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TRABALHO DE ANÁLISE COMPARATIVA DOS CÓDIGOS DE ÉTICA DE 1975 E 1986

Por:   •  3/3/2018  •  1.245 Palavras (5 Páginas)  •  373 Visualizações

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3- Valores presentes no código de ética de 1986:

– Assume a influência da teoria marxista na elaboração do código de ética profissional. Inicia uma linha de ruptura com o conservadorismo; demonstra comprometimento com a classe trabalhadora, não mais tendo o “cliente” como um ser homogêneo, como se não houvessem diferentes interesses em disputa na população atendida.

- Há uma preocupação com a devolução de informações aos usuários, diferente do que ocorria com o código anterior. O valor envolvido aqui é o da perspectiva de cidadania, de participação popular, de democracia. São valores que não aparecem explicitamente no código.

- Há o entendimento de que a instituição é um espaço de luta de interesses das diferentes forças sociais atendidas pelo profissional, não mais como um campo neutro.

- Valores: liberdade e justiça social.

3- Conclusão:

Comparando os códigos de 1975 e de 1986, percebemos que o primeiro legitima a livre interferência do estado na ação profissional, em nome do bem comum, enquanto que no código de 1986, busca-se proteger a ação profissional em defesa dos interesses da classe trabalhadora.

No código de 1975, começa a ocorrer um distanciamento da doutrina católica. Apesar dos avanços na capacidade de reflexão na profissão, ainda há predomínio da classe dominante na concepção dos valores, ou seja, da doutrina católica. Há manutenção, portanto, de alguns valores, como o bem comum e a dignidade da pessoa humana.

O Código de Ética de 1986 foi concebido pelo conjunto profissional, através de debates, reuniões; explicita a existência de diferentes valores e interesses de classes na sociedade e a dimensão política do exercício profissional; se vincula claramente aos interesses da classe trabalhadora, e não se coloca mais de forma “neutra”, como no código de 1975, que trata do “cliente” como um ser genérico. O Código de 1986, portanto, promove a ruptura com o conservadorismo do serviço social tradicional.

O assistente social no código de 1975 tinha sua ação subordinada a estrutura administrativa da instituição, sem possibilidade de problematizar, o que muda com o código de 1986 quando ele passa a dar voz as novas demandas que são postas pelos usuários.

No código de 1986, há a preocupação da devolução de informações aos usuários, enquanto que no de 1975, esse direito era vedado ao profissional.

Podemos constatar que, em 1975, o Código de Ética não só reafirma o conservadorismo tradicional, mas o faz na direção de uma adequação ás demandas da ditadura, consolidada a partir de 1968. Como produto da histórico, já não expressa a tendência modernizadora evidenciada tanto no Código de 65 como em Araxá e Teresópolis, o que se confirma na consideração de Netto. Segundo ele, a perspectiva modernizadora perde sua hegemonia, no plano ideal, a partir de meados dos anos 70, quando emerge duas tendências que com ela se antagonizam: a vertente de reatualização do conservadorismo e a de intenção de ruptura.

Referências:

SANTOS, J.S. “Questão Social”: particularidades no Brasil. São Paulo, Cortez, 2012.

NETTO, José Paulo, 1947- Ditadura e serviço social: uma análise do serviço social no Brasil pós-64- 3. ed.- São Paulo: Cortez, 1996.

BARROCO,Maria Helena Silva. Ética e Serviço Social: fundamentos oncológicos ed.- Cortez, 2010.

BARROCO, Maria Lucia Silva. Código de Ética do/a Assistente Social comentado -São Paulo : Cortez, 2012.

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