O Walter Benjamin

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com prostitutas, que andavam pelas ruas com a intenção de serem expostas como produtos. Benjamin vê as passagens como locais de intensas trocas materiais e culturais. Os consumidores "desfilavam" pelas galerias para ver e serem vistos. As pessoas estavam sendo "treinadas" para a incorporação de um novo hábito: olhar vitrines e desejar o supérfluo, a novidade. Assim, o passeio desencadeia a compra. Essa é a origem de uma poderosa associação que Benjamin nos ajudou a perceber: consumo e lazer.

4) Como Walter Benjamin explica o impacto das novas tecnologias de registro e difusão de informações – fotografia, cinema, fonógrafo – e na produção artística no que tange as ideias de autoria e de originalidade.

Para Benjamin, o modo de produção cultural foi "afetado" pelas reproduções técnicas das obras de arte. Consideremos os efeitos que o aparecimento de novas tecnologias teve no mundo das artes: a possibilidade de representar todos os aspectos da realidade  obrigou os pintores a repensarem seus ofícios, com o resultado de originar novas  fórmulas e técnicas. Por meio das técnicas de reprodução, as obras passam a ser vistas e ouvidas em qualquer lugar, a qualquer momento. Com a fotografia, por exemplo, pessoas do mundo todo passaram a ter acesso às obras que antes só poderiam ser vistas por quem tinha o privilégio de visitar os museus. Graças à fotografia, podemos estampar vários produtos. Por permitir um número x de cópias, ela coloca em questão o conceito de originalidade.

A fotografia, ao contrário da pintura, não tem propriamente um "original". Seu "original" é o negativo, que só se transforma em fotografia após a revelação. A fotografia já nasce colocando em questão os conceitos de originalidade e autenticidade.

O cinema também altera a concepção de autoria. Há tantas pessoas envolvidas na produção de um filme que não cabe apontar um único autor.