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A indústria farmacêutica

Por:   •  19/6/2018  •  3.187 Palavras (13 Páginas)  •  403 Visualizações

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Os dez principais grupos farmacêuticos faturaram juntos R$ 48,59 bilhões no ano de 2015, correspondendo a 56,9% do mercado varejista. Segundo a Interfarma, o valor reflete o preço de lista dos medicamentos, sem considerar eventuais descontos nas farmácias.

O crescimento nominal da receita com vendas de remédios no país ficou acima da inflação, que ficou em 6,29% pelo Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA). Segundo o IBGE, os medicamentos ficaram 12,5% mais caros em 2016, a taxa mais elevada desde 2000, e ficou entre as categorias que mais pressionaram a inflação no ano passado.

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1.2 Nova perspectiva na indústria farmacêutica.

Profissionais qualificados têm deixado o país desde 2014 decepcionados devido a crise política, mas com o crescimento notório na indústria farmacêutica esses mesmos profissionais que foram buscar oportunidades no exterior voltam para o Brasil com novas perspectivas nessa área.

Fernanda Machado, de 40 anos e paulistana, trocou em maio de 2016 um posto de vice-presidente em uma empresa de tecnologia médica nos Estados Unidos pelo cargo de diretora de Acesso ao Mercado do Grupo Sanofi no Brasil. Com 15 anos de carreira na área de saúde, a executiva diz que ''As dificuldades economicas que o Brasil enfrenta representam uma oportunidade de aprendizado profissional'', e a mesma ainda afirma que ''É um momento de conter e redirecionar gastos, mas principalmente de melhorar a comunicação, de olhar para o mercado de forma mais inteligente e definir o que é prioridade de fato para acelerar a busca por alternativas. Tem beleza na crise também”.

O tratamento para colesterol alto, a chegada da nova geração de insulina de longa duração e a vacina contra a dengue são lançamentos de novas produtos no mercado brasileiro e que aquecem as contratações na empresa. ''Apenas no primeiro semestre de 2016, as contratações para diretores e gerentes aumentaram em 43% em relação ao ano de 2015'', diz Rosilane Purceti, diretora de recursos humanos da Sanofi no Brasil. A unidade brasileira da Sanofi possui três fábricas no interior de São Paulo, sendo sua sede no estado de São Paulo, com cerca de 5.000 mil funcionários, registrando um faturamento de 1,1 bilhão de euros no ano de 2015. E a previsão é continuar investindo no crescimento dos negócios do grupo no Brasil. Um dos principais exemplos disso é o centro de distribuição de Guarulhos (SP), inaugurado no ano de 2015, e deve receber aportes de 200 milhões de euros até 2020. “Embora, no momento, o país esteja sentindo impactos da crise econômica, sabemos que o mercado brasileiro tem um enorme potencial e não perdemos de vista o longo prazo”, afirma Rosilane.

O crescimento na indústria farmacêutica também trouxe de volta ao país o administrador Wilson Junior, de 29 anos, recém-promovido ao cargo de diretor de negócios para o consumidor no laboratório Libbs, onde trabalha desde 2006. Até o fim do ano passado, Wilson estava em Miami, nos Estados Unidos, como parte do projeto de internacionalização da farmacêutica brasileira. Mas, com o aquecimento da indústria no Brasil, retornou a São Paulo para assumir sua nova posição no fim de 2015. “Apesar da

crise, o mercado continua crescendo no Brasil, especialmente para as empresas com uma estratégia sólida”, afirma. Wilson não foi o único caso de promoção na companhia. “Só neste ano, considerando apenas cargos de liderança, 22 vagas já foram trabalhadas, sendo 12 para gerentes”, afirma Madalena Ribeiro, diretora de RH da Libbs.

2.Faturamento Alto e desenvolvimento das empresas

Em contraponto com a crise financeira que o país atravessa, o acesso a medicamentos tem sido cada vez mais importante para o Brasil, visto que a população está envelhecendo, e há uma maior incidência no diagnóstico de doenças crônicas. Segundo dados do IMS, a projeção de mercado nos próximos cinco anos deve atingir os R$ 90 bilhões. Mundialmente, o Brasil ocupa a sexta posição no ranking farmacêutico e a previsão é que ganhe uma posição até 2019, o que faz dele o motor de crescimento entre os países da América Latina. Para isso, as indústrias estão investindo em tecnologia de produção e aumentando significativamente a produtividade e melhorando os custos, o que reverte diretamente para maior eficiência em toda a cadeia, chegando até o consumidor.

A crise econômica que abala o Brasil não interfere no setor farmacêutico que faturou cerca de 66 bilhões de reais entre abril de 2015 e março de 2016, um crescimento de 10% comparado com o mesmo período um ano antes e o aumento de quase 20% das contratações farmacêuticas devido ao avanço dos medicamentos genéricos e pelo crescimento do segmento de biotecnologia médica.''Os genéricos tem impulsionado muito a venda no setor. Assim como o desenvolvimento de novas moléculas'', afirma Francisco Das Chagas Almeida, presidente da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), que representa 145 distribuidoras de medicamentos, produtos para a saúde, artigos de higiene pessoal e cosméticos, chegando a uma cobertura de 96% dos municípios brasileiros. No ano de 2015 o Brasil ganhou 1.000 novos pontos de venda, o que também se reflete no aumento das contratações no setor. De janeiro a abril de 2016, essas empresas lucraram 5,18 bilhões de reais com a comercialização de 304,9 milhões de unidades de remédios, um aumento de 21,7% no faturamento e de 16% em medicamentos vendidos, em relação ao mesmo período do ano anterior.

A indústria farmacêutica encontrou algumas dificuldades sim, uma delas foi seu desempenho dificultado pela alta do dólar, uma vez que 80% dos insumos são importados, e pelo encarecimento da energia elétrica, que elevou de forma significativa os custos de produção. Com seu mercado dividido entre varejo (69%) e institucional (31%), a indústria farmacêutica ainda enfrenta outro problema: em dezembro de 2015, as dívidas acumuladas pelos governos estaduais e federal chegaram a quase 1 bilhão de reais. Mas, com uma população de mais de 200 milhões de habitantes cada vez mais longeva, o país continua a ser visto como um mercado estratégico, que merece investimentos visando ao longo prazo.

Com sede na Suiça, a Roche é uma companhia considerada a maior empresa mundial de biotecnologia. Com mais de 1.300 funciónarios em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, em 2015 a Roche faturou cerca de 2,6 bilhões de

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