, as aulas demonstrativas e a exposição dialogada mostraram-se satisfatórias aos maiores interessados: os alunos.”

Na visão dos professores podem ser observados grandes benefícios, como destaca Freire (1996, p.14): “Os professores entrevistados valorizavam mais o trabalho experimental realizado através de demonstração, pois dá possibilidade ao cumprimento do programa, mantém os alunos atentos e participativos e, permite, ao professor, uma transmissão eficiente do conhecimento científico”.

Como uma medida para minimizar as dificuldades vivenciadas pelos alunos e professores da rede pública de ensino, quanto ao aprendizado de Física, buscou-se desenvolver a experimentação por meio de projetos de baixo custo. Esses projetos possibilitam a verificação dos fenômenos físicos estudados em sala de aula de modo a complementar-se, fazendo com que o aluno crie um canal entre os conhecimentos adquiridos em sala de aula e o seu dia-a-dia. Corroborando com isso, BINTENCOURT & QUARESMA (2008, p.18) aponta que:

O laboratório com matérias de baixo custo e reciclado é uma proposta que vem de encontro ao laboratório tradicional, pois não apresenta a rigidez organizacional deste. A ênfase não é a verificação ou a simples comprovação de leis ou conceitos explorados com exaustão no laboratório tradicional. Sua dinâmica de trabalho possibilita ao estudante trabalhar com sistemas físicos, verificar a importância de alguns materiais reciclados, oportunizando a resolução de problemas cujas respostas não são pré-concebidas, adicionado ao fato de poder decidirem quanto ao esquema e ao procedimento experimental a ser adotado, como forma de compreender que a física está presente em seu cotidiano.

Mas, na impossibilidade de participação ativa durante construção dos projetos, os alunos não teriam seu aprendizado prejudicado. Como pode-se observar em Gaspar (1993), a aprendizagem não ocorre na interação com o experimento, dispensando que o aluno faça montagens ou manipule objetos, atribuindo a responsabilidade pela aprendizagem a interação social existente entre os sujeitos. As atividades demonstrativas também são apontadas como proveitosas para o desenvolvimento de interações sociais e, dessa forma, para a aprendizagem tal qual destaca Monteiro (2002).

Diante do que foi exposto, pretende-se, com este trabalho, apresentar uma alternativa de baixo custo para melhorar o ambiente do ensino de Física, tornando-o mais dinâmico, motivador e incentivador, de forma a despertar a curiosidade dos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento prático das informações teóricas absorvidas no ambiente escolar. Para isso, na construção dos experimentos serão utilizados materiais de baixo custo e reciclados.

2. METODOLOGIA

2.1 OBJETO DE ESTUDO

A presente pesquisa tem como objeto de estudo turmas das diversas séries do ensino médio de Física da Escola Estadual Professor Francisco Veras, localizada no centro da cidade de Angicos-RN. A referida escola oferta apenas o ensino médio e funciona em todos os três turnos, atendendo uma média de 500 alunos (adolescentes, jovens e adultos) da cidade e regiões circunvizinhas.

Colocar foto da faixada da escola.

2.2 REUNIÃO COM UM PROFESSOR DE FÍSICA DA INSTITUIÇÃO

Antes de realizar uma intervenção direta com os alunos, foram feitas reuniões com um dos professores de física da instituição objetivando coletar informações sobre o interesse e o desempenho dos seus alunos no que diz respeito a disciplina de física. O mesmo relatou que muitos alunos tinham dificuldade e não mostravam interesse pela disciplina, e entre as que tinham menor desempenho destacou as turmas da noite (de jovens e adultos).

Questionado sobre a ausência de aulas práticas na disciplina, ele relatou que a escola possui um espaço de laboratório, entretanto, há um déficit considerável de aparelhos o que impede a realização de práticas relacionadas à disciplina.

2.3 REALIZAÇÃO DE QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS

Com intuito de colher mais informações sobre as características e percepções dos discentes acerca do tema abordado nesta pesquisa, foi elaborado e aplicado um questionário específico (Anexo I). Ao todo, 85 alunos de diversas turmas e séries do ensino médio da escola estudada responderam ao questionário, enriquecendo o estudo proposto neste trabalho. Este questionário teve como intuito principal obter informações sobre a concepção destes alunos no que tange a importância das atividades práticas para o ensino e aprendizagem de física. Além disso, quis-se colher opiniões como a satisfação deles com o ensino de física oferecido na escola, a relação da física do dia-a-dia, o interesse por experiências de aprendizado que diferem do ensino convencional, etc.

Os dados obtidos neste questionário foram tabulados no software Microsoft Excel® e a partir disso construiu-se gráficos para melhor analisar e expor os resultados.

2.4 REALIZAÇÃO DE AULA TEÓRICA E PRÁTICA

A partir das reuniões com o professor levantou-se diversas informações possibilitando a escolha de uma turma para se trabalhar com aulas teóricas e práticas, inicialmente. Foram confeccionados três experimentos de baixo custo para se trabalhar o conteúdo relacionado à Gases Ideias com a turma escolhida, que aliás, era composta de jovens e adultos e cursava 1º ano à noite. Vale salientar que esta já havia estudado o conteúdo anteriormente.

2.4.1 AULA TEÓRICA

Antes da realização dos experimentos foi ministrada uma breve aula teórica para que os alunos pudessem relembrar o assunto abordado anteriormente pelo seu professor. Para isso utilizou-se de uma apresentação em slides simples, dinâmica e praticamente autoexplicativa que continha assuntos importantes para a compreensão dos experimentos.

Durante