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JORNALISMO TRANS - UMA ABORDAGEM TRANSMÍDIA SOBRE A TEMÁTICA TRANSGÊNEROS

Por:   •  3/4/2018  •  5.569 Palavras (23 Páginas)  •  337 Visualizações

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2 JUSTIFICATIVA

De acordo com a ONG Internacional Trasngender Europe entre janeiro de 2008 e abril de 2013 o Brasil registrou 604 mortes de pessoas transgêneros e transexuais. Esses dados fizeram com que o País ocupasse o posto de primeiro lugar como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Além disso, uma pesquisa da Universidade de Colúmbia nos Estados Unidos, mostra que jovens da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), estão mais propícios a cometer suicídio. No Brasil, uma pesquisa do Instituto de Ciências Médicas da Unicamp constatou que 67% dos entrevistados, declararam sentir vergonha de sua orientação sexual, 35% aparentavam quadro de depressão e outros 10% risco de suicídio. Todos estes dados estatísticos são contabilizados de uma maneira geral, incluindo toda a comunidade LGBT.

Contudo, não foi possível dimensionar, a partir de dados quantitativos, o índice de famílias brasileiras que tenham filhos transgêneros e como elas lidam com esse dilema no núcleo familiar e, principalmente, perante a sociedade. Ficou evidenciada, após a realização de pesquisas sobre o tema, a dificuldade que as famílias enfrentam em aceitar um filho transgênero e também serem aceitas pela sociedade. Essa dificuldade talvez possa estar relacionada a falta de informação e o receio de expor o conflito e ser classificada como uma família “anormal” (que foge aos padrões pré-estabelecidos pela sociedade).

Dado o exposto, o presente trabalho pretende promover discussões e criar conteúdos relacionados às “Crianças transgêneros e o convívio familiar”, a fim de desmitificar a ideia de que a única identidade de gênero correta é aquela atribuída ao sexo biológico.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma narrativa transmidiática que contemple o tema “Crianças transgêneros e o convívio familiar”.

3.2 Objetivos Específicos

- Criar cinco produtos transmídias que contribuam para promover a discussão do tema;

- Compreender os conflitos vivenciados por famílias quem tenham crianças transgêneros;

- Desmitificar o conceito cultural de que famílias precisam se enquadrar em um padrão pré-estabelecido de constituição familiar;

- Apontar a escassez de estudos associados às crianças transgêneros.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Transmídia

Transmídia, Storytelling, Multiplataformas são diferentes termos, mas que possuem um único sentido. É uma forma de narrativa clara e objetiva que utiliza algumas mídias para contar uma história ou transmitir uma mensagem a determinado público. Este conceito já foi criado há alguns anos, mas, nos dias atuais, existe um maior número de métodos que possam transmitir estas mensagens, muitas das vezes, estrategicamente. É um movimento que acompanha a criação de novas tecnologias, como por exemplo, leitores de e-books, TV, nas redes sociais, em outras plataformas como celular ou tablet.

Storytelling/transmídia se transformou para os grandes conglomerados de mídia numa das principais estratégias de entretenimento nas multiplataformas. Para as grandes empresas de comunicação, a expansão da narrativa por diferentes plataformas serve como estímulo para a criação de sinergias entre produtos por meio da integração horizontal das áreas de entretenimento, visando ao desenvolvimento das franquias de conteúdo (marcas). (MASSAROLO, 2013, p. 337).

A transmídia também se faz presente na televisão contemporânea. Segundo Massarolo (2013), este termo se tornou um método importante para uma amplificação do entretenimento nas diversas plataformas de mídia tornando-o popular na sociedade que utiliza estes meios. Assim, “Estimulando o compartilhamento de informações e o desenvolvimento de modelos de negócios baseados na cultura participatória, ou seja, priorizando o diálogo entre produtores e consumidores/fãs”. (MASSAROLO, 2013, p. 338).

A transmidialidade de conteúdos difere das formas tradicionais de contar histórias pela imersão das audiências no desenrolar de uma história através das mídias. Nesta perspectiva, a cultura participativa é uma condição fundamental para que os fãs possam compartilhar informações sobre as ficções seriadas televisivas, consideradas ‘cult’ por causa da complexidade narrativa de suas tramas. (MASSAROLO, 2013, p. 339).

A convergência na Transmídia se aplica da forma que as informações serão realizadas, divulgadas e consumidas, mas não necessariamente a plataforma que irá acontecer. Por exemplo, a divulgação de uma marca faz com que a empresa crie um vínculo com o seu consumidor. Atualmente, essa interação é direcionada para os meios de comunicação tecnológicos, mas os receptores não utilizam apenas o celular ou o computador para serem atingidos. Ou seja, outras formas transmidiáticas também são utilizadas, como por exemplo, a TV.

No Jornalismo a transmídia não é diferente. As autoras Geane Alzamora e Lorena Tárcia citam um trecho de um debate que a revista The Economist encadeou, a respeito da “Indústria da Notícia”.

“Esta casa acredita que a internet está melhorando o jornalismo e não piorando”. Após dez dias de discussões entre o defensor da moção, Jay Rosen e o opositor, Nicholas Carr, venceram os argumentos de Rosen, uma visão positiva a respeito dos efeitos das tecnologias digitais e internet sobre a produção e distribuição da notícia. (ALZAMORA; TÁRCIA, 2012, p. 23).

Desta forma, com a internet cada vez mais atualizada, as mídias ocupam um papel importante para disseminar as informações. O Jornalismo Transmídia é a arte de contar histórias reais e existem duas vertentes principais desta narrativa: “a história é contada por vários meios e plataformas; Os prosumidores também colaboram na construção do mundo narrativo”. (ALZAMORA;TÁRCIA, 2012, p.27). Ou seja, uma estratégia adequada utilizando várias plataformas para narrar uma notícia de forma complementar, e os “prosumidores” não são apenas os que consomem as informações e estes meios, mas também produzem informação.

O uso do termo transmídia seria, portanto, uma forma de diferenciar os benefícios de se reportar

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